A atriz Carla Díaz completará 27 anos esse ano e já comemora 25 anos de carreira. Mas como assim? Você deve se perguntar… Bem, você talvez não deva se lembrar, mas a garotinha de Chiquititas e depois a espevitada Khadija de “O Clone” cresceu dentro dos estúdios e dos palcos. Ao longo dessa trajetória foram inúmeras personagens e Carla está sempre pronta para novos desafios, como sua estreia como protagonista nos cinemas para esse ano. Divertida, determinada e romântica (segundo ela), Carla é uma garota-prodígio que amamos ver em cena. E mais ainda depois desse ensaio e dessa gostosa entrevista. Aguarde que em breve vem mais Carlinha por aí…
Carla a impressão (real) é que vimos você crescer ao longo dos anos desde quando você fez sua estreia na TV. Como avalia sua trajetória? Realmente cresci diante dos olhos do público, estou prestes a completar 27 anos em novembro e há 25 anos no meio artístico. Antes mesmo de estrear na TV, já estampava capas de revistas e catálogos de moda infantil, até de fralda de pano fui “modelo”. Comecei aos 2 anos na TV fazendo uma campanhas publicitárias, foram mais de 180. Depois aos 4 anos estreei minha primeira novela “Éramos Seis” no SBT, fiz outras também, mas a que me mostrou mesmo para o Brasil foi Chiquititas, um grande sucesso infanto-juvenil, que até hoje sou lembrada pela órfã Maria e que cantava “Coração com Buraquinhos”. Logo depois fui contratada pela Rede Globo onde também tive a oportunidade de fazer personagens de grande repercussão. Foram oito ao todo durante nove anos de contrato longo. Parte do meu passado, mas que ainda sou reconhecida por ele, principalmente por ter feito a Khadija de “O Clone”, personagem muito marcante, que teve até um bordão “instala” (que significa “Se Deus quiser”) essa novela também é a mais vendida pelo mundo.
Com isso acabei tendo fãs de diversos países e fico encantada quando recebo mensagens deles nas minhas redes sociais ou quando sou reconhecida fora do Brasil. Gratificante demais esse carinho do público. Depois de 9 anos nessa casa, fui contratada pela Rede Record, onde realizei 5 novelas e apresentei um programa. Não posso deixar de citar a Márcia de “Rebelde” e a princesa Melina de “A Terra Prometida”, minhas personagens mais queridas pelo público nesses meus últimos anos. Simultaneamente com todas as novelas, também estive nos palcos e ao todo foram 12 espetáculos. Resumindo: passei pelas 3 emissoras mais importantes do país, fazendo novelas e programas de grande sucesso, também fiz espetáculos teatrais e cinema, com tudo isso, acabei ganhando prêmios por algumas personagens, então acho que são 25 anos de muito trabalho, dedicação e felicidade com o que amo fazer.
Quando você percebeu que ser atriz era realmente o que você queria? O que te motivou? Eu já estava no meio artístico quando tive essa percepção, claro que não foi aos dois anos, pois um bebê não tem esse tipo de pensamento. Lembro que eu era novinha ainda e fiquei fascinada com uma novela que assistia “Mulheres de Areia”. Adorava a Glória Pires e minha mãe contou na época que era a mesma atriz que fazia as duas gêmeas. Achei aquilo maravilhoso, como a TV tinha esse poder? Então me apaixonei de vez por toda essa magia, mas foi mesmo na pré-adolescência, pós “O Clone” que tive a certeza que queria ser atriz.
Você passou da comédia ao drama, do humor ao infanto-juvenil. Em que se sente mais confortável e onde se sente mais desafiada? Ao longo da minha profissão fiz diversas personagens e tive a oportunidade de fazer papéis marcantes desde criança. Cada uma marcou uma fase da minha vida, então fiz crianças, adolescentes, jovens e também mulheres. E realmente pude experimentar o drama, o humor e ação nelas, acredito que todas as personagens são desafiadoras, até mesmo aquelas mais parecidas comigo, pois gosto de criar uma identidade para cada uma delas. Todas são diferentes, com características distintas, e por mais que estude muito para construí-las, o frio na barriga é inevitável.
Você tem 26 anos e está completando 25 anos de carreira. Como vê isso? Desde que me entendo por gente me vi no meio artístico mesmo não tendo lembra. Vejo que já vivi muita coisa, porém ainda tenho uma longa estrada pela frente. Tudo que sei da minha profissão basicamente adquiri na pratica, nos estúdios e nos teatros, com professores maravilhosos que são: autores, diretores, atores e pessoas da equipe técnica no geral. Tive e tenho o privilégio de aprender com os melhores, mas sei que ainda tenho muito que crescer. Atualmente estou me formando na faculdade de cinema, mas não quero parar de estudar.
Quais seus maiores desafios até agora na TV? Como já disse, toda personagem encaro como um desafio novo. Mas dependendo de cada história, esse desafio pode ser maior. Por exemplo, a Gina de “Sete Pecados”, uma novela do Walcyr Carrasco me surpreendeu desde o início, pois entrei com dois meses no ar e abortando uma história linda sobre o racismo. Logo depois minha personagem teve um segredo, que todos, inclusive eu, só descobrimos ao longo da trama. Minha personagem era soropositivo, por isso se privava de viver muita coisa, como o primeiro amor. Mostramos o preconceito, e levamos informação de uma maneira mais acessível ao público. Então foi um enorme desafio para mim, como atriz, construir no meio da novela toda essa vivência que a personagem tinha desde seu nascimento. Corri para fazer um laboratório mais aprofundado no Instituto Viva Cazuza e conversei também com várias pessoas soropositivas, pois quis mostrar com veracidade esse tema. Acredito que a TV, assim como outros meios de comunicação, tem o poder de informar uma sociedade, e fazer parte disso é muito gratificante.
Você vai viver sua primeira protagonista no cinema. Como é o filme? Como surgiu e quando estreia? O convite surgiu no ano passado e obviamente fiquei super feliz e entusiasmada, não só por ser meu primeiro longa e sendo protagonista, mas também por ser rodado na minha terra, São Paulo. Fiquei uns dois meses morando lá, por causa do filme e simultaneamente com a temporada de “Estupido Cupido” na Paulista. “Jogos Clandestinos” se passa num cassino clandestino, onde minha personagem Margarida, é uma garçonete ambiciosa e que quer enriquecer a todo custo. Ela percebe um jeito de quebrar a banca e para isso conta com a ajuda de seu namorado Tobias (Allan Sousa Lima) e seu amigo Pangaré (Oscar Filho), dois malandros. Porém o plano sai completamente errado, envolvendo muita comédia e ação. Fiquei muito feliz com essa nova experiência, amo cinema, mas até então não tinha tido tempo e nem muita oportunidade para fazer. Estou super ansiosa com o resultado.
No teatro você já tem inúmeras peças no currículo. A mais recente foi “Estúpido Cupido”. Como é sua relação com o teatro? Amo teatro é um local onde tenho contato direto com o público, e de imediato a sua resposta, receber essa energia é maravilhoso e a cada dia é uma experiência nova, não consigo viver sem fazer. Foram 12 espetáculos ao todo.
Hoje em dia você está com 26 anos, mas ainda mantém seu as de menina. Se sente um mulherão em que momentos? Quando e como aflora isso? Como diz a minha mãe a genética é boa (risos)… Mas acredito que vai ser um pouco difícil tirar esse olhar de menininha do imaginário de muitos, pelo motivo de ter começado cedo e logo fazer personagens marcantes que ficaram na memória do público, que sempre irão remeter a minha imagem atual a do passado. Me sinto muito mulherão quando leio nas chamadas de matérias “Carla Diaz cresceu e virou um mulherão”, dou muita risada porque crescer não cresci tanto assim… Sem brincadeiras, acho que isso aflora mais quando vejo que tenho que tomar decisões na minha vida que só dependem de mim, ai sim, vejo que realmente cresci e a menininha ficou lá no passado.
Muitas pessoas ainda falam da Khadija, em “O Clone”? Que lembranças você ainda guarda dela? Khadija vai ser eterna, não tem como não lembrar dela é uma personagem de repercussão mundial, “O Clone” fez 15 anos esse mês e é uma novela que até hoje é vendida para outros países e onde passa é o maior sucesso. Para vocês terem ideia tenho fás até na Rússia, já dei entrevista para vários países e onde passa a pequena Kadhija é um sucesso com os seus bordões “Inchala” e “Adoro Ouro”, “Quando crescer quero um marido, rico, bonito e que me de muito ouro”. (risos) Ela e um personagem muito carismático. Nessa novela foi a primeira que estudei muito para fazer, tive aulas da cultura árabe, convivi com árabes para pegar o sotaque, e isso foi um desejo meu e não uma imposição da direção, por que meu pai é uruguaio e tem sotaque ai eu achava que ela por ser árabe tinha que ter também. Daí fui prestar atenção nelas e peguei o sotaque (risos) e a dança do ventre que fez tanto sucesso. Amei e peguei para minha vida, faço até hoje. O carinho de toda a direção, elenco e público que me abraçam até hoje, então nessa personagem que com certeza me marcou muito.
Com a visibilidade que a TV proporciona o assédio aumenta. Os homens são mais reservados nesse sentido ou tem recebido muita cantada? O assédio com fãs em geral aumenta, pois me reconhecem pelo meu trabalho, mas no sentido amoroso, vejo os homens mais arredios. Acho que por ser atriz, eles ficam um pouco com medo de se aproximar.
Como lida com as redes sociais? Lido muito bem e adoro esse contato direto e imediato com o público. Sou do tempo que recebia cartinhas (risos) então demorava mais e como sou muito dinâmica adoro essa agilidade de hoje em dia.
O que você curte fazer nas horas de lazer? Adoro dormir e comer (risos). Gosto muito de ir ao teatro, cinema e sair para dançar. Na TV adoro series, quando tenho tempo sento para ver e viro a madrugada. Mas gosto muito de ter tempo para fazer aulas de dança do ventre, zumba, muay thay, ir à praia… enfim viver a vida de forma leve ao lado dos amigos e da família.
É muito vaidosa? Até que ponto? E homem vaidoso, te atrai? Acredito que sou vaidosa na medida certa. Gosto de me cuidar e como toda mulher, adoro conhecer as novidades lançadas, aliás, hoje em dia, mulheres e homens fazem parte desse mercado. Todos nós somos muito mais vaidosos do que nossos antepassados, por exemplo, porque também temos muito mais opção de produtos, isso faz parte da nossa geração e me atrai sim homem que se cuida.
Quais os próximos passos para esse ano? Lançamentos do filme “Jogos Clandestinos”, da minha linha de bijux, e de outros produtos que estamos em fechamento. Estou lendo textos para teatro pois também quero comemorar esses 25 anos de carreira nos palcos, já sobre novelas ainda não posso contar, mas logo teremos novidades.
Como você se descreve? Sincera (até demais), amiga, companheira, dedicada em tudo que faço, me entrego de corpo e alma, perfeccionista (às vezes acho que isso chega a ser até um defeito), aventureira e romântica. Minha mãe diz que sou uma ótima filha e que serei uma ótima nora também (risos).
E como conquistar Carla Diaz? Muito difícil responder essa pergunta, não existe uma fórmula. Mas acredito que honestidade é fundamental, mostrar desde o início quem você é.