Nascido na Paris de 1908, Henri viveu uma época onde os pais ditavam o futuro dos filhos mas tendo ele já nascido um artista livre seguiu seu próprio rumo. Em uma viagem à África Henri deixou a pintura e se enveredou de vez pela fotografia se tornando o grande mestre da arte fotográfica dos anos 20 inspirado pela fotografia de do húngaro Martin Munkacsi, publicada na revista Photographies (1931), mostrando três rapazes negros a correr em direção ao mar, no Congo.
Viajou o mundo com sua Laica em punho e fez o mundo viajar com suas fotografias focadas em temas do fotojornalismo. Como não poderia deixar de ser, fez grandes registros históricos, foi prisioneiro dos Alemães por três anos durante a Segunda Grande Guerra e por pouco não fazem uma exposição póstuma de suas obras por acharem que estava morto. Foi também o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a registrar a vida na União Soviética de maneira livre.
Junto com o amigo Robert Capa, David ”Chim’‘ Seymour e George Rodger, fundou a Agência Magnum em 1947 e já em 1948 partiu para o mundo novamente, circulando por Índia, Burma, Paquistão, China e Indonésia até 1950. Suas lentes registraram o fim do domínio britânico na Índia, o assassinato de Mohandas Gandhi e os primeiros meses de Mao Tse Tung tudo devidamente registrado no livro IMAGES À LA SAUVETTE lhe rendendo uma reputação sem precedentes.
“No meu modo de ver, a fotografia nada mudou desde a sua origem, exceto nos seus aspectos técnicos, os quais não são minha preocupação principal. A fotografia é uma operação instantânea que exprime o mundo em têrmos visuais, tanto sensoriais como intelectuais, sendo também uma procura e uma interrogação constantes. E’ ao mesmo tempo o reconhecimento de um fato numa fração de segundo, e o arranjo rigoroso de formas percebidas visualmente, que conferem a esse fato expressão e significado”.
Perfeccionista, tentou por duas vezes destruir suas próprias fotos, o que felizmente, não conseguiu. Deixou a Magnum em 1966 e passou a não mais fotografar de forma profissional. Avesso a fama e badalações não se deixava fotografar por não querer que fizessem com ele o que ele fez com os outros a vida inteira. Para muitos Cartier-Bresson é puro lirismo e poesia, suas imagens desconhecem limites e sua genialidade se dá justamente por ele estar sempre invisível e deixar suas fotos sob os holofotes.
Henri Cartie-Bresson, faleceu em 02 de agosto de 2004, mas a sua obra é eterna e continua influenciando muitos artistas, fotógrafos e admiradores. Como poucos sabem fazer parar no tempo situações que duraram frações de segundos. Para preservar o seu legado e manter vivo o seu espírito livre, Henri Cartier-Bresson, Martine Franck e sua filha Mélanie decidiram montar uma fundação que teve início na primavera de 2003, um ano antes de o mestre partir.
A fundação é reconhecida pelo governo Francês como de obra de grande interesse público e está sediada em uma belíssima casa em Montparnasse. Fica a dica para os amantes do trabalho de Henri Cartier-Bresson, para quem a câmera é um instrumento de intuição e espontaneidade.
Fontes: www.henricartierbresson.org