ESTRELAS: PARA SEMPRE PAQUITAS

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Que menina nunca sonhou em ser Paquita no auge dos anos 1990, ao mesmo tempo em que elas povoavam o imaginário masculino ao longo de muitos anos? Aliás, ainda fazem parte dessas doces memórias. Quando a nave da Xuxa pousava e surgiam as Paquitas com aquele uniforme de soldadinhos, era uma explosão de emoção. Para resgatar essa memória afetiva, reunimos aqui nessa matéria de capa todas as gerações de Paquitas representadas por seis ícones da cultura pop nacional. Tendo como inspiração o documentário Para Sempre Paquitas que será lançado dia 16 de setembro, no canal Globoplay. São seis episódios com direção de Ana Paula Guimarães, ex-Paquita, mais conhecida como Catuxa. Projeto da própria Ana Paula e de Tatiana Maranhão, ex-Paquita e atual assessora de Xuxa Meneghel. Aqui na MENSCH celebramos esses 6 episódios com 6 estrelas, um recorde na nossa capa, Ana Paula Guimarães, Caren Lima, Andrea Veiga, Tati Maranhão, Stephanie Lourenço e Lana Rhodes.

Ser Paquita era um sonho que poucas meninas conseguiram realizar. Como foi para vocês viver o sonho de muitas?

ANA PAULA GUIMARÃES: Foi transformador viver nesse universo tão mágico, um espaço onde o aprendizado era inerente… Carrego comigo grandes histórias, e momentos lindos. Um grande momento da minha vida!

CAREN LIMA: Foi um grande presente que recebi, cheio de desafios e experiências que me trouxeram uma bagagem incrível!

LANA RHODES: Acho que o mais importante, no meu caso, foi encontrar um caminho de possibilidade dentro das dificuldades. Sou de uma cidade do interior do Paraná, filha de mãe professora e pai estofador, não vislumbrava um caminho para desenvolver meu trabalho artístico profissionalmente. Me sinto a “Cinderela das artes”, e fica até difícil expressar em palavras a minha gratidão.

STEPHANIE LOURENÇO: É muito emocionante fazer parte da memória afetiva de tantos brasileiros. Adoro a reação que as pessoas têm quando ficam sabendo que fui paquita. Acho interessante o que esse nome provoca nas pessoas, principalmente nas que cresceram com a gente. Ficam cheias de curiosidades, contam suas experiências de infância e é lindo todo esse carinho. 

TATI MARANHÃO: Quando entrei pro Xou da Xuxa, em 87, as Paquitas ainda não tinham protagonismo. Nosso sonho não era ser Paquita e sim estar perto da Xuxa. Minha geração tinha entre 10 e 12 anos. Em 89, com o disco e o filme, foi que a ficha caiu e percebemos o tamanho daquele sucesso. Foi orgânico, ninguém esperava aquilo tudo. Nós que fazíamos coro, dançávamos atrás e éramos fãs da Xuxa, começamos a ter os nossos próprios produtos e fãs e a viver aquele sonho de muitas. Foi mágico!

2Ser Paquita não era só o glamour de cantar, dançar e estar ao lado da Xuxa, qual a parte difícil de assumir uma carreira que lida com o público e a exposição tão jovem?

ANA PAULA GUIMARÃES: A exposição pública era menos complicada do que é nos dias atuais, pois com a Internet você fica 100% exposto e as notícias viralizam em segundos… Era gostoso ter o carinho e reconhecimento do público. A parte mais difícil foi realmente a carga horária de trabalho, algo que exigia muito não só do nosso físico, mas também do nosso emocional.   

ANDREA VEIGA: A parte mais difícil era conciliar a vida pessoal com a dos shows e das gravações. Muito cansativo. Mas como éramos crianças fazíamos como se fosse uma grande brincadeira. 

CAREN LIMA: Eu vivi o lado negativo da exposição. Tive problemas na escola, ameaças, fora que, um seguidor da Xuxa jogou uma bomba debaixo do carro do meu namorado na época! Não foi uma brincadeira. Se houvesse algum vazamento de óleo ou gasolina, poderia ter havido uma explosão. Isso foi extremamente grave! E sobre haters, hoje a legislação evoluiu, mas por anos eu fui vítima de diversos ataques que atingiram inclusive, pessoas próximas a mim! Lamentável! 

LANA RHODES: Eu me sentia confortável com todo o contexto, justamente porque me sentia privilegiada por estar ali, naquele espaço tão sonhado. Acompanhando a minha filha, Manuela, que hoje tem 15 anos, acho que as crises eram características da fase, que a gente se sente inseguro consigo e com o que as pessoas podem sentir por você.

STEPHANIE LOURENÇO: Lidar com as cargas horárias de trabalho pesadas e administrar os estudos. Lidar com as críticas, muitas vezes cruéis, sendo uma menina de só 12 anos, começando a formar sua identidade. Estar sob constante pressão por ter assumido um compromisso de trabalho tão importante. 

TATI MARANHÃO: Ser menina e trabalhar aos 10 anos, com tantas cobranças, em uma sociedade machista e politicamente incorreta, não foi fácil. Essa dor e delícia de ser Paquita está bem retratada no nosso Doc. Não quero dar spoiler e sim convidar a todos, de todas as gerações, a refletirem com a gente sobre as mudanças de comportamento e viajarem conosco nesse mundo de sonho e fantasia, onde nem tudo foi sempre “tão bom”.

Hoje, mulheres adultas, o que diriam para as jovens meninas que buscam fama e sucesso?

ANA PAULA GUIMARÃES: Eu diria que a fama é efêmera e sucesso é conquista diária, a manutenção das habilidades e a busca pelo aprendizado, continua. 

ANDREA VEIGA: Estude! A carreira artística está cada vez mais difícil. Hoje em dia a quantidade de seguidores é que é decisiva para você conseguir trabalhar. Você sendo talentoso ou não. Então, ESTUDE. Procure ser o melhor no que faz.  

CAREN LIMA: Nem tudo são flores, há muita renúncia e suor! Aparecer por aparecer, sem conteúdo é desnecessário. No mais, há que se ter cuidado para não negociar o que deveria ser inegociável. 

LANA RHODES: Fama e sucesso são consequência de trabalho duro e dedicação. Não subestime as conquistas das pessoas por não compreender exatamente de que forma elas chegaram ao topo do pódio, raras exceções de bandidos, gente ruim ou herdeiros, a maioria tem uma história de desafios para contar. 

STEPHANIE LOURENÇO: Não busquem fama e sucesso. Tentem entender quem vocês são de verdade e o que realmente gostam de fazer. Se dediquem ao que escolherem e respeitem suas individualidades. Não se comparem com outras pessoas, algo muito difícil de fazer hoje em dia, principalmente com a superexposição de vidas perfeitas nas redes sociais.

TATI MARANHÃO: Agradeço as mulheres que vieram antes de nós e com muita força e resiliência, nos abriram caminhos e reflexões. Às futuras gerações diria pra estarem sempre atentas e vigilantes. Ainda temos muito a conquistar com nosso acolhimento, sororidade e amor. Seja firme, livre e responsável consigo e com os outros. E, quando chegar lá, não reproduza o que um dia te feriu. É assim que mudamos o mundo.

Como vocês poderiam descrever o documentário, qual a proposta e objetivo dele? Por que fazê-lo?

ANA PAULA GUIMARÃES: O documentário surgiu com a nossa vontade de contar essa história que permeou sonhos de Gerações de crianças e adolescentes nos anos de 1980 a 2000, como estamos na memória afetiva dos brasileiros e também contextualizar uma época politicamente incorreta, onde os abusos eram normalizados e a ausência de diversidade, imperava.

ANDREA VEIGA: O Doc veio para mostrar a realidade de nossas vidas por trás das câmeras. Nem Tudo era glamour e festa. Tinha muita doação, exaustão e, às vezes, até um pouco de sofrimento. O Doc vem para mostrar tudo de bom que vivemos e também tudo que não foi tão bom.  

CAREN LIMA: A celebração de uma história linda que merece ser contada por quem a viveu. Sem esquecer que as gerações de Paquitas viveram tempos diferentes – cada uma tem seu mérito e seus dissabores. Vale ressaltar que, mesmo fazendo parte de uma mesma geração, sentimos as coisas de maneira diferente e isso deve ser respeitado. No mais, numa época tão polarizada, eu julgo importante ressaltar que nossas diferenças são menores do que aquilo que nos une. Torço para que essa mensagem toque quem vai assistir.

LANA RHODES: O contexto geral do DOC está na mão de nossa equipe criadora, confio de peito aberto e olho fechado. Eu topei participar porque me orgulho de nossa trajetória, e sei que pode existir pessoas que não se sintam representadas ou gostem. Ainda assim, não poderão excluir que há beleza no caminho.

STEPHANIE LOURENÇO: Contar a nossa história que ocupa um lugar no imaginário de muita gente. Mostrar que nem tudo foi um sonho, mas também foi um sonho. Fazer com que as pessoas também se emocionem e entrem em contato com parte de sua infância. E seria muito legal também que gerações mais novas tivessem a curiosidade de assistir e descobrir um pouquinho do que foi essa época que não existe mais. As coisas boas e ruins.

TATI MARANHÃO: O Doc traça um paralelo entre uma sociedade politicamente incorreta com essa nova juventude, mais preocupada com o empoderamento feminino, a saúde mental, o racismo… Fala de sonho, fantasia, mas também da pressão, das exigências… É um doce amargo, tem os ingredientes perfeitos pra uma receita de sucesso.

Cada uma de vocês seguiu um rumo, mas a grande maioria na TV ou vida artística de maneira geral, nem todas se tornaram amigas ou têm uma convivência mais próxima, o que fez vocês se manterem unidas a ponto de realizarem esse projeto juntas?

ANA PAULA GUIMARÃES: Desejo de falar de sonhos, paixão por nossa história, vontade de ressignificar tantas coisas e mostrar a potência de energia que é quando nos juntamos.

ANDREA VEIGA: Sou mais ligada nas meninas da minha geração. A Luíse e a Ana Paula Guimares. A Tatiana que é de outra geração também somos bem próximas. Nunca perdemos o vínculo. Até hoje, nos aconselhamos e nos falamos. No ninguém melhor que a Ana Paula Guimarães para dirigir esse projeto.  

CAREN LIMA: Eu sempre falo que, ser Paquita não é algo para o qual você se candidatava como para um emprego comum! A maioria de nós queria estar perto da Xuxa e também com as outras Paquitas. Portanto, creio que o que nos mantém unidas (todas as gerações), é o amor que temos em comum pela Xuxa. 

LANA RHODES: Eu não sou uma amiga muito presente na vida! Costumo dizer que, para me ter como parceira na vida é preciso conviver bem com meus silêncios. O que acontece é que, pra quem é de verdade, o coração sempre está lá! O convite partiu de pessoas que admiro e respeito muito, por isso estou aqui.

STEPHANIE LOURENÇO: Eu acho que essa experiência foi muito intensa para todas nós e temos isso em comum. Algo forte que nos conecta. Apesar de muitas de nós não mantermos uma amizade, parece que existe essa ligação que faz com que a gente se reconheça uma na outra.

TATI MARANHÃO: A história que nos une é muito forte. Tem coisas que só nós somos capazes de entender, porque vivenciamos isso. Quando abraço qualquer uma dessas 28 meninas, me recarrego de amor. É lindo e potente podermos contar nossa história na maturidade, ressignificar, refletir e nunca deixar de aprender.

Quais os sentimentos nos diversos momentos da produção do documentário? Fazer o argumento, ler o roteiro, gravar, escolher o que fica e o que sai e principalmente, o que sentiram ao assistir? E o que o público pode esperar?

ANA PAULA GUIMARÃES: Passei por todos os sentimentos, um misto de emoções, revistei essa história de mulheres incríveis e batalhadoras. O público pode esperar sonhos, realizações, dores e superações! Um lindo encontro de Gerações. É importante dizer que ninguém faz nada sozinho, a parceria com a Tatiana Maranhão, e de uma equipe incrível tem sido essencial pra essa realização, sem falar do Aval e torcida da Xuxa. 

ANDREA VEIGA: Na verdade, participei pouco das fases do projeto. Dei minha entrevista, gravei música inédita e tive encontro com as meninas das outras gerações. Quem fez o trabalho todo foi a Ana Paula Guimarães e a Tatiana. Nós todas, basicamente, só demos entrevista.

LANA RHODES: Eu gosto de lembrar o passado com alegria. 

STEPHANIE LOURENÇO: Não participei da produção e roteirização. Mas, gravar foi revisitar a história dessa menina tão novinha, mas tão corajosa que resolveu sair de Curitiba e se mudar para o Rio em busca de um sonho, uma aventura. Queria ser mais como ela, hoje em dia. Outra parte muito legal desse processo, foi me reconectar com essas mulheres maravilhosas que admiro tanto. 

TATI MARANHÃO: Uma produção visceral como essa, que conta a nossa história, produz todos os tipos de sentimentos. Eu e a Catu iniciamos mais tímidas no argumento, mas quando começamos a passar a limpo nossas histórias e a ouvir depoimentos tão emocionados e complementares, o doc foi ficando muito profundo. O resultado… Nossa… Surpreendente e emocionante! Um abraço em nossas crianças.

ANA PAULA GUIMARÃES:

Como foi assumir a direção do Documentário e com isso a maior parte das decisões em relação e ele? Muito desafiador assumir essa tarefa… Tem sido me virar do avesso, exercitar a cada dia um olhar íntimo com essa história e, ao mesmo tempo, ter a coerência do distanciamento. Esse equilíbrio tem sido transformador e de uma responsabilidade incrível, essas mulheres confiaram em mim!  

Imaginava que um dia estaria realizando um filme sobre sua própria história? Fazer um filme sobre esse fenômeno que foi o grupo Paquitas, personagens icônicas criadas pela Xuxa, nunca imaginei, principalmente, por ser parte da minha vida, mas o Universo corroborou pra que isso acontecesse, eu sempre tive um desejo latente de fazer um cinema documental. E como a Tatiana Maranhão sempre me diz: “Tinha que ser a gente”… Esse Projeto nasceu em 2020, e hoje está ganhando vida!

ANDREA VEIGA

Você foi a primeira Paquita. Conta que peso isso tem na sua história. Na verdade eu sempre quis ser atriz, estudava teatro e decidi procurar alguma coisa na TV. Comecei no Clube da Criança, na extinta TV Manchete. Como fui a primeira Paquita, vi tudo nascendo e uma profissão se criando. Foi muito bom. Um tempo mágico na minha vida.

CAREN LIMA

Você fez parte das Paquitas da nova geração e sofreu retaliação por isso. Hoje as redes sociais são palco para os haters com grande força, como lida com isso e como acha que isso pode mudar? Eu lido com isso da melhor forma – com suporte espiritual e emocional. Eu mudei. Algumas das pessoas, também mudaram. Como cristã, eu preciso liberar perdão – e o fiz. Hoje, eu enxergo que a Internet não reflete a vida real. Pessoas que destilam ódio, sempre estarão em menor número! Como discente de Direito, sou a favor de uma legislação robusta que reprima com eficácia os crimes cibernéticos. As leis servem para punir quem pratica crimes e também para coibir a prática na sociedade.

Do que mais sente saudade da época de Paquita? Sinto saudades de estar com a Xu e com as meninas de minha geração.

LANA RHODES

Você concilia a carreira de atriz e cantora com a de empresária, o que há de mais difícil em gerir profissões tão diferentes? Viver é um desafio, nunca fui de me entregar. Tem dias que a gente se sente firme pra seguir, tem dias de quarto escuro. Não tem regra nem certo e errado pra mim – é um dia de cada vez, sendo grato pela oportunidade de prosseguir, apesar dos tombos e das escaladas. Acredito na gente como o sol, que sempre está lá. Mas, às vezes, se esconde atrás de uma nuvem. 

O que ficou do tempo de Paquita? Meu amor pela profissão, a disponibilidade de aprender, independentemente da funcionalidade da minha participação em qualquer situação. A consciência da força e a potência que muitas mulheres juntas podem construir. E, uma admiração intransponível pela Xuxa.

STEPHANIE LOURENÇO

Você faz parte da última geração de Paquitas, o que sente em relação a isso? Sinto que fechamos um ciclo importante. Trabalhamos e realizamos muito como um grupo e tenho muito orgulho do que construímos juntas. Tenho muito amor e admiração pelas mulheres da minha geração, por quem elas foram quando crianças e por quem se tornaram.

Atriz de cinema você não abre mão de militar pelas causas que acredita, como o veganismo, por exemplo. Em tempos em que a grande maioria das pessoas tem medo de ser canceladas, como encara a exposição de suas opiniões? Eu sempre irei defender as causas em que acredito. Principalmente, o veganismo e a comunidade LGBTQIAPN+, da qual faço parte. Também me posiciono politicamente de maneira transparente. Recebo críticas nas redes sociais, por isso. Mas, principalmente, por um grupo específico de pessoas conservadoras que, sinceramente, não me interessam.

TATI MARANHÃO

Como surgiu a ideia de fazer o documentário? Por que achou que seria algo que as pessoas iriam querer assistir? Há uns anos, nos reaproximamos por grupos de WhatsApp e encontros. Observar essas meninas potentes juntas, hoje na maturidade, me deu vontade de contar nossa história, o lado B dela, aquele que ninguém viu – os bastidores, sonhos, desafios, frustrações e resiliência. Liguei pra Catu, que topou na hora, mas logo em seguida veio o doc da Xuxa e colocamos o nosso em modo espera. Foi a melhor decisão porque agora viemos mais seguras, fortes e unidas. Afinal, nossa história é entrelaçada com a da Xuxa. Assim que apresentei, a Globoplay e os estúdios Globo abraçaram na hora. Ter a nossa criadora e casa caminhando de mãos dadas com a gente, foi essencial.

Para além de ter sido uma Paquita você é assessora da própria Xuxa. Como vocês duas foram construindo essa relação de amizade e confiança pessoal e profissional? Não foi fácil. A Xuxa sempre teve ao lado dela, pessoas muito centralizadoras. Nos aproximamos mesmo na pandemia, quando ela decidiu não ter mais interlocutores e cuidar da própria vida. Foi um divisor de águas em nossa relação. A Xuxa é uma inspiração, uma fortaleza e quanto mais próximo a gente fica dela, mais a admira. Ela tem a cabeça jovem, não tem medo de errar e pedir desculpas, de se reinventar, de novos desafios. Ela tá sempre lá, na frente. Tá lindo viver de perto essa real liberdade na maturidade. A gente foi se conhecendo melhor, se respeitando na individualidade… Eu tenho um profundo orgulho, admiração e lealdade por nossa amizade. Faço tudo por essa mulher!

Foto Nilo lima 

Direção de arte Marco Antônio Ferraz 

Styling Aline Sansoon

Beauty Muca de Souza / Graciane Vázquez 

Cabelo Elaine Martins 

As Paquitas vestem Mirian Macedo Noivas (camisas brancas)