Ele tem o nome do pai, José, mas vai interpretar o filho, Jesus. Conhecendo a trajetória de um e de outro, contada pela Bíblia, pode-se dizer, sem exageros, que José Barbosa, o Zé, é perfeito para o papel. Nessa entrevista você vai perceber o quanto a fala dele se mistura com as parábolas do Nazareno que pregava o amor e a caridade. A honestidade do desejo antigo de interpretar o papel que agora é seu, os valores, o orgulho de suas raízes, a simplicidade e a total ausência de deslumbre com a fama, que vem bater à sua parte, mostram o quanto esta pessoa merece interpretar o grande personagem de toda a história da humanidade. E como se não bastasse, no maior espetáculo ao ar livre do mundo, A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Pernambuco. Conheça um pouco mais do homem que dará vida ao Filho de Deus e sem dúvida, em breve, a outros grandes personagens também.
Depois de anos o Jesus de Plínio Pacheco volta para a interpretação de um pernambucano. Quais sentimentos isso causa em você? Pressão, satisfação, ansiedade? Consegue descrever? Todos estes sentimentos estão presentes, e tantos outros também como: felicidade, realização como profissional de teatro e aprendizado. Afinal é o personagem mais complexo de que se pode imaginar. Cada indiví¬duo tem uma leitura de Jesus, uma forma de imaginá-lo. Trabalhar com essa expectativa, passar da melhor maneira as últimas horas de Cristo em um teatro como Nova Jerusalém, é uma oportunidade artí¬stica e espiritual í¬mpar.
Em 2010 você substituiu o ator Eriberto Leão que precisou se ausentar para receber uma premiação. Naquele dia desejou o papel de forma não oficial? O desejo sempre foi oficial, sempre esteve presente.
Você irá interpretar o Cristo, uma das principais figuras da fé cristã. Qual a sua crença? Tem fé no homem/santo que interpretará? Sou Cristão, acredito no amor e na caridade, creio que estas duas atitudes, são as formas de ligação direta com Deus, e o aprendizado dos ensinamentos de Jesus, consistem exatamente nisso. Tenho uma fé gigantesca nesse homem.
Confira um dos comerciais da Nova Paixão de Cristo de Jerusalém:
O que você traz em sua personalidade da sua terra natal, Salgueiro? Eu nasci em Salgueiro e fui para Limoeiro aos 2 anos de idade. Minhas lembranças de infância e adolescência são de Limoeiro, onde conheci a arte e o amor de Cristo. Mas, de Salgueiro, acho que trago a persistência do Sertanejo, a batalha diária com uma esperança nos olhos que não se apaga.
Que momento mais te emociona e qual é o mais difícil de fazer? Cada momento, cena, pisar nesse lugar, reencontrar amigos, conhecer novos, tudo isso me emociona muito. O mais difícil… Não sei, o espetáculo é muito difícil… Acho que, como o áudio do espetáculo é gravado, creio que o mais difícil seja o sincronizar de tempos, fala e respiração. Fora isso, ele se torna fácil, pelo prazer que é estar neste lugar interpretando Jesus.
Soubemos que você é o responsável por ensaiar com os outros atores que vem de fora e sabe as falas dos personagens deles. Como se dá esse processo? Na verdade, só do ator que vem pra interpretar o Jesus. O ator chega com pouco tempo para ensaio, eu recebo a gravação do áudio deste ator, ensaio com o elenco e quando ele chega, faço uma vez, para que ele veja as marcações e depois junto com a direção, vou auxiliando-o no palco.
A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém é interpretada por vários atores globais, considera isso uma oportunidade de troca de conhecimento? Considero válido, independente de rótulos nestes atores. Convivemos por muitos dias, conhecemos pessoas, não produtos. Estas pessoas que aqui chegam, são tratadas da mesma forma, como qualquer outra pessoa e nos damos muito bem, tanto pessoalmente quanto profissionalmente. Conhecer novas pessoas, novos profissionais.
E como é o entrosamento entre os atores que vem de fora e vivem a experiência pela primeira vez e os atores locais que já estão anos e anos nessa jornada? Flui normalmente. Temos 16 dias juntos no mesmo lugar, convivendo, rindo, comendo, conversando e trabalhando. Vivemos em comunidade durante essa época, e na hora do trabalho, trocamos experiências, nos ajudamos e buscamos o mesmo objetivo, que é fazer um belo espetáculo.
O que o fez buscar a carreira de ator? Meu amor pela arte, em todas as suas dimensões.
Como foi o início de carreira? Considera esse momento um novo início ou uma continuidade? Comecei desde muito cedo, criança ainda, no colégio. Fazia pecinhas na escola, depois passei a integrar grupos na minha cidade, vim para Recife e voltei a trabalhar com teatro e vídeo. Estar em Nova Jerusalém, interpretando o Cristo, é um marco na minha história profissional e pessoal.
O que levaria de Pernambuco para onde quer que fosse? O que você tem de mais pernambucano? Levo sempre comigo a alegria, persistência, esperança e fã que aqui em Pernambuco temos de sobra. Levo o desejo de que tudo sempre pode ser melhor, levo a riqueza e a multicultura do meu povo, que é pura arte. O que eu tenho de mais pernambucano? O sangue, as veias, a alma.
O que te diverte? O que curte fazer nas horas vagas? Amo ficar com meus filhos, brincar com eles. Isso é o que eu não consigo viver sem.
Qual sua grande paixão? Minha família, minha namorada, meu trabalho, a música, tudo que me dá desejo de estar.
Qual seu maior pecado? Acho que tenho que aprender a não julgar tanto. Tô tentando.
Quais seus planos para depois da Paixão de Cristo? Tenho uma circulação com a peça: Um Rito de Mães, rosas e sangue. E a gravação do trabalho da minha banda, fora isso tudo ainda é segredo.
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