Glass of whisky and old wooden barrel.

DESTILAND: DESCOBRINDO O WHISKY

Destiland é o meu universo paralelo. Uma terra de magia líquida, onde tudo começa em um alambique, passa por um barril e termina em um copo. Essa humilde lady que vos escreve, a convite da MENSCH, pretende revelar os segredos de suas grandes paixões. Mas neste primeiro encontro, vamos nos restringir à magia que gira em torno do whisky, bebida que, historicamente, foi criada em 1494 e batizada em gaélico de uisge beatha que em português pode ser traduzido para água da vida.

Começando com polêmica, modéstia à parte, tenho uma queda por assuntos polêmicos, e se for sobre whisky, essa queda vira um baque grande. Já dizia meu pai, de quem herdei o amor pela cultura etílica “Essa Paula é uma rebelde”. Sigamos na linha da polêmica e da rebeldia, para começar com um questionamento alvo de vários debates. Quem inventou o whisky? A criação desse ouro líquido tem sido disputada entre os escoceses e os irlandeses, embora a maioria concorde que os monges asiáticos tenham trazido a destilação junto com o cristianismo nos séculos IV e V.

Eu costumo não me apegar ao criador, até porque, quando o filho nasce bonito, todo mundo quer ser pai. Então, vamos ao que interessa – Whisky. Como uma bebida feita com apenas três ingredientes naturais (água, cevada e levedura) pode ser tão genial? Eu respondo com uma palavra – SIMPLES. Simplicidade no processo, e magia na maturação. Sim, na maturação, etapa que é responsável por conferir a coloração e entregar 70% do sabor do whisky. Ou seja, realizar um exímio processo de seleção de grão, uma destilação perfeita e um envelhecimento medíocre é o mesmo que dar pérolas aos porcos.

Eu poderia passar horas escrevendo (com um copo de whisky ao lado, claro), mas, neste nosso primeiro encontro, vou tentar ser cirúrgica e direta para auxiliar quem ainda acha que não gosta de whisky. Repito – alguém que “acha” que não gosta. Pois, duvido que você tenha provado os mais de 1500 rótulos escoceses e alguns rótulos irlandeses, americanos, canadenses ou japoneses. Se a resposta for sim, esta será a minha primeira e última colaboração na MENSCH.

Para os iniciantes, a dica é identificar seu paladar. E isso pode ser feito com o tipo de vinho que você aprecia, o estilo de tempero que te agrada e a culinária que você mais gosta. Sugiro que a escolha comece pelos rótulos escoceses e com o estilo single malt. Sobre ritual de consumo, que seja ao gosto do freguês. Com gelo, sem gelo, com água com gás ou com um pouco de água de coco. Se na Espanha, os amantes do malte misturam com Coca Cola, na Ásia com chá verde e na Venezuela, o ritual é beber como digestivo em um cálice de licor. A escolha é toda sua.

Para os de paladar mais doce e suave, a dica é optar por whisky produzido na região de Speyside, que vai entregar um sabor mais floral e frutado. Se você tem um paladar puxado para condimentos, especiarias e pimenta, um whisky de Highland vai cair como uma luva. Para quem quer leveza, a pedida é ir em busca dos whiskies de Lowlands. Mas se você é feroz e gosta de sabores exóticos e defumados, te desafio a provar um rótulo de Islay.

No nosso próximo encontro, falaremos sobre o posicionamento de luxo no mundo etílico e como você pode aplicar os conceitos no seu negócio. Até o próximo gole! Cheers.