Em um mundo cada vez mais acelerado e competitivo, a pressão por resultados tem levado empresários e executivos a recorrerem a medicamentos como anfetamina, Rivotril e Venvanse como muletas para lidar com o estresse. Caroline Calaça, uma renomada business advisor, conversou conosco sobre o tema do burnout e como o desequilíbrio na vida moderna tem afetado a saúde mental das pessoas no mundo dos negócios.
“Nos últimos dias, diversas reportagens foram publicadas falando sobre o tema. Você deve conhecer alguém que sofreu ou está sofrendo com Burnout nos últimos tempos, não conhece?”, questiona Calaça. Ela acredita que o uso desenfreado de medicamentos é apenas um sintoma de uma causa mais profunda: “A verdadeira causa está em uma falta de equilíbrio e, principalmente, em uma vida sem sentido, sem direção e sem qualidade de relacionamentos.”
A resiliência, que por muito tempo foi considerada o ápice da produtividade, tem sido sinônimo de suprimir a dor, “engolir o choro” e ser forte. Entretanto, Calaça argumenta que as pessoas não são máquinas: “ao contrário do que muita gente pensa, a principal questão não está no excesso de trabalho e sim em ignorar as causas, lidar com os sintomas e fingir viver uma vida feliz.”
O trabalho tem sido apontado como o vilão, mas Calaça acredita que o verdadeiro problema está na vida de aparências e na competitividade extrema: “uma vida em que você precisa se provar perfeito e melhor que os outros pra ter alguma chance de ‘sucesso’ é que é.”
Ela aponta que, quando falta felicidade, falta tudo: “E você busca suprimir essa ausência e preencher o vazio que fica com outras coisas. Trabalho demais, comprar bens pra ostentar e mostrar pros outros que venceu na vida, se rodear de pessoas que você não gosta porque são importantes e ficam bem na foto, ocupar sua agenda social para fingir que tem uma vida interessante.”
Contudo, o vazio interno apenas aumenta e as pessoas evitam se questionar sobre seus sentimentos e a razão de estarem se sentindo assim: “Vai passando por cima de si mesmo, deixando de olhar mais profundamente e de viver pelos seus valores, com o tempo nem sabe mais quem você é de verdade e vai se afastando cada vez mais daquilo que realmente preenche o espírito e não somente a alma.”
Calaça alerta que a dor sufocada eventualmente retorna e cobra um preço alto: “E aí você não pode mais ignorá-la, e vai perceber que já anda se arrastando pela vida e não consegue mais viver sem as muletas.”
Neste cenário, é fundamental repensar a abordagem da vida moderna e buscar um equilíbrio que permita viver de acordo com os próprios valores, encontrando propósito e nutrindo relacionamentos genuínos. Afinal, quando falta felicidade, falta tudo.