ENTREVISTA: Nando Pradho, um dos maiores atores de musicais no Brasil faz sucesso dentro e fora dos palcos

Ator, cantor, tv e teatro fazem parte desse artista. Desde de muito cedo Nando Pradho, já despertava sua veia artística e a prova é que hoje ele é considerado um dos maiores atores nacionais de musicais. Seguindo a positiva onda das peças musicais, trazendo um pouco da Broadway para nossa realidade em famosos espetáculos como O Fantasma da Ópera, Miss Saigon e Jekyll & Hyde, Nando tem dado o que falar a cada novo projeto. Fora isso atualmente está na TV, em um programa voltado para crianças, e prepara o lançamento de seu primeiro disco solo agora para maio. Ou seja, Nando Pradho é um verdadeiro “showman” nacional. Conheça um pouco mais desse grande artista e fique atento em seus próximos trabalhos.

O que veio primeiro para você, a música ou o trabalho de ator? Quais as dificuldades e “facilidades” de cada um? Sou músico desde os 8 anos. Aos 17, era vocalista de uma banda e resolvi estudar teatro pra melhorar como intérprete na função de cantor mesmo. Não imaginava virar ator. Porém, quando a banda acabou, um amigo me levou pra assistir o musical Rent. Foi quando me deparei com uma linguagem que unia duas paixões em um único trabalho. Resolvi naquela noite que faria isso da vida.

Como você se realiza através da música? O ponto máximo da realização artística é o momento em que nasce uma canção que exprime exatamente como me sinto. Imagino que seja o mais próximo do que sente uma mãe que acaba de ter um filho, pois ali ganho um companheiro que amo e me acompanhará para sempre.

E através da atuação, TV, teatro, cinema… Onde se sente mais confortável? Estar confortável depende muito do diretor, independentemente do veículo. Eu me coloco à disposição do diretor e não me sinto com esse peso nas costas. É como se eu fosse a guitarra e ele o guitarrista. Só preciso ser um bom instrumento e confiar nele. Estou completamente apaixonado pela rotina da TV e pretendo ter a mesma segurança que alcancei nos palcos. “Morei” praticamente dentro de teatros em que fazíamos sete apresentações por semana, durante 15 anos. Não tive contato com cinema ainda, mas, com um bom diretor e um roteiro desafiador, deve ser uma experiência única.

Fazer um musical é a forma perfeita para unir seus dois universos? Com certeza. Mas para juntar essas duas formas de arte exige técnica. Não é tão simples fazer essa união. Se torna uma terceira coisa, não só uma somada à outra. Acredito nas escolas de teatro musical, mas acho que a prática é o melhor dos mestres para se chegar a essa Terceira coisa.

Você já fez “A Bela e a Fera”, “Chicago”, “O Fantasma da Ópera”, “Miss Saigon” e “Jekyll & Hyde — O Médico e o Monstro”. Grandes clássicos da Broadway. Como foi participar disso tudo? Foi mágico, principalmente sendo dirigido pelos melhores do mundo nessa linguagem. Das nove produções que participei, seis foram estrangeiras. Tanto contato com a maneira diferente de pensar e trabalhar deles foi realmente muito enriquecedor. A disciplina que me acompanha desde então devo a isso.

Qual musical você deseja muito poder participar ou trazer para o Brasil? Sinceramente, adoraria remontar “O Médico e o Monstro”, pois foi a única produção que ficou apenas três meses em cartaz. Como protagonista, eu era exigido ao limite vocalmente, fisicamente e como ator. Ficou um gostinho de quero “muito” mais!

Você acha que os musicais são uma forma de atrair mais público para o teatro? Como sente esse feedback por parte do público? Não há como negar o aumento expressivo de público nos teatros e o número de teatros construídos desde o início dessa leva de montagens que se iniciou em 1999. Talvez o teatro sem música tenha perdido espaço e investimento por conta disso, o que é triste. Assim como muitos músicos perderam seus espaços de shows para os comediantes de stand-up. O público se mostra apaixonado, sem dúvida, mas sempre que tenho contato, procuro passar que o teatro de texto, a música ao vivo e o circo são os nossos principais alimentos de inspiração.

Viver de arte no Brasil ainda é um grande desafio. Quais seriam as saídas para melhorar esse panorama? O que dificulta mais? A falta de respeito pela profissão e a falta de investimento, principalmente fora de São Paulo, são os maiores obstáculos. Respeito e investimento mudariam esse panorama.

O que você acha desses programas de TV como The Voice e Superstar, que revelam novos talentos musicais? É realmente uma grande ajuda para cantores ou apenas uma vitrine temporária? São imensas vitrines para novos talentos, porém poucos permanecem em evidência. Acredito que seja devido à falta de produção criativa. Quem teve essa oportunidade nos anos 1960, com os grandes festivais, e permanece até hoje são verdadeiras usinas criativas, e não excepcionais cantores. É muito bom ouvir uma boa voz, mas nada se compara a uma canção que te emocione pela obra.

Como é trabalhar para o público infantil em “Cúmplices de um Resgate” (SBT)? Está sendo maravilhoso. Crianças são fãs muito ativos. Com mais de 225 mil seguidores, constantemente tenho de estar presente respondendo a perguntas e em contato com elas. É muito divertido.

Quando não está trabalhando o que curte ler, ver e ouvir? Jeffrey Archer é meu escritor de cabeceira e atualmente estou lendo “O Voo do Corvo”, tenho ouvido bastante Caetano, John Mayer e um compositor português chamado Miguel Araujo, e assistindo à série Homeland.

Quais os próximos passos? Em maio lanço meu primeiro CD solo, “Paleta de Sons”, começo a fazer shows e quando acabar a novela adoraria estar em um novo desafio na TV.

 

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