Os carros da versão especial da Ferrari levam o desempenho de seus modelos de produção a novos extremos. O Programa XX da marca, oferece a um seleto grupo de pilotos experientes, carros extremos feitos para uso exclusivo nas pistas de corrida.
Baseado nessa experiência, a Ferrari criou os superesportivos para uso na estrada – SF90 XX Stradale, modelo cupê e SF90 XX Spider (azul) com carroceria conversível. A edição especial é mais leve, mais potente, com aerodinâmica revisada e alto desempenho, que pretende “empurrar o carro para o limite” de seu potencial, de acordo com o chefe de desenvolvimento Gianmaria Fulgenzi.
Quanto à motorização, ambos os modelos são movidos pelo mesmo trem de força híbrido plug-in do modelo padrão, que compreende um motor 4.0 V8 biturbo e três motores elétricos, dois independentes no eixo dianteiro e um localizado entre o motor e a caixa de câmbio na parte traseira.
POTÊNCIA E DESEMPENHO
Essa configuração permite que o carro atinja um máximo de 1.030 cv de potência, 30 cv a mais que o tradicional SF90 Stradale, estabelecendo um novo padrão de desempenho da Ferrari. Sozinho, o V8 produz potência de 797 cv, e ganhou maior taxa de compressão média, obtida através do polimento dos dutos de admissão e escape, bem como melhorias na câmara de combustão e dos pistões e a remoção do sistema secundário de ar, que também reduziu em 3,5 kg o seu peso. Os dois motores elétricos são independentes, localizados no eixo dianteiro e o outro fica localizado entre o motor e a caixa de câmbio na parte traseira e produzem um total de 233 cv.
Não houve alteração da capacidade da bateria que permanece em 7,9 kWh, e sozinha, rende autonomia de 25 quilômetros com velocidade máxima de 135 km/h. Uma nova função Extra Boost está disponível no modo de condução Qualifying e funciona para recuperar rapidamente a velocidade do carro ao sair de uma curva. O recurso é acionado quando o motorista pisa fundo no acelerador, e pode ser usado até 30 vezes antes que a bateria se esgote.
Também foram feitas alterações na caixa de câmbio de dupla embreagem de oito marchas do carro. A nova lógica de mudança é emprestada do Daytona SP3 e as mudanças de marcha são acompanhadas por uma nota de escape, rosnando com uma ultrapassagem de decolagem em rotações mais altas. Para isso, foi desenvolvida uma nova calibração específica do motor que funciona em sinergia com a lógica de controle da caixa de câmbio. A afirmação oficial da Ferrari é de que os modelos são capazes de alcançar os 100 km/h em apenas 2,3 segundos e a velocidade máxima, é de 320 km/h.
Outra novidade importante é o controlador ABS EVO, que estreou no 296 GTB, e melhora o desempenho na frenagem de alto desempenho no seco. O sistema permite que o superesportivo freie mais tarde e de maneira mais repetitiva, melhorando assim seu manuseio na pista. O SF90 XX oferece o desempenho aerodinâmico mais eficiente do que qualquer outro carro de estrada da Ferrari, tornando-o comparável apenas ao supercarro LaFerrari. Esse resultado foi alcançado ao redesenhar o gerenciamento do fluxo de resfriamento dos componentes térmicos e elétricos, bem como do compartimento do motor. Em termos de estilo, incorpora os princípios de engenharia que sustentam o SF90 convencional, mas com características mais radicais e extremas. O estilo foi projetado para destacar seus atributos de desempenho puro-sangue, mantendo as linhas e formas do seu antecessor.
O principal destaque do design fica por conta de sua asa traseira. O volume da cauda foi especificamente desenhado pensando na aerodinâmica, que agora é mais elegante, com a silhueta de cauda longa típica dos carros de corrida. As entradas de ar para os intercoolers (trocador de calor), agora também são maiores, canalizando o ar para os radiadores de forma mais eficiente. O conceito de asa dianteira em forma de flecha foi mantido, os faróis agora estão integrados nesta área por dois perfis de asa verticais. O carro parece mais largo e mais colado ao asfalto, devido aos dois imponentes perfis de asa dominando as entradas de ar, que parecem flutuar.
DESIGN E AERODINÂMICA
O design interior foi feito para destacar a vocação de corrida do cockpit que resultaram em economias de peso significativas. As principais áreas envolvidas foram os painéis das portas, túnel e tapetes, que agora estão mais simples em termos de forma e materiais utilizados. Enquanto à fibra de carbono foi usada para áreas funcionais, o assento de corrida foi projetado especialmente para o esportivo com uma estrutura tubular de fibra de carbono e espuma. Tudo isso focado em fornecer máximo prazer em dirigir, sem comprometer o conforto. Mesmo sendo um assento de peça única, o uso de materiais elásticos permite que sejam realizados movimentos de rotação e ajustes no encosto. Esse recurso ainda economizou 1,3 kg de peso.
O console central também ostenta menos material e, em vez de couro ou plástico, é coberto por fibra de carbono em acabamento fosco, enquanto o painel de instrumentos tem revestimento em Alcantara. O seletor de marchas cromado da transmissão de oito marchas foi movido para a frente no console central e os interruptores dos vidros elétricos foram realocados mais para trás. O SF90 XX Spider se parece muito com o SF90 XX Stradale e apresenta praticamente as mesmas características, quanto ao visual. A principal diferença está no teto conversível que pode ser aberto em apenas 14 segundos. Devido às alterações para tornar o veículo conversível, o modelo perdeu algumas das passagens de ar na parte traseira. Ambas as variantes do SF90 XX terão uma quantidade limitada de unidades. Serão produzidas 799 versões do SF90 XX Stradale e 599 do SF90 XX Spider, ambos representando “o exemplo mais recente e extremo de um conceito de versões especiais, que eleva o desempenho dos modelos de rua da Ferrari a novos níveis”. O preço do cupê é de cerca de US$ 844.000, o que daria pouco mais de R$ 4 milhões, nas taxas de câmbio atuais. O Spider custa ainda mais, cerca de US$ 932.000, algo em torno de R$ 4,5 milhões.