Nascida em Niterói, cidade sorriso. Nossa musa Anna Figueiredo tem 24 anos, estuda nutrição, quer se especializar em comida saudável, trabalha com moda e beleza. Mesmo muito jovem, Anna tem uma visão empreendedora de uma forma ampla e respeitando seu tempo e sua saúde mental. Falando em saúde mental, nem tudo foram flores em sua vida pessoal. Anna passou por um relacionamento abusivo, passou por agressões e o caso terminou sendo abraçado pelo amigo Neymar (e outras tantas pessoas nas redes sociais). Depois de um ano difícil, Anna começa 2022 firme e forte, mais bela e positiva do que nunca. Na parte externa, garanto que você já conferiu nessas belas fotos. Agora, convidamos você a conhecer um pouco mais dessa nossa musa que veio para esquentar nosso verão.
E qual sua formação? Sou estudante de nutrição, tenho formação no curso FOOD AND HEALTH – Stanford University, USA, Maquiagem profissional e Preparação de modelos para o mercado da moda com duração de 1 ano, onde aprendi tudo sobre o meu meio profissional da moda. (postura, andamento, etiqueta, posicionamento, publicidade, moda, fotografia, expressões, atuação, interpretação e improviso, eventos, marketing, etc.) Hoje em dia trabalho como modelo profissional, digital marketing e com a direção e produção executiva de alguns projetos, sempre buscando empreender no nicho em que gosto de trabalhar. Sempre quero fazer mil e uma coisas ao mesmo tempo! Mas, ultimamente, estou focando em uma área e respeitando meu tempo e a minha saúde mental.
Como surgiu o universo da moda para você? Algum olheiro de plantão? Surgiu através da minha família que percebeu que, desde criança, eu “levava jeito” para fotografar. Aos 14 anos minha mãe me matriculou em um curso de Preparação de modelos para o mercado da moda com duração de 1 ano onde aprendi tudo sobre esse universo! Nunca tinha tido o sonho de ser modelo. Meu sonho era ser pilota de carros! (risos) mas a partir dali e de toda a experiência, aprendi a amar esse universo. Aos 15, assinei um contrato para fotografar todas as campanhas de uma marca casual, indicada por um fotógrafo amigo da família. Fui pegando mais experiência, até me descobrir e me reconhecer como modelo profissional. Aos 17 anos, o professor do curso me levou em uma agência de modelos profissionais, eu, claro, já havia entrado em contato com eles via e-mail dias antes enviando todas as minhas medidas e polaroids / digitais caseiras (exatamente como já havia aprendido no curso em termos de especificações, ao fazer esse material para ser enviado), e já tinha sido aprovada, pela 40 Graus Models – hoje em dia minha agência mãe. E a partir dali, passei a fazer parte do casting e comecei a trabalhar também com publicidade e me descobrir como profissional do mercado. Gravei filmes publicitários para diversas empresas, vinhetas, aberturas de novela, campanhas, catálogos, e-commerce, matérias, revistas, editoriais / ensaios / shootings, enfim! Até as coisas evoluírem e começar a trabalhar com o meu Instagram, também dentro desse nicho da moda e publicidade!
Muita gente acha que vida de modelo é só glamour. O que é mais difícil nessa profissão? O glamour para mim é trabalhar com o que amo. Mas assim como em todas as profissões, existem as questões por trás do backstage que desmistificam essa fama. São muitas coisas. Vai muito além disso. Resistência emocional e versatilidade são dois pontos bem importantes dentro desse ramo. Essa profissão exige muito comprometimento e uma dedicação imensa. Além do trabalho exaustivo, muitas das vezes horas e horas direto fotografando ou gravando, às vezes sem nem ter tempo de comer, em cima de salto, trocando milhares de vezes de produção, em locações incomuns, sem demonstrar desconforto ou cansaço, lidar com pessoas que nem sempre são agradáveis e que te veem ali como um manequim ou somente uma imagem, as horas nos castings… e outras diversas questões! Mas acredito que o mais difícil mesmo seja o preconceito quanto à profissão que, às vezes, é descredibilizado por quem não tem ciência sobre o dia a dia de trabalho de uma modelo. E o psicológico! Lidar com “não”, com comparação, com as medidas, a competição… manter a saúde mental equilibrada, a autoconfiança e o amor próprio, são primordiais para lidar com diversas questões que podem atrapalhar nossa mente, saúde e desenvolvimento! O famoso: “Quem vê close não vê corre.” No final de tudo e após o processo, compensa e é gratificante fazer o que se ama!
Trabalhar com mundo fashion te influenciou em que em matéria de moda e beleza? Me influenciou me mantendo sempre atualizada sobre novas tendências. O contato com o mundo fashion me ajudou a solidificar um estilo próprio- a ser autêntica. Gosto de desenhar croquis e criar looks! Muitas vezes, mando fazer em um ateliê e me visto com as minhas próprias produções autorais. Gosto muito de misturar peças elegantes com acessórios mais alternativos sempre dando um toque de sensualidade! Seja em uma maquiagem, um penteado, a valorização de uma curva em uma peça, uma parte do corpo. Estar sempre por dentro das novas tendências, assistir a desfiles de grandes marcas que admiro, apreciar o vintage que super cabe nos dias de hoje, ter sempre peças coringas e que nunca saem de moda. Tudo isso influencia diretamente no ter conseguido identificar como gosto de me vestir. A vaidade no sentido de me cuidar – pele, cabelo, corpo. Ter uma dermatologista e manter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos são fundamentais para manter tudo alinhado tanto no externo, quanto de dentro para fora! Gosto de me sentir bem e estar sempre me cuidando e me mimando. Sempre me atualizando, acompanhando, estudando esse mundo da moda e abusando da versatilidade.
E na hora da paquera, que “armas” usa? (risos) Acho que o natural sempre vai funcionar. Gosto de ser eu mesma. Autoconfiança sempre chama atenção, mas acredito que o olhar seja o meu melhor aliado! Pelo menos é o que dizem… (risos) A simpatia, o sorriso… acho que a paquera leve, minimalista, natural, é a mais cativante! Mas claro, saber o que eu mereço pelo que entrego e que não vou estar em lugares que não me encaixo, é muito importante. O cara tem que entender isso, e respeitar acima de tudo. E aí se der match, vai ser incrível (risos).
O que um homem ser ou ter para chamar sua atenção? Postura, sorriso, educação, respeito, cavalheirismo, inteligência e uma boa comunicação. E… “borogodó”! (risos). Gosto de pessoas reais, profundas e verdadeiras. Homens que sentem, humildes apesar de quem sejam, empáticos, com um bom coração. Pessoas, num geral, com essas características me conquistam. Fisicamente falando, não tenho um padrão específico (risos) mas confesso que morenos me chamam mais atenção. Mas o que atrai de verdade é a admiração! A verdadeira beleza é invisível aos olhos, ela vem de dentro.
Ano passado você passou por um período barra pesada quando passou por um relacionamento abusivo quando sofreu agressões de seu ex-noivo. Onde encontrou forças para sair dessa situação e virar o jogo? Ano passado foi um ano bem difícil. Perdi meus avós para o COVID, sofri um acidente de carro, fraturei uma costela, tive diversos edemas ósseos, machucados, ferimentos, cheguei a tomar mais de 20 comprimidos por dia, fiquei um mês de cama… Um mês e vinte dias depois, ocorreu o fato da agressão. Já estava destruída psicologicamente. Ali foi o limite. No relacionamento, já havia sofrido quase todos os tipos de violência e não tinha noção. Acreditava sempre nas lágrimas depois, nos pedidos de desculpa, nas declarações… porque eu realmente acreditava no amor, acreditava nos planos, acreditava em construir uma família, acreditava em tudo que morreu quando a pessoa que dormia ao meu lado todos os dias me machucou de uma forma que não é possível nem mensurar – em todos os sentidos. Fisicamente, as fotos falam por si só. Eu tive medo de morrer. Eu olhava para a pessoa e não conseguia acreditar no que estava acontecendo… é uma situação difícil de explicar. É algo muito doloroso e profundo. É um processo se recompor. É uma cicatriz que eu vou levar comigo para o resto da vida.
Mas uma coisa que eu aprendi, é que eu posso escolher continuar na posição de vítima, ou me tornar heroína da minha própria história. Escolher o recurso, ao invés da dor. Não permitir que isso atrapalhe a minha vida e sim, que sirva de aprendizado para muitas coisas que resultam em maturidade e força. Uma força que eu nem imaginava que poderia ter! E com mais vontade de viver, encontrei forças em mim, nas pessoas que eu amo e no que eu quero para o meu futuro. Sair de um relacionamento abusivo e ainda denunciar o abusador (ou ele mesmo acionar à polícia estrategicamente) não é uma tarefa simples, tampouco diz respeito apenas à mulher vítima da violência. Para acalmar essa situação, é preciso uma rede de apoio. E eu tive dos meus amigos, da minha família, da minha terapeuta, dos meus colegas de trabalho e do público que me acompanha. Cada apoio foi essencial pra eu encontrar forças para dar a volta por cima. Lutei e ainda luto todos os dias para que mulheres que passaram pela mesma coisa que eu, consigam também dar essa volta por cima e virar o jogo.
O caso tomou grande proporção quando você divulgou isso nas redes sociais atraindo o apoio de pessoas famosas como Neymar. Como isso tudo te ajudou? O Neymar é um amigo de longa data. Uma pessoa com um coração incrível, lindo, puro! Antes de eu expor a situação, já havíamos conversado e ele já havia prestado todo tipo de solidariedade e ajuda possíveis. Foi algo muito chocante. Não só ele, mas todos quando souberam ficaram revoltados. O apoio que ele me deu e a ajuda na repercussão do caso foram essenciais. Quando expus o caso, ele e diversas outras pessoas também fizeram questão de compartilhar, gravar vídeos, fazer posts, artes, manifestos, campanhas e demonstrar repúdio à situação. Me ajudou muito a ter voz e, consequentemente, ajudar outras mulheres também. Ver que eu não era a única a passar por essas situações e saber que eu tenho total capacidade de superá-las, foi de extrema importância. Muitas mulheres têm suas vozes caladas pelos seus abusadores, ou até pelo próprio medo de denunciar. Repercutir um caso como o meu foi necessário para que outras mulheres se encorajassem. Recebi muitos relatos, entendi o que essas mulheres sentiam e elas entenderam o que eu sentia. A empatia foi mútua, só sabemos como o outro se sente, quando passamos por uma situação igual ou parecida. A repercussão me ajudou em muitos aspectos. Recebi muito amor e apoio de pessoas que eu nem conhecia, recebi depoimentos de mulheres que se inspiraram em mim e tomaram coragem para denunciar seus abusadores. Minha voz foi ouvida. E sem essa rede de apoio, sem essa repercussão, eu não sei como o caso estaria hoje.
Que conselho você daria para mulheres que estão passando por uma situação parecida? Que sinais a mulher deve ficar atenta para identificar uma possível relação abusiva? Primeiro, procurar um bom advogado, ajuda da família e pessoas de confiança e denunciar! Nenhuma mulher deve sofrer nenhum tipo de violência. É algo inadmissível que pode causar danos permanentes! Sem contar com o estado psicológico, que é algo que devemos preservar e cuidar com muito amor. Você pode amar muito alguém, mas se ame em primeiro lugar. É a sua vida, a sua integridade, o seu corpo, o seu futuro, o seu tempo aqui na Terra que é algo muito valioso para desperdiçar com dor. Não aceite nenhum tipo de relacionamento abusivo! Nenhum tipo de violência! As pessoas não devem se completar, elas devem transbordar! Não devem ser dependentes emocionalmente de alguém. E sim, felizes sozinhas, completas, para aí sim, respeitarem a sua individualidade, a do outro e a do casal. Relacionamento é para ser harmônico, leal, amigo, verdadeiro, respeitoso. É para fazer feliz, não sofrer, chorar, adoecer…
Sinais? Manipulação, aquele cara que é tão egocêntrico ao ponto de só pensar em si mesmo e te machucar por isso, projetar suas próprias inseguranças em você, sem que você tenha culpa. Essa pessoa é aquela que mente, que te pega bruscamente pelo braço, te proíbe fazer coisas, te proíbe de ser você, te diminui, inferioriza, descredibiliza, faz você perder toda a sua autoestima, não tem cuidado com as palavras que te ferem, que “cutuca” suas feridas, seus traumas, que te trai e não é sincero com você, possessivo… e por aí vai! São milhares de sinais. Mas ao mesmo tempo, pode ser uma caixinha de surpresa também, porque muitos deles conseguem vestir duas máscaras muito bem. E é aí que a cilada é pior.
Na maioria das vezes, as pessoas que estão vivendo um relacionamento abusivo não têm consciência que estão passando por isso, mesmo tendo vários sinais indicando. É muito difícil sair de um relacionamento assim, porque a vítima acredita que tudo vai mudar, que tudo vai melhorar, e em muitas situações ele a trata bem e isso estimula o loop eterno. O conselho que eu dou é: Identifiquem os sinais, deem credibilidade a eles. Quando conseguirem isso, denunciem, por mais difícil que seja. Procurem ajuda profissional, de amigos, familiares… Uma rede de apoio é necessária nesses casos. Não é fácil sair de um relacionamento abusivo sozinha. Então, procure força nas pessoas que ama e confia. O primeiro passo é saber o que está vivendo, o segundo passo é mudar isso. O problema não é você, é ele. Resgate suas qualidades, converse com pessoas que passaram por situações iguais ou semelhantes. Saber que não está sozinha é essencial.
Olhando para trás, como você se vê hoje em dia? Que lições levou para a vida disso tudo? Me vejo como uma mulher muito mais forte, renascida, observadora, atenta, madura, resiliente, criteriosa, inteligente emocionalmente…
Passar por uma situação como essa não é fácil, muito menos superá-la. É um processo lento e doloroso, e que não se cura – é para sempre. As cicatrizes ficam e com elas vem o aprendizado, o amor próprio e o autoconhecimento. Eu sei de meu valor e nunca mais vou deixar que ninguém me diminua. Não fico em lugares que não me encaixo. Me respeito, me amo e me quero bem. Quero justiça por mim e por todas as mulheres que sofrem, já sofreram e ainda sofrerão um relacionamento abusivo, violência física, psicológica, moral, patrimonial, financeira… Uma por todas, e todas por uma! Sempre. A maior lição que eu levei para a vida disso tudo, foi que eu devo ser a minha maior prioridade sempre. Ser mais racional que emocional/sentimental em algumas situações, é muito importante. Espero não viver isso nunca mais! Reviver e recomeçar é revigorante.
Na estação mais quente do ano, o verão, o que mais curte fazer? Essa é universal né? HAHAHHAA AMO praia! Pegar uma praia e beber uma água de coco bem geladinha é tudo. Biquíni, bronze, uma boa leitura e mar. Depois pegar um fim de tarde apreciando o pôr do sol, contemplando a natureza e, de repente, tomando uma cervejinha estalando! De preferência na praia de Itacoatiara, a mais linda do mundo na minha cidade, melhor ainda! Chegar em casa, tomar um banho, hidratar a pele e os cabelos e ar-condicionado e Netflix! (risos) Amo lugares ao ar livre! Amo natureza, amo ir para lugares que me conectam com ela. Gosto também de fazer um cardio no calçadão da orla em frente à minha casa, pra compensar as cervejinhas. (risos)
Na sua playlist o que mais toca? Depende do mood. Mas sem dúvidas, o que mais escuto é Hiphop, Rap, Trap e Rhythm and Blues. 90% da minha playlist são músicas internacionais. Mas a maioria que não sai do meu repeat ultimamente são de rappers nacionais que conheço e admiro bastante! Dentro desse estilo musical, gosto das clássicas anos 2000 também! E por influência de minha mãe, até as bandas de rock mais clássicas dos anos 70’, 80’, 90’, me trazem muita nostalgia e lembram à minha infância! Um lounge vintage bossa remix também é indispensável! Levinho e delicioso de se escutar! Estou sempre compartilhando as minhas playlists por aí aos que escutam e pedem o link! (risos) tenho uma com quase 30 horas de som!
Não resiste a um… Minhas duas paixões sem dúvidas: VINHO! Aquele branco ou rosé BEM geladinho nos dias de calor, ou um bom tinto, bem decantado e seco em climas mais agradáveis, frescos e friozinhos. AMO! E o famoso café pretinho. Expresso ou coado, o importante é ser café! (risos)
Como seria um final de semana perfeito? Eu amo a cidade, o urbano e vivo isso todos os dias de rotina na minha semana, mas a natureza é o meu refúgio, a minha conexão. Fui criada passando finais de semana no sitio dos meus avós, com mato, animais, tirando leite de vaca, ajudando meu avô a fazer queijo, alimentando os animais, plantando, comendo cana-de-açúcar, frutas do pé, brincando na terra… Acho que não é só o lugar que faz ficar perfeito, é a nossa energia, as nossas companhias. Amo ficar com as pessoas que amo, mas também amo ficar sozinha. Curto todos os momentos. Um final de semana perfeito pra mim seria totalmente off da Internet, longe do Instagram, do WhatsApp. Coisas que sugam um pouco a nossa energia se não equilibrarmos, sabe? Viajar para algum lugar diferente com companhias especiais, amigos, estar próxima à natureza, conhecer restaurantes diferentes, culinárias, e programas leves, me fazem bem feliz!
A que pecado você não resiste? Acho que à gula! Amo comer! Principalmente frutos do mar, comida japonesa e doces refrescantes, com frutas…se for de coco, então…não há nada que me segure! (risos)
Para conquistar Anna basta… Essa é uma boa pergunta! (risos) Não sei se sou muito criteriosa para reconhecer qualidades nas pessoas à minha volta porque as reconheço em mim e busco evoluir continuamente para emanar o que gostaria de receber e manter uma sinergia, ou se as coisas ficaram banais. O principal para me conquistar é ser uma pessoa leal, de princípios, valores e caráter! Inegociáveis e incorruptíveis 🙂 Maturidade, cavalheirismo, verdade, honestidade, segurança de si, comunicação e diálogo, companheirismo, respeito e amizade acima de qualquer coisa! Coisas que tenho pavor são: mentira e egocentrismo.