Atriz e produtora teatral, Simone Zucato também se formou em medicina, aconselhada pelo pai. Criada durante a infância e adolescência nos EUA, Simone iniciou no teatro aos sete anos. Após finalizar a faculdade de medicina, Simone ingressou em escolas de artes cênicas conceituadas e trabalhou com grandes nomes do teatro e do audiovisual no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa, como Bárbara Heliodora, Susan Batson, Robert Castle no Lee Strasberg Film Institute de NY, Michelle Danner e Jandiz Estrada.
“A arte é um aprendizado contínuo. Minha estreia profissional no palco foi com a peça: “De Corpo Presente”, com texto e direção de Mara Carvallio em 2007, em São Paulo. “Eu interpretava Lilia, a filha homoafetiva de um casal de artistas. Foi algo muito emocionante e importante para mim, pois além de estar finalmente realizando meu sonho em fazer arte, eu também estava dando voz a questões essenciais que são necessárias e importantes até hoje. E eu acredito que como artista, esse é o meu papel.”, diz a atriz.
Simone Zucato estreou na TV em “Casos e Acasos”, na Rede Globo, em 2008. A atriz foi descoberta por um diretor que a assistiu em “De Corpo Presente” e de lá para cá outras oportunidades surgiram onde a atriz ganhou destaque por trabalhos como: Isa Corbett em “A Toca do Coelho”, Vera em “Trair e Coçar É Só começar”, Sylvia em “Sylvia – Uma Comédia Romântica”, e Liliane em “O Sétimo Guardião”. A atriz seguiu o conselho da mestra Bárbara Heliodora, e há alguns anos se “autoproduz” no teatro trazendo ao Brasil, sucessos do circuito Broadway. Para ela, todo ator tem que passar pelos palcos e a televisão deveria ser o resultado de muito teatro.
Sempre atenta à sua saúde, Simone nunca deixou de realizar seus exames periódicos, o que foi muito importante para detectar um câncer de mama logo no início, detalhe crucial no seu tratamento. O fato de Simone ter vivido a doença serviu como fator de incentivo ao seu engajamento à Campanha do Outubro Rosa, cujo objetivo é alertar as mulheres sobre a importância da realização dos exames para detecção precoce da doença.
“A medicina vem avançando rapidamente com o passar dos anos. Hoje em dia, o câncer de mama é uma doença tratável e, em muitos casos, curável. Principalmente se detectado precocemente. Porém, ainda hoje vejo que muitas mulheres têm medo de fazer a mamografia, o exame padrão ouro para o diagnóstico do câncer de mama. Elas falam que incomoda, que machuca. E entendo que seja um exame desconfortável, mas é preciso ter consciência de que quanto mais cedo diagnosticado, menor será a agressividade do tratamento e maiores serão as chances de cura.”, observa Simone.
Este mês de conscientização é ainda mais especial para Simone, já que no início de 2023 ela finaliza seu tratamento quimioterápico que vem sendo feito há cinco anos. Dessa forma, seu relato e sua vivência são ainda mais significativos em relação ao apoio às mulheres que vivem um momento similar.
“Não protelem seus exames, suas consultas médicas. E não deixem de fazê-los! Isso serve não apenas para o câncer de mama, mas para várias outras doenças. Logo eu acabarei meu tratamento e as chances de recidiva da doença serão mínimas. Já estou curada, mas o fato de saber que não terei a doença novamente é um alívio muito grande.”, relata Simone.
Toda essa jornada, cheia de adversidades, com certeza tornou Simone uma pessoa ainda mais forte e certa de seu papel, como mulher, atriz e médica. “Todos os meses são cor de rosa para mim, pois acho que não podemos falar da importância da realização de exames e de um diagnóstico precoce apenas durante um mês do ano. Contudo, é importante tentarmos fazer nossas vidas mais leves. O estresse comprovadamente aumenta as chances de adoecermos e acho que esse é o grande desafio da humanidade nos dias de hoje, pois apesar de depender de nós, as questões externas podem nos afetar muito. Precisamos aprender a lidar com nossos medos, com a tristeza, com as dificuldades do dia a dia. Elas existem e são muitas, mas quando nos deparamos com uma doença, com a possibilidade do pior, assimilamos que as dificuldades podem ser superadas. Depois do câncer eu resolvi seguir apenas com a profissão que escolhi ter aos sete anos. Hoje trabalho apenas como atriz e produtora de teatro. É uma vida bem mais difícil do que a de médica, mas sem a arte a Simone não quer levantar da cama pela manhã. A Simone médica sempre existirá, mas por agora decidi fazer apenas aquilo que não me traz o peso que a medicina traz. Ser médica no nosso país é muito gratificante, mas é muito difícil porque você percebe que não depende apenas de você. Então, pelos próximos anos pretendo me dedicar apenas ao trabalho de atriz e ajudar a melhorar a cultura e a educação do nosso país com meus projetos – seja no teatro, seja no audiovisual. E quero trabalhar cada vez mais. Trabalhar como atriz é uma das coisas que mais me deixa feliz!”, completa a artista.
De volta aos palcos, a atriz foi recentemente convidada para participar do elenco de ‘O Vison Voador’, com autoria dos ingleses Ray Cooney e John Chapmann, adaptada e traduzida por Marcos Caruso. Com estreia prevista para fevereiro de 2023, a peça foi um grande sucesso de bilheteria na década de 90 no Brasil. “Quando a gente faz o que gosta, a gente fica tão preenchido que não tem espaço para pensar em coisas negativas, coisas ruins. A gente só agradece e se entrega ao personagem de corpo e alma, para fazer o público pensar e se divertir.”, conta Simone.
Paralelamente, Simone pretende voltar com Sylvia – Uma Comédia Romântica ainda em 2023 aos palcos de São Paulo, também está escrevendo dois roteiros para o audiovisual e participando de projetos que ainda não podem ser divulgados.
FOTOS JAIME LEME
BELEZA MARI PEREIRA
LOOK HONORIA OFICIAL