
SÉRIE CRIADA E PROTAGONIZADA POR RODRIGO EMOCIONA E IMPACTA AO TRATAR DE RELAÇÕES TÓXICAS; PROJETO INDEPENDENTE JÁ SOMA PRÊMIOS E MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES.
Fotos: Júlio Andrade (@julioandrade)
Make: Joana Caetano (@maquiadorajoanacaetano)
Assessoria: @ddassessoria
O ator Rodrigo Tardelli tem colhido os frutos de um trabalho realizado com muita dedicação, confiança no projeto e força de vontade. Ele dá vida ao intenso personagem Gael na série “Estranho Jeito de Amar”, produção independente disponibilizada gratuitamente no YouTube e que aborda temas como dependência emocional e relacionamento abusivo na realidade de um casal LGBTQIAP+. A produção já ultrapassou a marca de 10 milhões de acessos e soma 11 indicações em diferentes festivais internacionais.
Formado como ator há mais de 10 anos, desde então Rodrigo vem interpretando diferentes personagens e protagonizando distintas histórias que somam em uma trajetória que inspira e emociona. Desta vez, o Gael chegou para desafiar ainda mais o ator, que se entregou com intensidade ao papel de um homem complexo e manipulador, enfrentando as camadas sombrias do abuso emocional e provocando reflexões profundas no público.
“Estranho Jeito de Amar” é uma série que aborda o abuso emocional de maneira intensa e sensível, jogando luz sobre um tipo de violência que, muitas vezes, passa despercebido, apesar de devastador. A trama acompanha a intensa e conturbada relação entre Gael (Rodrigo Tardelli) e Noah (Allan Ralph), um modelo paulista que conhece Gael durante uma pool party no Rio de Janeiro. Convidado a morar com ele, Noah se vê envolvido em uma relação marcada por controle e dependência emocional. Na nova temporada, o modelo tenta se libertar, mas Gael não aceita o fim e faz de tudo para reconquistá-lo, desencadeando novos conflitos e reviravoltas emocionantes.
Além de atuar no projeto, a idealização da série também partiu do ator. Ele se dedicou profundamente à construção do tema central e personagens. Consciente da responsabilidade de tratar um assunto tão delicado, mergulhou em pesquisas, ouviu relatos reais e procurou entender os silêncios e traumas que cercam esse tipo de relação. Interpretar Gael foi também um convite à sensibilidade — e à coragem de expor o que tantas vezes permanece escondido.
“Foi um processo profundo, doloroso em alguns momentos, mas extremamente necessário. Falar sobre abuso emocional exige responsabilidade, escuta e empatia. E a atuação, para mim, é um lugar de entrega – e nesse caso, ela veio acompanhada de muita reflexão sobre os limites entre amor, controle e dependência afetiva”, completa Tardelli

Desafios do personagem
Gael é um personagem denso, que oscila entre gestos de carinho e atitudes de controle, um homem que confunde amor com posse e afeto com manipulação. Para Rodrigo, o desafio maior foi não apenas interpretar um personagem tóxico, mas fazê-lo com a complexidade e humanidade que o papel exigia.
“Decidir fazer o Gael foi aceitar um desafio artístico e humano. Ele é um personagem difícil, com falas e atitudes que confrontam o público – e a mim também. Mas eu entendi que havia ali uma oportunidade de provocar discussões necessárias. Como criador da série, quis colocar em cena um tipo de violência que muitas vezes é invisibilizada, mas que adoece tantas relações. O Gael representa esse tipo de vínculo tóxico e manipulador que precisa ser exposto”, aponta o artista.
Manter uma linha ética enquanto interpretava Gael foi, segundo Rodrigo, um dos grandes desafios do processo. Ele precisou equilibrar a entrega emocional ao personagem com limites bem definidos entre o ator e o papel. Alguns dias de gravação foram especialmente exaustivos, refletindo o peso de dar vida a alguém que machuca com palavras doces e gestos aparentemente carinhosos, enquanto mina silenciosamente o emocional do outro. Essa dualidade afetava profundamente o ator, que precisou redobrar os cuidados com a própria saúde mental para lidar com as exigências do papel sem se perder emocionalmente.
Ele comenta: “Gael é um homem ferido, frustrado, que confunde amor com posse, e carinho com controle. Existe nele uma construção muito sutil entre o afeto genuíno e a necessidade doentia de dominar o outro. Ele manipula, sim, mas também sofre – e isso não o justifica, mas o torna mais real. Como ator, eu não podia julgá-lo, apenas compreendê-lo. É um personagem que pede humanidade até na sua monstruosidade”.
Resposta do público
A resposta do público veio em forma de números impressionantes e, principalmente, de relatos emocionantes. Milhares de pessoas se identificaram com a trama e com as dores retratadas, muitas delas reconhecendo situações abusivas em suas próprias histórias.
“Recebi – e ainda recebo – muitas mensagens. Gente dizendo que só depois da série conseguiu reconhecer que vivia um relacionamento abusivo, ou que finalmente teve coragem de sair de um ciclo de violência emocional. Isso é muito forte. Às vezes, a arte consegue dizer o que a pessoa não consegue verbalizar. E quando isso acontece, é como se o trabalho ganhasse um novo sentido. Me emociona, me responsabiliza e me impulsiona a continuar”

Indicações internacionais
A série vem conquistando espaço nos festivais internacionais. Ela foi indicada duas vezes à “Melhor Série de Drama”, “Melhor Série Geral” e “Melhor Direção”, além das indicações a “Melhor Elenco”, “Melhor Fotografia” e “Melhor Roteiro”. Rodrigo também concorreu duas vezes como “Melhor Ator”, mas para ele a indicação mais simbólica foi a de Melhor Elenco:
“Essa série só é o que é graças à entrega de todos os atores que estiveram nela. Cada um trouxe alma, intensidade, verdade. O Gael só existe porque o Noah, vivido brilhantemente pelo Allan Ralph, responde com a mesma potência. Ninguém atua sozinho – e nessa série, o coletivo brilhou. Receber uma indicação como Melhor Elenco é reconhecer o impacto de uma história que foi contada com muitas vozes e corações”, declara.
Sobre a indicação como “Melhor Ator”, ele também comenta: “Foi marcante demais para a minha trajetória. Estar numa premiação de Los Angeles com grandes nomes e saber que um projeto independente, feito com tanta entrega, chegou ali… é um orgulho imenso. Ser premiado como Melhor Ator por um personagem tão complexo quanto o Gael foi um reconhecimento não só do meu trabalho, mas de toda a equipe que acreditou na série. Foi um abraço coletivo em forma de prêmio”.
O artista ainda comemora o sucesso da trama: “Eu criei ‘Estranho Jeito de Amar’ de forma independente, com o coração, com poucos recursos e muita vontade de contar uma história que importa. Ver mais de 10 milhões de acessos é entender que as pessoas estão sim sedentas por narrativas que toquem verdades. Essa resposta do público é o maior reconhecimento que eu poderia ter: saber que o que criamos atravessou telas e tocou vidas”. Com uma trajetória marcada pela entrega e coragem, Rodrigo Tardelli transforma a dor em reflexão, e arte em ferramenta de transformação. “Estranho Jeito de Amar” é como um espelho necessário, onde muitos finalmente conseguem se enxergar. A série está disponível no YouTube e conta com duas temporadas completas e um especial de fim de ano.