O brilho da atriz Ester Dias (@diasdeester), 38 anos, é conhecido por boa parte do público da TV e do cinema. A atriz que estudou no Nós do Morro (conhecido por revelar grandes talentos) e Unirio, como muitas estrelas, teve sua estreia na TV em Malhação (Globo) em 2009. De lá pra cá, a atriz vem colecionando sucessos em todos os lugares que ocupa, entre palcos e trabalhos no audiovisual. Ester, também atuou em Carcereiros (Globoplay), Sob Pressão (Globo) e também pode ser vista com destaque em Um casal Inseparável (Telecine) e protagonizando um episódio da série que ganhou um Emmy de melhor comédia Ninguém está Olhando (Netflix). Ester estrela o documentário The Way We Move disponível no YouTube no canal da Adidas Runners. Em entrevista exclusiva, Ester, fala sobre como foi atuar no remake de sucesso Pantanal e como a sua personagem Glória, em Bom dia Verônica foi um divisor de águas, não apenas em sua carreira, mas na sua vida, enquanto mulher, negra, empoderada que reconhece a importância da representatividade na dramaturgia.
Como começou a sua carreira de atriz? No ensino médio eu fui estudar numa escola onde tinha um curso técnico em publicidade e propaganda, eu queria cursar faculdade de jornalismo e foi o curso técnico mais próximo da área de comunicação. Na escola tinha um Núcleo de Artes onde tinham aulas de dança, teatro e a Cia de Atores Bailarinos Adolpho Bloch, quando eu me dei conta eu passava quase todo o meu tempo extra fazendo aulas de dança, teatro, ensaiando na Cia, lá eu fiz os meus primeiros espetáculos. Alguns anos mais tarde eu fui estudar teatro mais a fundo no Grupo Nós do Morro e na Unirio.
Em Pantanal você viveu a mãe da Muda, como foi para você participar de uma trama do horário nobre sendo um remake de sucesso? Para começar foi uma honra enorme trabalhar com grandes nomes da televisão brasileira, já era fã do trabalho do diretor Rogério Gomes e contracenar com um ator da importância do Enrique Diaz foi um aprendizado. Em segundo lugar foi desafiador porque era uma cena que ia reverberar por toda a trama, e com certeza o fato de ser um remake faz com que gere uma certa expectativa no público.
Você entrou numa série de sucesso na segunda temporada de Bom Dia Verônica, já imaginava como seria o sucesso da sua personagem Glória? Eu criei expectativas, pois sabia o quanto Glória trazia consigo a questão da força da mulher negra, de ocupar espaços de protagonismo e representatividade. O que eu não imaginava, era o feedback que eu receberia de tantas mulheres, dos mais diversos grupos sociais e étnicos, desde mensagens carinhosas parabenizando pelo trabalho, como pessoas que se sentiam à vontade de relatar historias muito íntimas relacionadas aos temas da série.
Você considera que Bom dia Verônica foi um divisor de águas na sua carreira? Participar de Bom dia, Verônica dando vida à Glória foi não só um divisor de águas na minha carreira, como na minha vida. Saber que eu fui escolhida através do meu trabalho para compor um elenco tão potente, falando de um tema tão importante para nossa sociedade, reitera os motivos pelos quais me tornei artista. Eu sempre acreditei na arte como ferramenta de educação e transformação social, e Bom dia, Verônica para mim é um exemplo perfeito de como a arte pode ser usada a favor da nossa sociedade.
Você vai estrear na Prime Box em fevereiro protagonizando o episódio “Um herói, uma Canção, um Enredo” de Cinema de Enredo. Como foi pra você atuar nesse papel e estar em um projeto que reúne tantos talentos negros? O projeto foi gravado em 2009 e aquele momento foi a primeira vez em que pude estar ao lado de tantos colegas de trabalho negros. Foi um sopro de esperança, ver tantas pessoas negras envolvidas num trabalho de qualidade, saber que é sim, possível criar espaços pra que atores tenham oportunidades de ter protagonismo.
No Cinema de Enredo você teve a oportunidade de trabalhar novamente com o diretor Luiz Antônio Pillar que foi seu primeiro diretor na tv em 2009, em Malhação. Como foi esse reencontro? Tem pessoas que fazem parte da nossa história e crescimento artístico, o Pilar com certeza é uma dessas pessoas, reencontrá-lo num projeto tão incrível, dez anos depois do meu primeiro trabalho na TV,fazendo a minha primeira protagonista em televisão foi certamente um momento muito marcante da minha carreira, e que vou lembrar com muita gratidão e carinho.
Qual foi a personagem mais desafiadora na sua carreira? Por quê? Heloísa, de Cinema de Enredo a primeira protagonista a gente não esquece.
Você acredita que fez as escolhas certas na sua carreira? Teria algo que, hoje, com a maturidade faria diferente e daria como dica para os atores que gostariam de trilhar uma carreira de sucesso como sua? Acho que sempre tem algo que se a gente tivesse a oportunidade, faria de maneira diferente. Cada escolha que a gente faz na vida está de acordo com o momento de vida, de maturidade que a gente está passando, e foram cada escolha que eu fiz e deixei de fazer que me tornaram a mulher que eu sou hoje, então, honro com muita dignidade, meus erros e acertos.
Quais são seus planos para o futuro? Ampliar as barreiras do meu trabalho, contar as histórias por perspectivas fora dos padrões que estamos acostumados na nossa sociedade. Tenho projetos muito importantes sendo preparados com muito carinho e ficarei muito feliz de voltar aqui para compartilhar.
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