Pernambucana arretada e talentosa, largou Recife e foi atrás de realizar seu sonho de ser atriz. Malu Falangola acabou recentemente mais uma novela onde interpretava a empoderada Nat em “O Tempo Não Para”, e já segue cheia de planos. “A Nat foi uma personagem madura, aprendi mais um pouco com essa mulher independente, que não espera nada acontecer e que toma atitudes diante de sentimentos que não precisam ser guardados”, comentou Malu. Que nessas fotos está matadora e cheia de atitude para essa entrevista exclusiva. Ficamos na torcida para ver a gata de volta à TV, ou cinema, ou teatro ou na praia de Boa Viagem tomando um caldinho. Malu é tudo de bom!
“O Tempo Não Para” foi sua segunda novela. Que avaliação faz desse trabalho? Essa novela me trouxe muitas transformações. Tentei ao máximo aprimorar meu trabalho dando bastante atenção para as oportunidades que tive, atuando com atrizes e atores com muita experiência. Fiz da Nat a minha aliada, mesmo eu sendo bem crítica comigo mesma. Me diverti, me julguei e no fim das contas me apaixonei novamente por mais uma história que dei vida. Finalizar esse processo serviu para eternizar mais esse pedacinho de gente dentro de mim.
De que forma a Nat te marcou? O que aprendeu com ela? A Nat foi uma personagem madura, aprendi mais um pouco com essa mulher independente, que não espera nada acontecer e que toma atitudes diante de sentimentos que não precisam ser guardados. Levarei adiante sua coragem de enfrentar a vida sem pesos e com um sorrisão no rosto.
Nat é uma mulher forte, decidida, descolada…em tempos de se falar do empoderamento feminino, como vê a importância de personagens como Nat na dramaturgia? Ainda não sei se a arte imita a vida ou a vida imita a arte, mas sei que a televisão é um canal de comunicação potente e determinante para várias gerações e momentos históricos. A Nat faz parte desse momento atual de forma muito positiva quando representa a liberdade da mulher de poder ser como quiser, até mesmo super doce e forte ao mesmo tempo. Esse empoderamento é necessário para resinificar conceitos que, cá entre nós, estão ultrapassados há muito tempo. Aliás, a novela de forma geral foi grandes exemplos disso.
Você já deu entrevistas falando que sofreu assédio. Acha que falar do tema ajuda a conscientizar também os homens? E as meninas mais jovens que são suas fãs desde “Malhação”? Quando estamos inseridos numa sociedade que tem costumes machistas enraizados é necessário falar sobre temas que precisam ser notados para que eles deixem de ser banais e tenham a atenção devida, principalmente os que são crimes. Falo sempre, para que sirva de informação para homens, mulheres e adolescentes que estão formando opiniões e tendo acesso a todo tipo de assunto de forma muito livre pela internet. Quanto mais debate melhor.
Mulheres já te procuraram depois dessas declarações pra relatar casos similares? Sim, recebi muitas mensagem de mulheres apoiando e relatando que passam diversas vezes por essas situações. Infelizmente é uma realidade que estamos lutando contra, e reeducando à nós mesmos diariamente.
Como se imagina daqui 10 anos na carreira? Há 10 anos eu imaginei o que seria minha vida hoje e nada do que pensei aconteceu, mas tudo se transformou para melhor. Então, hoje, apenas penso em estudar e aprimorar meu trabalho para crescer e em 10 anos ter os melhores frutos.
Você namora há anos, casar e ter filhos faz parte dos seus planos? Sim! Quero tudo isso! Ainda não sei a hora, mas tenho certeza que será a certa.
Seu namorado não é do meio artístico. Como vocês conseguem conciliar as agendas? Conseguimos levar tudo normal, trabalhamos durante a semana e fim de semana sempre estamos juntos aproveitando os momentos livres de descanso.
Seu namorado vê suas cenas? Tem ciúmes? Vê tudo e ainda brinca com isso. Ele é um super apoiador do meu trabalho.
Você é de Recife e mora no Rio por conta do trabalho. A diferença cultural chegou a te atrapalhar de alguma forma? No ramo profissional de jeito nenhum, me acostumei rápido ao movimento da cidade. Posso dizer que o único momento que senti essa diferença cultural foi no carnaval. Temos um carnaval muito forte em Pernambuco, com costumes únicos que só encontramos lá. Também curti bastante o daqui – até porque foliã de carteirinha não reclama de carnaval em canto nenhum – mas, tive muita saudade das marchinhas e, principalmente, do frevo.
Aliás, o que que a mulher de Recife/nordestina tem? Além da valentia trazida no sangue – e não duvido que seja de Maria Bonita – a gente tem o calor nordestino que é diferenciado, cheio de arrasta pé e com o sotaque mais gostoso do país (risos).
Quando vai a Recife, quais lugares não deixa de visitar? A primeira coisa é ir pra praia de Boa Viagem tomar um caldinho e comer um queijo coalho na brasa, depois disso eu estou pronta pra qualquer coisa. Visito minha família, faço um encontro com os amigos e costumo sempre dar uma volta pelo Recife Antigo. Passear por alguns museus, sentar em algum barzinho e ouvir as músicas de lá me faz voltar às origens.
Quando volta pro Rio, o que leva de Recife na mala? Bolo de rolo, um queijo coalho e muita saudade. É de praxe.
Cada vez mais o cinema pernambucano tem ganhado espaço e se destacado no mercado nacional. Como avalia essa abertura? E pensa em trabalhar com seus conterrâneos? O cinema em Pernambuco tem muito ciclos, ele está vivendo um que há muito tempo vem sendo construído. Eu sou uma eterna admiradora. É emocionante ver o valor alcançado por esses caras que fizeram história, mudaram a forma que geralmente o Nordeste é visto pelo país, não só como o grande sertão, mas também pelo olhar da metrópole que é tão rica quanto. O movimento existe e será lembrado como “cinema pernambucano” mas também, na verdade, é brasileiro. Será uma honra poder participar um dia.
O que te chama atenção num homem? Respeito já é um atrativo certeiro, se combinado com bom humor e alto astral a química bate.
E quais os próximos projetos, pessoais e profissionais? Esse ano pretendo trabalhar bastante, quero fazer muito teatro, tenho produções de audiovisual em mente e também estarei pronta para o que for surgindo ao longos dos dias. Não consigo ficar parada, sempre busco novos desafios!
Foto Rodrigo Lopes
Beauty Gabriel Gomes
Styling Carol Pereira