ESTRELA: MIÁ MELLO NOSSA MUSA DO BOM HUMOR

Faz muito tempo que somos fãs de Miá Mello e a queríamos na capa da MENSCH de todo jeito. É que Miá nos passa a impressão de ser aquela amiga divertida de papo fácil de tão íntimos que já nos sentíamos. O bom humor é algo que sempre fez parte de sua vida, seja em família e com os amigos, seja no trabalho. E foi no grupo Deznecessários que ela despertou que era o humor que a levaria longe. Nos palcos, no cinema ou na TV (e streaming) Miá é pura diversão e alto astral. Assim como nessa gostosa entrevista que você confere logo a seguir.

Miá, vamos começar por uma questão bem básica… Miá Mello existiria sem o humor? Sem dúvida o humor é uma parte intrínseca de quem sou, não apenas no meu trabalho atual, mas desde sempre. Utilizo o humor como uma forma de lidar com as adversidades da vida, transformando tragédias em momentos mais leves.

Quando você descobriu que era engraçada e isso poderia render uma boa grana? Desde cedo, sempre tive uma visão distorcida e cômica das coisas ao meu redor. No entanto, quando iniciei minha jornada no teatro, não imaginava que isso se tornaria minha carreira. A graça veio quando meu amigo Paulinho Serra me convidou para um grupo de humor em São Paulo. Brinco que se ele tivesse me convidado pra fazer parte de um grupo de dança, teria dito o mesmo sim. O que me interessava ali não era o que, mas sim a grande oportunidade de fazer parte de um grupo. E foi com Deznecessários que percebi o valor do humor, sua capacidade democrática de cativar pessoas e, consequentemente, o potencial financeiro.

Você largou a carreira de publicitária para investir nos palcos com o grupo de humor Deznecessários, onde passou dois anos viajando pelo Brasil. Como foi tomar essa decisão e o que ficou da experiência? Foi uma escolha audaciosa deixar um caminho já estabelecido, para mergulhar em um mundo desconhecido. Abri mão da segurança para seguir um sonho grandioso. Uma amiga minha me aconselhou sabiamente a buscar equilíbrio entre sonho e necessidades práticas. Com isso, voltei a trabalhar em agência tentando conciliar com os testes. Era um caos – e foi essa mesma agência que me deu os primeiros trabalhos como atriz, fui a Maria do Azeite. Fui aos países da América Latina em uma convenção farmacêutica, fui exemplo de ação bem feita para o cliente. Essa experiência foi fundamental para moldar minha carreira artística, fornecendo valiosas lições do mundo corporativo que ainda uso no meu trabalho autoral atual.

Isso foi um divisor de águas no início da carreira? Sim, o Deznecessários representou a grande porta de entrada para o mundo artístico.

Daí em diante teve de tudo um pouco na TV, de Casseta & Planeta, a repórter do The Voice, séries e filmes. Onde se sente mais confortável? E mais desafiada? Sinto um grande prazer na interação com o público e na comunicação em geral. No entanto, minha verdadeira paixão está na criação de personagens. Adoro me envolver nos processos de preparação, dando vida a personalidades distintas da minha. Cada personagem é como uma harmonia única e explorar essa diversidade, é o que me motiva. Tive uma professora de teatro que dizia “todos têm dentro de si um teclado, mas cada um é uma harmonia diferente e única. Porém, as teclas estão todas lá”. Nunca me esqueci disso.

Falando em filmes, em Meu Passado Me Condena você interpreta a personagem Miá Meirelles. Qualquer semelhança não é mera coincidência? Apesar do nome, somos completamente diferentes. O filme proporcionou um olhar divertido sobre relacionamentos, mas na vida real, valorizo a comunicação aberta e sincera, evitando conflitos ao estilo “precisamos conversar”. Lembro que quando vinha um casal e falava pra mim e pro Fabio “nossa, a gente é IGUAL vocês” a gente dizia “que horror”! Foge enquanto é tempo (risos).

Você e Fábio Porchat de tanta sintonia e trabalhos em comum, já viraram quase um casal. Como surgiu essa afinidade? Como é a relação entre vocês? Admiro muito o Fabio e nossa parceria é incrível. Aprendi a trabalhar de maneira multifacetada com ele, mantendo um profissionalismo excepcional. Temos uma sintonia única, compartilhando não apenas o trabalho, mas também interesses pessoais, como comer bem, ler, viajar. Lembro que no primeiro almoço que fizeram pra tentar juntar a gente profissionalmente foi em um restaurante japonês. Passamos  o almoço todo elencando os melhores momentos de The Office. Não dá pra ter parceria melhor. 

Você parece ser aquele tipo de amiga que todo homem quer ter, pois não tem papas na língua e fala tudo na lata, com humor. É verdade essa percepção? Rindo aqui porque não sei se me identifico muito com isso não. Eu sou muito verdadeira, mesmo. Sou transparente e muito fiel aos meus valores, mas não sou do tipo que fala verdades “doa a quem doer”. Eu não gosto de machucar as pessoas e penso antes de dizer as coisas. Mas sempre tive muitos amigos homens. Eu acho que círculo bem em todos os lugares. Mas, o que eu amo mesmo é voltar pra casa, pros meus amigos de infância, minha família. 

Falando em relacionamento, se não tiver bom humor não tem como dar certo? Acredito que o humor está intrinsecamente ligado à inteligência e à intimidade. É uma forma sofisticada de se conectar. Meu marido é uma das pessoas mais engraçadas que conheço, e nosso humor compartilhado nos une de forma especial.

Nos conta um pouco do que vem por ai com novos trabalhos… Hoje é o último dia das filmagens do longa Mãe Fora da Caixa, um filme que considero um marco significativo em minha carreira. Agora é lidar com a ansiedade porque no cinema tudo tem um tempo mais dilatado, bem diferente da TV. Além disso, estou empolgada com a estreia da segunda temporada de TISQN no Disney+, um projeto que me permite dialogar com a juventude atual. No ano que vem, está prevista a estreia de O Som e a Sílaba, uma série do Miguel Falabella onde interpreto um papel bastante distinto do habitual, uma personagem com nuances vilanescas. A exploração desse meu lado obscuro, é algo que me encanta. Também finalizei as gravações de um longa-metragem com o diretor Paulo Halm, ao lado de Juan Paiva, cuja data de lançamento ainda não foi confirmada. Final de outubro, embarcarei em uma turnê com a peça Mãe Fora da Caixa, passando por várias capitais como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, Vitória e Goiânia. No próximo ano, planejo uma temporada em São Paulo, para estar mais próxima do público, acompanhando tudo por meio do perfil @maeforadacaixaapeça.”

Apresentar ou atuar, o que te faz mais a cabeça? Não é uma questão de preferência entre apresentar e atuar, mas sim de me apaixonar pelo projeto em si. O que me cativa é o conteúdo e os desafios que um projeto oferece.

Planos e desejos daqui pra frente… Tenho o desejo de explorar cada vez mais a autenticidade em meus trabalhos. Almejo colaborar com mulheres que admiro, como Denise Fraga e Fernanda Torres, Andrea Beltrão…Assisti agora à série VIda Pela Frente e fiquei encantada com o elenco jovem. Tem muita coisa que quero fazer ainda. 

Para conquistar Miá, basta… Olhar nos olhos e ser gentil. Eu acho a troca com o outro tão valiosa que dificilmente desperdiço com uma troca rasa. Eu sou intensa e gosto quando sinto verdade no outro.

Foto Marcio Farias (@marciofariasfoto)

Styling Rodrigo Barros (@rg_barros)

Beleza Daianne Martins (@daianneemartins)

Produção de moda Kevin Borges (@keviiinborges)

Asst de fotografia Fábio Cruz (@fabiocruzfotografia)

Vídeo André Ivo (@euandreivo)

Locação @casadagloria