ENTREVISTA: ROBSON LIMA ESTREIA NOS CINEMAS COM “MAMONAS ASSASSINAS”

A versatilidade levou o artista Robson Lima a se descobrir a cada novo desafio. Da engenharia aos palcos de teatro, Robson que já foi garçom cantor, entrou para o teatro musical e foi lá que descobriu até onde a arte o levaria. Dos musicais “Grease” e “Fala Sério, Gente!” até sua estreia nos cinemas com o longa “Mamonas Assassinas”, foi uma trajetória de reconhecimento como artista. E ele não para! Para este mês vem o projeto “naïve” com músicas autorais com uma linguagem lúdica-poética.

Você é ator e cantor, e isso abriu caminho para musicais que você participou. Conta um pouco sobre sua trajetória? Eu sempre acreditei na pluralidade artística. Comecei meu caminho artístico na adolescência, cantando no coral da igreja e participando do grupo de teatro amador. Ao mesmo tempo, há 10 anos eu trabalhava com Engenharia e Desenho Industrial. Quando resolvi mudar de carreira fiz de tudo um pouco: De projeto escola a garçom cantor, fui correndo atrás não só de trabalhos mas de estudo e especialização. Foi aí que o teatro musical surgiu na minha vida: Participei do musical “O Mambembe” do projeto UNIRIO Teatro Musicado (minha faculdade) e a partir daí fui numa crescente muito legal dentro desse mercado. Já fiz parte de espetáculos no Rio, São Paulo e em turnês por todo o Brasil. Meu último trabalho foi protagonizando a montagem brasileira de Grease, dando vida a Danny Zuko, mesmo papel interpretado por John Travolta no cinema.

Como recebeu o convite para atuar no filme Mamonas Assassinas? O meu primeiro grande trabalho com musical foi em “Fala Sério, Gente!”, projeto dirigido pelo Jarbas Homem de Mello, produzido pela Claudia Raia e com texto da Thalita Rebouças. Esse timaço acreditou no meu trabalho e potencial e tivemos a oportunidade de realizar uma linda temporada em São Paulo. Anos depois, Jarbas com sua generosidade sem fim me indicou para o papel no longa (ele foi nosso preparador de elenco). Foi muito simbólico e importante. Mais uma vez um profissional e artista que admiro tanto me abriu portas e oportunidades para um novo caminho: dessa vez o do audiovisual. Apesar de já ter realizado participações em novelas, essa é minha estreia no cinema. Também sou grato demais a Solange Jovino e a Walkiria Barbosa da Total Filmes pela confiança em me entregarem esse presente que é o Júlio.

Como foi o seu estudo em relação ao personagem já que é uma história real? Você teve contato com os familiares do seu personagem? Eu amo o processo de construção de personagem. Meu trabalho de mesa é intenso e eu gosto de me nutrir do máximo de material que eu posso para dar espaço a uma nova vida. O grande desafio e responsabilidade de viver uma vida já existente vai além do “tentar imitar”, é necessário desvendar essa humanidade e, principalmente, como ela se conecta com você. Minha preparadora Nádia Bambirra foi fundamental nessa busca e com o processo ainda ganhei uma irmã do coração: Paulinha com toda sua bondade me muniu com tanto material, afeto e atenção que ficou muito claro que ser iluminado é algo que está na genética da família. Pude ter informações exclusivas de alguém que estava lá e também viveu tudo aquilo. Dessa maneira, mais do que conhecer o Mamonas do cabelo vermelho, o tecladista, a Maria do Vira; eu pude conhecer quem foi esse amigo, esse filho e esse irmão. É muito bom encontrar com a Paula, alguma hora a gente sempre acaba se emocionando. Os familiares estiveram muito presentes durante todo o processo: quase todo dia alguém estava por lá para nos dar apoio e ver o andamento da preparação e gravações.

Qual sua relação com a banda Mamonas Assassinas, você era fã? Eu tinha apenas dois anos quando o acidente aconteceu, mas por ter irmãos mais velhos pude absorver um pouco do impacto que eles causaram em uma geração inteira de fãs. Ao entrar para o projeto, pude de fato esmiuçar a discografia e história, me apaixonando como ator, como espectador e como músico pela irreverência e alegria desses caras. Eles tocam nos lugares e tocam as pessoas até hoje e a qualidade do que eles produziram é ímpar quando relembramos que o recorte de tempo é a década de 90.

Como você acha que os Mamonas estariam hoje em dia? É difícil prever, pois a capacidade de se transformar que esses meninos tinham era impressionante. Quando falamos da década de 90, falamos de um recorte de vida e de sociedade totalmente diferentes. Mas o grande fato é que eles eram muito verdadeiros com eles mesmos, seu trabalho e com o olhar sobre o mundo que viviam. Então acredito que essa qualidade se manteria até os dias de hoje, mas é claro, com esse novo recorte de tempo e sociedade.

Algum projeto em andamento para 2024? Sim! Também possuo trabalho autoral como cantor. No final do ano passado comecei a produzir e lançar minhas músicas com o projeto “naïve”: uma forma de falar sobre assuntos importantes da minha vida com uma linguagem lúdica-poética. Meu single debut foi “respira”, que fala sobre ansiedade e em Janeiro de 2024 já teremos um novo single: ele é a continuação desse meu projeto e vai trazer uma nova faceta minha.

Pratica algum exercício? Tem algum ritual de beleza? Eu amo praticar esportes (fui semi federado em vôlei e natação da minha infância a adolescência) e sempre que consigo (devido a minha vida agitada e muitas viagens) me mantenho recorrente na musculação. Cada novo trabalho também é um desafio, só esse ano precisei ajustar o meu corpo para três situações diferentes. Por isso estou sempre de olho na minha saúde e fazendo check ups. O meu ritual de beleza favorito são skin cares, gosto muito de cuidar da minha pele.

Para te conquistar é preciso? Ser genuíno e verdadeiro. Sou apaixonado por pessoas reais que são fiéis a forma como elas enxergam o mundo e as coisas. Somos justamente especiais por sermos quem somos.

Fotos Felipe Quintini / Beauty e Styling Luísa Galvão