Entre idas e vindas em projetos no audiovisual já se vão quase 30 anos de carreira de Juliana Knust. E ao longo dessa sua trajetória Juliana foi se descobrindo como artista e ser humano. Ganhando cada vez mais segurança e tarimba para fazer o que mais gosta: atuar. “Estar num palco ou num set de filmagem exercendo o meu ofício foi a forma que eu escolhi para me expressar nessa vida”, comentou ela ao longo dessa entrevista. E atualmente Juliana vive um momento especial da sua carreira com uma vilã, na série Reis (Record), além da participação na série (e filme) Estranho Amor, na AXN, e no futuro projeto que é o filme sobre Zeca Pagodinho, que ela nos conta aqui.
O que destacaria nessa trajetória? Repetiria algo de tão importante que foi para sua carreira? Às vezes sou um pouco nostálgica. Fico pensando como seria voltar no tempo e viver novamente momentos tão importantes e felizes na minha carreira. Mas a realidade é que a Juliana de hoje faria tudo diferente. A maturidade te traz mais ferramentas, mais sabedoria pra poder trabalhar melhor, viver melhor. Daí o entendimento de personagem passa a ser mais complexo e profundo.
Juliana, ao todo já se vão quase 30 anos de carreira, com mais de 20 novelas, 10 espetáculos e 3 filmes. Como avalia sua trajetória até aqui? Eu acho que a minha arte caminha junto com o meu amadurecimento, o meu entendimento como ser humano. Comecei muito nova na TV. Uma profissão instável. De altos e baixos. Fui aprendendo que nessa profissão que você vive ciclos. Você se esvazia completamente pra se preencher de um novo personagem. O tempo é necessário. Mas a ansiedade de menina me fazia sofrer bastante. Hoje percebo mais equilíbrio, mais confiança no meu trabalho. Tenho um pouco mais de tranquilidade porque sei do meu valor, da minha entrega e do meu compromisso com o meu oficio. Sou grata por conseguir viver da minha arte por tantos anos!
Pisar num palco te traz o que? Estar num palco ou num set de filmagem exercendo o meu ofício foi a forma que eu escolhi para me expressar nessa vida. Vai além da palavra “trabalho”. É existencial! É como um alimento pra minha alma.
Atualmente você está no ar com a personagem Maaca, em Reis (Record). Como está sendo a experiência? A Maaca, minha personagem, é vilã na história. E, com uma vilã, tudo é possível. Ela pode estar louca, com raiva, ter momentos de lucidez, ser verdadeira, mentir com a cara mais lavada do mundo. Essa montanha-russa de emoções é maravilhosa para uma atriz. Tudo é possível, a vilã não se encaixa em nada, não é ajustada nessa caixinha do óbvio, da boa moça. Está sendo uma experiência maravilhosa.
Soubemos da sua participação na série Estranho Amor, na AXN. Como é sua personagem e o que podemos esperar desse trabalho? Estranho Amor vai abordar a violência doméstica. Como artista e ser humano, discutir toda e qualquer forma de desrespeito, opressão, violência ou preconceito não é só importante, é uma necessidade básica. Tô feliz de ter feito parte desse projeto. Vânia é uma delegada casca grossa! É ela que vai atrás de solucionar os casos de violência que aparecem na sua delegacia.
Por sinal a série vai virar filme. É isso? Sim! Na série, Vânia está assumindo o posto de delegada em uma Delegacia da Mulher. Mas ela tem uma história de vida muito forte, o que a motivou a se tornar delegada. Na série contamos um pouco a história dela através de flashbacks. No filme, vamos nos aprofundar mais. Vamos contar a história de vida da Vânia. Antes de se formar.
E falando em filme… Vem aí o filme Zeca Pagodinho. O que pode nos adiantar sobre esse projeto? Esse é um projeto que mora no meu coração e não vejo a hora de conseguirmos realizar. Estamos em fase de captação de recursos e escolha de elenco. A previsão de filmagem seria ainda esse ano, mas… não tenho certeza de nada.
Deixando esse lado artístico de lado um pouco e focando na empreendedora, como surgiu a ideia do SPA Botânico? Um desejo próprio que virou um bom negócio? Uma das minhas melhores amigas Nina Garcia, mora em Penedo há alguns anos. Construiu uma galeria de arte maravilhosa no Parque Isokoti, a Galeria Amantikir. No meio da natureza, um lugar de muita paz. Pensamos que seria incrível ter um espaço ali de autocuidado. Juntei meu conhecimento sobre óleos essenciais com a visão de negócios da Nina e decidimos montar o SPA. Oferecemos saúde integrativa. Tratamentos e massagens terapêuticas com uso dos óleos. O SPA Botânico se tornou um espaço de renovação e acolhimento. As pessoas passam por uma experiência sensorial que convida a relaxar e encontrar o equilíbrio entre corpo e mente.
Como você cuida do seu bem-estar? Onde e como recarrega as energias? Tenho conseguido aproveitar um pouco mais as coisas simples da vida, momentos que me trazem paz. Um mergulho no mar, ver o por do sol, fazer uma yoga, massagem. E estar com meus filhos na paz da minha casa também é uma bateria extra gigante (risos).
Partindo para a vida íntima… como anda esse coração o que precisa para atrair sua atenção e te conquistar de vez? Meu coração está em paz, finalmente. Passei por períodos turbulentos, mas agora me sinto mais forte do que nunca. Sinto-me livre. Liberdade tem a ver com autoconhecimento. Quanto mais consciência você tem, mais você entende o seu lugar no mundo. E, consequentemente, mais livre você é pra viver e fazer suas escolhas. Liberdade também tem a ver com você não se prender às opiniões dos outros. E nem às suas. Se permitir se transformar. Não se limitar. Sigo me transformando. Me amando. E me respeitando.
Produção executiva e styling @samantha_szczerb
Fotos @priscilanicheli_ph
Video @linharesbianca para @hicreators.co
Beleza @makeluanaequipe
Locação @casajoa94
Agradecimentos @usearsie, @usenayane