ENTREVISTA: Diego Hypólito, força e determinação do bicampeão mundial de ginástica solo‏

A determinação e a fé em si mesmo marcam a carreira do atleta Diego Hypólito, bicampeão mundial de ginástica olímpica na categoria solo, que tem aprendido com as derrotas e vibrado com as conquistas. Diego teve seu dom despertado através da influência da sua irmã, Daniele Hypólito, mas aos 5 anos de idade já dava seu show deixando a todos de boca aberta com seu mortal. Um cara de origem simples que encontrou no esporte sua realização pessoal, e que graças a ele viu seus sonhos aos poucos se tornando reais. Ao seu lado, uma família unida e muitos fãs que torcem por suas vitórias e dão apoio em suas derrotas. Afinal, tudo isso é o espelho da vida onde acertos e erros nos fazem ser quem somos.Como você despertou para a ginástica? Quando começou tudo isso? Eu comecei com 7 anos de idade totalmente por influência da minha irmã. Até por ela ser mais velha, eu estou com 26 e ela 28. Teve um tempo que eu saí, mas terminei voltando. Eu sempre tive muita facilidade com a ginástica, aos 5 anos eu já da mortal. Então não tinha como ser diferente.

O esporte exige sacrifícios e abnegações. Até que ponto vale à pena? Claro! O esporte influenciou em tudo na minha vida, na disciplina, cultura… Eu e minha família éramos muito pobres, então o esporte me deu a oportunidade de melhorar de vida. Tive muitas desilusões, vitórias e derrotas. O esporte me ajudou muito na superação. Tem algumas coisas que as pessoas podem ver como negativo, mas faz parte da minha escolha. Às vezes eu chego pra treinar às 6h da manhã e saio às 15hsEm 2005 quando sofreu uma lesão na tíbia, teve medo de não poder retornar ao esporte? A minha primeira lesão foi em 2005 no meu pé esquerdo. Porém três meses depois eu voltei a treinar, sem perder as esperanças, e fui competir. Foi quando ganhei meu 1º título mundial. Foi a prova que nada é impossível. Você tem que acreditar em você e seguir em frente.

Ganhar é sempre a meta do esportista ou há verdadeiramente a alegria somente por poder estar competindo? Então, é óbvio que é muito bom ganhar. Mas o grande objetivo do esporte é a inclusão social. Aprender a rever as coisas negativas, a ter um bom desempenho. Se você consegue acertar então seu objetivo foi cumprido, e quando você ganha é melhor ainda.

Qual a sua melhor lembrança de competições e a pior? A melhor sem dúvida foi quando ganhei o 1º título mundial, quando subi no pódio e vi minha irmã lá… Até por que ela tinha sido a única mulher medalha de ouro e eu na ginástica masculina. Acho que a pior foi Pequim. Eu saí muito decepcionado. Mas foi um momento de aprendizado muito grande.Sua irmã praticar o mesmo esporte que você os torna ainda mais unidos? Não. Na realidade nós três, temos outro irmão, o Edson, sempre fomos muito unidos, independente do esporte. Aliás, a família sempre foi muito unida. Nesse Natal, por exemplo, passamos com toda a família reunida. Até no réveillon que eu ia viajar, quando soube que todos iam se reunir, eu preferi ficar com eles. É muito bom e eu gosto.

O que falta para conquistar uma Olimpíada? Acho que chegar mais inteiro. Em um ano e meio cheguei a fazer sete cirurgias. Preciso ter mais qualidade. Eu sempre fui de querer participar de tudo, sempre fui muito competitivo, então sempre queria competir em tudo. Saúde é fundamental para uma competição olímpica. Até as olimpíadas do Rio de Janeiro teremos 19 competições, praticamente 5 por ano. O negocio é treinar melhor e ter um melhor desempenho, com mais qualidade.

Quem é seu ídolo na ginástica olímpica? É com certeza a minha irmã! Foi quem me incentivou, abriu as portas para mim. Eu sempre fui fã dela!

Que cobrança é pior, a do público, do treinador, do patrocinador ou a sua própria? A pior é a nossa mesmo. Eu sei que todas as pessoas esperam que eu ganhe, mas eu tenho um sonho. E não deixo de acreditar em meus sonhos.

Nas viagens para as competições dá pra se divertir, conhecer os lugares ou só há espaço para treino e concentração? Depois da competição sim. É importante você conhecer o lugar, a cultura. Até para espairecer um pouco. Não dá pra ficar trancado no quarto do hotel o tempo todo.

E quando não está em competição o que curte fazer para se divertir? O que eu curto ir a praia, piscina… Mas esses dias escalei a Pedra da Gávea, andei de skate… Sou de São Paulo, mas moro no Rio há 18 anos, então curto muito isso. Moro pertinho da praia, então às vezes vou lá só pra olhar… Acho que passa uma energia boa.

Existe algum outro esporte que você gosta apenas por lazer? Não. Não tenho aptidão. O meu esporte é a ginástica mesmo.A ginástica olímpica deixa a musculatura do atleta bem definida. Mas de que forma você procura ajudar? Alguma dieta especial? Qual sua rotina de exercícios? A minha alimentação sempre foi muito regrada. Não por conta do esporte, mas por que sempre fui assim. Gosto de saladas, não sou de comer muita gordura… Mas às vezes como alguma besteira. E a minha rotina de exercícios já é a dos treinos mesmo.

Alguma dica para quem quer ser um atleta ou até mesmo já batalha por isso? A dica não só para atletas, mas não desistir na primeira derrota, nos tombos. É seguir em frente e persistir nos sonhos. E acreditar neles!

O que o esporte ensina para a vida? Te influencia a tudo isso, acreditar em si. Conviver com as pessoas. A torcer pelo adversário. Se você não ganhou não vai torcer contra o outro. É vibrar pelo teu colega.

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