MOTOR: O QUE AS MOTOS REVELAM SOBRE A PERSONALIDADE DE SEUS DONOS?

Por Fábio Maca e Ike Levy

Bem, fizemos o título da coluna para parecer isso mesmo: que cada estilo de moto tem a ver com uma personalidade – mas este texto não é mais um “se você pilota uma BMW GS, gosta de aventuras; ou se anda de clássicas inglesas, prefere gintônica e jaquetas sem logos”. Não, não. Na vida e nas motos somos rotulados. Buscamos pertencimento e para pertencer, seguimos as regras do moto clube e do clube de amigos, um certo status que muitas vezes é invisível, mas está nas condutas, nas roupas, no tipo de capacete, num conjunto de palavras. Nos moldamos para fazer parte, muitas vezes, abrindo mão de quem somos.

E a liberdade? Anda escassa, mesmo quando está na moto, vento no cabelo, no meio da estrada. Apesar da aura de desprendimento e descompromisso não são as engrenagens da máquina que vão nos trazer as respostas. Liberdade não é algo que se encontra rodando fora: é algo que vive dentro da gente. Nos convenceram de que temos que sair em busca da liberdade quando, na verdade, é a liberdade que trazemos em nós que nos impulsiona a rodar pelo mundo, a tomar as grandes decisões, pedir demissão, terminar um casamento, falar em público, assumir nossos medos para quem amamos. Aliás, amar é fruto também da nossa liberdade.

E é a liberdade de ser quem somos e de nos lançarmos sem receio de não pertencer a um clube de moto, de amigos, de trabalho, a um relacionamento, que nos tira de casa. O que as motos revelam sobre seus donos? Que a forma como você vai ou volta, assim como as grifes que usa e o cargo que ocupa, dizem muito pouco sobre você. O que importa no fim da estrada é olhar para trás e estar em dia com os “5 grandes arrependimentos”* da vida.

– Fui fiel a mim mesmo ou realizei apenas o que os outros esperavam de mim?

– Trabalhei produtivamente ou esgotei minha vida trabalhando?

– Tive coragem de expressar meus sentimentos?

– Mantive bons amigos e boas relações?

– Me permiti ser feliz?

Ficam as questões para muito além desta coluna. Nos vemos na próxima edição com novas e inquietantes inspirações.

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I’M FREE é um encontro para inspirar homens e mulheres através das grandes questões da vida. Vamos de moto, mas sempre com a premissa: o que fazer para voltarmos diferentes? Siga em @imfreeride

*Livremente adaptado do livro The top five regrets of the dying, Bronnie Ware.