CULTURA: A LIBERDADE E OUSADIA DE ZÉ CELSO

Muito tem se falado da importância de Zé Celso para a cultura nacional. Ator, dramaturgo e diretor teatral, ele foi fundamental para muitos artistas e para aproximação do grande público com o teatro. Para as novas gerações que não acompanhou o trabalho de Zé Celso por aqui, segue um breve resumo de quem foi José Celso Martinez…

Nascido em 1937, na cidade de Araraquara, no interior de São Paulo, Zé Celso foi para a capital paulista estudar Direito na Universidade de São Paulo (USP). Apesar de não ter concluído o curso, foi durante os estudos que ele fundou o Grupo de Teatro Amador Oficina, no final dos anos 1950, e começou sua carreira artística.

Mais tarde, em 1961, sua companhia de teatro se profissionalizou e ganhou uma sede no centro de São Paulo, o Teatro Oficina Uzyna Uzona, que em 1982 foi tombado como patrimônio histórico e artístico nacional.

Na década de 1970, o regime militar que comandou o Brasil entre os anos 1964 e 1985, passou a perseguir os membros do Teatro Oficina. Zé Celso foi preso e torturado, e após conseguir liberdade, exilou-se em Portugal, de onde só voltaria quatro anos mais tarde.

TEATRO OFICINA

Apenas em 1978 ele retornou para São Paulo, começando um movimento para manter aberto o Teatro Oficina. Rebatizado como Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, o local foi tombado em 1982 e reinaugurado em 1983. O novo espaço precisou de mais 10 anos para ser concluído, tendo projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi.

Icônico pela distribuição interna, o Teatro Oficina possui um largo corredor e “andaimes”, nos quais os artistas muitas vezes se equilibram durantes peças. Em alguns projetos, a arte deixa o teatro e invade a rua próxima. As peças “O Rei da vela” e “Roda Viva” foram adaptadas e reapresentadas em 2017 e 2019, respectivamente.