ESTRELA: LUCIANA GIMENEZ ADMIRÁVEL POR NATUREZA

A força e a determinação de Luciana Gimenez sem dúvida são suas maiores características. Uma mulher de muitas batalhas e muitas conquistas que soube conquistar seu espaço com uma trajetória brilhante. Dos tempos de modelo no exterior até o Superpop, no qual é apresentadora há mais de 20 anos. É impossível Luciana passar despercebida por onde passa. Não é à toa que nessa capa da MENSCH ela está um arraso. Enquanto se recupera de um acidente recente, nós prestamos uma bela homenagem a essa mulher incrível e admirável com essa bela entrevista exclusiva.

Luciana, da época de modelo, passando pelo período que morou na França, chegada dos filhos e programa de TV, foram muitas emoções até hoje. Como você avalia essa sua trajetória e o que aprendeu até aqui? É uma trajetória de sucesso. Vou ser sincera, nunca ganhei prêmio, até porque as pessoas sempre me viravam a cara, mas estou há 22 anos na TV e ninguém fica por esse tempo se não for boa. O Superpop é um programa que, podem falar o que quiserem, mas é um programa à frente, de vanguarda. A gente toca em assuntos que muitas vezes as pessoas não querem tocar.

Eu apoio muito a comunidade LGBTQIA+. Nós fomos o primeiro programa a levantar o debate da troca de nome e sua importância – é sua identidade e nós sempre apoiamos isso. É o respeito com as pessoas, elas devem ser chamadas como elas querem e você tem que aceitar. Não é uma escolha, é respeito pelo outro e eu sempre briguei muito por respeito às mulheres. Nós temos que empoderar as mulheres, nós temos que mostrar que a mulher pode tudo que ela quiser, que ela não tem que ficar à mercê de homem… à mercê de ninguém. A mulher é uma força que move o mundo. Sempre falei isso e o Superpop, também. Sobre tudo isso, eu tenho certeza que minha história é uma história vencedora, nada me veio de graça. Todo mundo adora falar sobre meu antigo casamento, que ele que me fez estar à frente do Superpop, mas se fosse assim, eu não teria feito as coisas que fiz em paralelo. As pessoas têm que aprender a me respeitar e é isso.  Cada vez mais vou cobrar que as pessoas me respeitem, respeitem meu talento e respeitem a minha história.

Muito jovem você foi morar no exterior. Olhando com outros olhos hoje em dia, diria que foi uma experiência mais positiva ou nem tanto? Mudaria algo? Eu sempre quis trabalhar para poder viajar, ser independente e ter meu dinheiro. A moda me trouxe isso. Claro que no começo eu fiquei muito assustada porque fui muito jovem para fora do país. Passei muito perrengue – tive que me privar de muita coisa, mas eu decidi que não iria desistir.

Eu não queria voltar para a casa dos meus pais porque eu sabia que dessa forma, eu iria depender deles para ter tudo o que eu queria. Então, minha única opção era fazer acontecer. Já cheguei a ter que escolher entre jantar ou guardar o dinheiro para o trem do trabalho do dia seguinte. Aprendi nessa época, a lidar com a rejeição. Ia de casting em casting atrás de trabalho e tinha dia que recebia sim, mas muitos outros que recebia nãos.

Mas de forma geral, até que tudo foi bem positivo. Acho que se mudasse algo, eu não estaria onde estou hoje. Essa carreira me proporcionou morar em diversos lugares, morei na Alemanha, na França, nos Estados Unidos, entre outros lugares e foi muito enriquecedor. A cultura é a maior riqueza que você pode adquirir. Cada lugar com seu jeito, e isso é fantástico. Atualmente, falo cinco idiomas por conta dos lugares onde morei por conta do trabalho. 

Já se desiludiu com a fama conquistada? O que a “vida de celebridade” lhe ensinou até aqui? A vida de celebridade me ensinou que a gente tem que ser muito pé no chão, pois a vida é igual aquele velho clichê, ela é cíclica – uma hora você está por cima e outra você está por baixo. Então, você tem que se cercar de pessoas que estão com você em todos os momentos. Você não pode se deslumbrar, não pode achar que você é maior que tudo aquilo, porque a gente não o é. A gente faz parte, ninguém trabalha sozinho, tudo é em equipe. Se eu pudesse dar um conselho às pessoas, eu diria para se cercarem de pessoas que estejam com você pro que der e vier.

Quando você engravidou de Mick Jagger foi um auê muito grande e você foi muito julgada. Como foi esse período para você? Naquela época, eu tinha duas opções – responder às diversas informações falsas que saiam e prolongar o assunto ou me calar e tentar com que as pessoas parassem de falar, até mesmo para proteger a minha gravidez e, depois, meu filho. Optei por me calar. Então,  muitas mentiras acabaram ficando como verdades. Todo mundo acha que foi tranquilo tudo que passei, mas fui muito perseguida e julgada. Foi um grande bullying internacional. Uma série de fake news só para vender jornais e revistas. Não importa se manchavam minha imagem ou se me faziam mal – as pessoas só queriam falar. Cada um, inventando uma história diferente. Tudo o que passei naquela época, não seria aceito nos tempos atuais – toda humilhação, xingamentos e perseguições que sofri. Nenhuma mulher grávida deve passar pelo que passei. Chorei muito durante toda minha gravidez.

Como é Luciana como mãe e o relacionamento com os pais de seus filhos? Eu sempre quis ser mãe, desde pequena. Por isso, eu sei que ser mãe me tornou uma pessoa melhor – eu sou muito feliz pelo Lucas e pelo Lorenzo. Eu não consigo mensurar o quanto eu sou uma pessoa muito melhor, muito mais feliz, muito mais completa por causa de meus meninos. Ser mãe realmente foi uma transição na minha vida para melhor, como mulher e como profissional.

Você sempre passou a impressão de uma mulher forte, decidida e prática. É isso mesmo? Eu sou um ser humano que vive tentando acertar. Já ouvi falarem as coisas mais baixas e loucas possíveis, sobre mim. Isso já afetou muito a minha autoestima. Mas, hoje, entendo que não posso deixar me abalar por pessoas com atitudes medíocres e covardes. Acho que foi isso que criou essa imagem de mulher forte. Não espero só ouvir elogios. Mas, também, não vou corroborar com histórias mentirosas a meu respeito. Sempre achava que a história acabaria ali, se não respondesse. Mas nessa, várias mentiras foram criadas sem eu contestar. Se pudesse mudar algo, não teria me calado por tanto tempo.

Você apresenta o programa Superpop há mais de 20 anos. Como avalia o programa e você como apresentadora ao longo desses anos? O Superpop faz parte da TV brasileira e as pessoas podem falar o que quiserem sobre o programa. Mas ele é um programa que abraça pautas relevantes para a população. Abordamos as polêmicas sem medo, mostramos a realidade e estamos ali presentes no que acontece no dia a dia. Eu tenho muito orgulho do programa. Particularmente, sou envolvida peia causa LGBTQIA+, na causa de defesa da mulher porque acredito que temos que falar para as coisas mudarem.

Se manter no topo é muito mais difícil do que chegar nele? Sim. Porque, na verdade, é uma conjunção de fatores. Chegar lá é fácil, mas para se manter, exige um trabalho de qualidade, você precisa de dedicação, é necessário adaptação às novas tecnologias. Hoje, eu falo que eu trabalho muito mais agora do que quando eu comecei na TV. Porque, além do programa, eu tenho que entregar Instagram, TIKTOK, Youtube. É uma série de coisas que exigem mais de você. Se manter no topo é muito mais difícil e, só quem tem perseverança consegue. As pessoas acham que estar famosa é algo constante para o resto da vida, mas todo dia você tem que lutar pra sobreviver nesse mercado.

Acha que hoje em dia homens e mulheres disputam de igual para igual diante das câmeras? Não, não acho. Existe ainda um machismo implícito. Você vê que o salário dos homens é muitas vezes maior, sendo que é o mesmo tipo de trabalho. É uma luta diária, mas eu acredito muito na mudança e no que eu posso, sempre contribuo. Eu acho que sempre temos que falar sobre isso. No Superpop, eu falo muito sobre a causa da mulher, sempre incentivando-a a buscar novos horizontes, a não se acomodar. É isso que eu tenho feito.

Em 2023, quero sair da minha zona de conforto. Quero conquistar novos horizontes. Trago meu podcast, quero fazer um documentário sobre a minha vida, quero fazer um novo programa que ainda é surpresa. Se tudo der certo, vai ser gravado fora do Brasil. Estou correndo atrás do meu e incentivando as mulheres a fazerem o mesmo porque nós somos a mudança que nós queremos.

Você se considera muito vaidosa? Do que não abre mão? E o que mudaria algo? Sim, me considero vaidosa. Eu gosto de me cuidar, principalmente para mim mesma. Isso ajuda muito na minha autoestima e acredito que a gente, como ser humano, tem que estar em constante evolução, inclusive de cuidados. Eu não abro mão da minha skin care, não durmo de maquiagem de maneira alguma e, meu dermatologista vai me matar agora, mas eu não abro mão do sol. Sol é vida, eu mudo meu estado de espírito quando estou na praia, quando estou ao sol. A sala da minha casa eu escolhi exatamente por isso, porque entra muita luz e eu sou uma pessoa solar. É uma coisa da qual eu não abro mão.

Uma de suas marcas registradas é o sorrisão. O que lhe faz abrir aquele sorriso? O que me faz abrir um sorrisão são meus filhos. Apesar da diferença de idade, eu fico muito emocionada toda vez que eu vejo o Lucas e o Lorenzo juntos. Eles são muito unidos, um sempre ajuda o outro. O Lucas vem de Nova Iorque quando tem apresentação do Lorenzo na escola – me emociona muito. Ao mesmo tempo que enche meus olhos de lágrimas, me abre um sorriso de felicidade.

O ano novo vem aí com muitas possibilidades. O que pretende para 2023? Eu disse para mim mesma que em 2023 eu quero me envolver em novos projetos. Gostei muito de trabalhar no cinema. Gostei muito de atuar e é uma coisa que eu quero fazer mais, neste ano. Estou aberta a oportunidades tanto na TV, como no cinema ou até, quem sabe, uma novela em algum streaming. Tenho meu DRT. Além disso, vou estrear meu podcast onde irei contar situações que passei, trocando histórias com convidados que tenham passado por coisas parecidas e como aquilo marcou suas vidas. A primeira temporada contará com treze episódios e tem estreia para fevereiro. Estou bem animada.

Para conquistar Luciana basta… Me fazer sorrir – uma pessoa espirituosa é o primeiro passo. O segundo é que seja uma pessoa de confiança. Em tempos tão estranhos, pessoas que a gente possa confiar que a gente tenha a certeza que estão com a gente pelo que somos é muito importante.

Fotos @whagnerduarte

Assessoria @comunicacaogeraloficial