Por André Porto e Nadezhda Bezerra / Fotografia Wagner Carvalho
Um homem realizado. É o que poderíamos dizer de Márcio Garcia? Com uma bela família, uma carreira consolidada como ator e apresentador, uma imagem sólida no meio publicitário, saúde e muitos amigos. Falta algo? Teoricamente não. Mas como o que move o mundo e o ser humano é o desejo de se superar e sempre encontrar um novo desafio que nos dê o prazer da vitória, Márcio foi à luta atrás de novos desafios e realizações. E foi com a garra de quem estava começando agora na vida profissional, que ele tem se dedicado ao cinema.
E como não há nada que sendo feito com dedicação e profissionalismo não resulte em sucesso. Foi nisso que resultou a excelência profissional de Márcio Garcia no mundo do cinema, premiado internacionalmente, eleito um dos novos diretores revelação em festivais internacionais e agora em produção do seu segundo longa metragem. Como o próprio Márcio fala nessa entrevista exclusiva, ele é um contador de histórias. E foi com atenção, simpatia e a humildade (que prega a seus filhos) que Márcio nos recebeu para falar um pouco dessa nova fase profissional. Nosso muito obrigado a ele e muito sucesso.
Apresentador da MTV, da Globo, Record, ator, dublador e mais recentemente produtor e diretor de cinema, incluindo aí uma produção internacional. É pouco ou quer mais?
Acho que está Ok. Apesar de o trabalho ser grande não posso negar que estou feliz e vivendo uma boa fase profissional. Como sempre procuro gostar mais daquilo que estou fazendo por isso hoje estou totalmente focado no projeto “Open Road” e o vivo intensamente como se nunca tivesse feito outra coisa na vida. Acho que este é o segredo para quem quer fazer muitas coisas; saber a hora de focar em apenas uma!
De tudo o que você faz o que acredita fazer melhor? Eu procuro dar o máximo em todo o trabalho que faço. Foi assim na minha primeira novela que rendeu muitos frutos, foi assim na minha última que não deu tão certo… Sou um cara de fé! Acredito que tudo pode dar certo, mas, aprendi que o resultado não depende só de uma pessoa. Respondendo a você, acho que farei melhor aquilo que der a sorte de fazer cercado do maior numero de pessoas competentes possível
Com todo esse empenho pro cinema vai ter espaço pra TV esse ano? Tenho um projeto secreto pra TV, realmente não posso falar mas acho que será incrível. Sobre a novela do Agnaldo acho que não poderei fazer. Estou com um problema no meu joelho e devo operar em breve. E o personagem é um atleta… que precisa estar apto a fazer coisas que não estou. Já estou sem joga meu futvoley há meses…realmente esta caindo a ficha… sou um jovem de 41 anos. (risos) Tenho que me cuidar de verdade…
Quais os planos para MGP Produções? No momento estamos dedicados ao Open Road, pois a produção é 50% nossa. Temos outros projetos pro cinema como a versão longa metragem de “Predileção” e outro longa em parceria com Uri Singer, meu sócio nos projetos internacionais, The Brazilian que trará grandes atores americanos. Alem disso temos uma grande parceria com a Red Bull.
Como foi o resultado final de “Amor por Acaso” (Bad & Breakfast)? Teve boa aceitação? Rendeu como esperado? Foi OK… Acho que podia ter sido melhor. Fazer um filme em 18 dias é meio complicado. Tínhamos que fazer quase 50 takes por dia…apesar de ser um filme simples e despretensioso… o tempo foi muito curto… tivemos que correr demais… Não foi exatamente como o esperado mas até que ficou fofo.
É difícil um filme brasileiro, com “pitadas” americanas, fazer sucesso no exterior? Eu não diria que se trata de um filme brasileiro pois noventa por cento do texto é em inglês. Hoje o Brasil esta muito na moda por aqui. Existe uma aceitação muito grande. Mas o americano realmente tem dificuldade com legenda, não foi acostumado a isso. E claro que a cultura é bem diferente. Mas no caso de “Bed e Breakfast” acho que isto não pesou no mercado internacional mas sim no Brasil, Pois acho ainda mais difícil os brasileiros rirem das piadas americanas do que vice e versa.
Como estão os preparativos para “Opend Road”? Escalação de atores… é verdade sobre a participação de Cleo Pires e Ronaldinho? Estamos bem adiantados. Não conseguimos fechar com a Cleo, nossa protagonista é a Camilla Belle. Ronaldo é co-produtor e fará uma participação em uma seqüência. Já estamos fazendo leituras com Andy Garcia, Camilla e Juliette Lewis. Nosso protagonista não esta confirmado!
Esse novo filme te trará algum outro desafio? Você já sente alguma diferença significativa de “Bad & Breakfast” para “Open Read”? Acho que todo novo projeto é um desafio. Desta vez temos uma equipe um pouco mais experiente. Nosso DP (diretor de fotografia) é Jonathan Hall que fez Avatar, nosso PD (produtor de arte) é Shawn caroll de “Boys don’t Cry”, e temos o tempo que o filme demanda de fato. Acho que somando isso há um pouco mais de experiência e ao roteiro de Julia Camara que considero incrível, teremos um grande filme.
Vejo que você está muito empolgado com cinema. O que está gostando mais dessa nova fase como diretor? Sou um contador de histórias nato. Tenho uma visão estética de tudo que eu leio. Adoro cinema e penso que os desafios como diretor são vários; saber se aquela história vale a pena ser contada, saber se você sabe como contá-la, se você consegue colocar a história que você quer contar na tela; e encontrar as pessoas certas para fazer tudo isso acontecer. isso é empolgante? Eu acho!
Em 2009 você ganhou alguns prêmios internacionais como o Excellance in Acting no LABRFF (Los Angeles Brazilian Film Festival), foi premiado no Newport International Film Festival como Best Up and Coming Director e foi indicado para o festival de Vail e de Cleveland da Academy AwardDirector. Você esperava tudo isso? Como você encarou esse reconhecimento internacional? Sinceramente não. Primeiro por ser um filme do gênero que não tem muito a ver com festivais. Ficou realmente como eu queria, mas eu não esperava.
O que Andrea, sua esposa, te trouxe que você não tinha conquistado antes? Ah meus três filhos…! Andrea é uma super mulher, super mãe, sou fã incondicional dela. Andrea é demais, grande profissional, batalhadora…
Suas melhores produções são seus filhos? Com certeza! Eles são tudo pra mim. São dois meninos e uma menina.
Prestes há completar 41 anos, porém com o mesmo ar jovial de quando apareceu na TV pela primeira vez. Foi complicada a chegada aos 40? Como você encarou (ou encara)? 41 pesa mais que 40. De 39 pra 40 não fez muita diferença, mas 41 eu acho que sim. A idade te traz mais serenidade para fazer as coisas. Hoje em dia tenho muito mais calma e paciência. Você canaliza melhor sua energia. Quando se é jovem quer se fazer tudo logo, rápido, sem pensar muito. Com mais idade você aprende a não desperdiçar energia sem uma boa razão.
Sempre que pode você é visto praticando esportes na praia com os amigos. O que mais você faz para manter a forma? Eu malho em casa. Como estou com problemas no joelho, estou sem poder jogar meu futevolei há tempos. Mas a Dra. Andrea Santa Rosa cuida de mim, da minha alimentação… E te garanto alimentação saudável faz toda diferença.
Até que ponto você é vaidoso? Que hábitos você adquiriu ao longo do tempo neste sentido? Sou pouco vaidoso. A Andrea pega no meu pé e me deu uns conselhos um pouco (risos). Por mim só usava camiseta, uma calça jeans e chinelo… mas não rola… Protetor solar, e claro, “Head & Shouders”! (risos)
Que valores você cultiva que vieram de herança da sua criação? Amor, amizade e confiança… Li um livro, depois que meu primeiro filho nasceu; “Pais Brilhantes, Professores Fascinantes”, de Augusto Cury, recomendo até pra pais experientes. Humildade é fundamental na educação, saber pedir desculpas. O ser humano tende a não assumir que erra. É muito importante os pais demonstrarem não só a verdade mas suas falhas e erros pros filhos, é um exemplo fundamental. Estou sempre perto deles. Sou de colocar pra dormir, faço questão de pegar ou deixar na escola. Sei que este tempo voa e quando se vê…eles já não são mais crianças.
Assista o vído com o making of do ensaio:
Assistentes de Fotografia – Alexandre de Paula e Ricardo Perri