PORTFOLIO: Gian Paolo Barbieri – Le fotografie qui emana puro erotismo

 

O fotógrafo Gian Paolo Barbieri nasceu na cidade italiana de Milão em 1938, estudou na Universidade Católica. Até que depois de alguns anos de estudos e experiências no Cinecittà, um complexo de teatros e estúdios situados na periferia oriental de Roma responsável pela maior parte da produção cinematográfica italiana, onde vários filmes são rodados e espetáculos para a televisão são gravados, Barbieri tornou-se assistente do fotógrafo Tom Kublin, como fotógrafo de moda francesa em 1961. Isso foi seu primeiro passo até entrar para a revista Vogue italiana em 1965, e produzir sua primeira capa. Na Vogue, Barbieri pode trabalhar para grandes grifes e criou vários editoriais de moda que terminaram rendendo trabalhos nas edições da Vogue italiana, francesa, americana e alemã. Decorrente desse seu destaque na Vogue grandes costureiros procuraram Barbieri para criar as campanhas publicitárias de marcas como Valentino, Armani, Versace e Saint-Laurent.

Mas a consagração maior veio em 1978 quando a revista alemã incluiu Barbieri como um dos catorze melhores fotógrafos que criaram a fotografia de moda. Foi no início dos anos 90 que Barbieri lançou alguns livros de fotografia sobre moda e o mundo fashion, fotografando celebridades do cinema como Maryl Streep e Monica Belucci, e a modelo Carla Bruni. Monica por sinal, viraria uma de suas musas preferidas, fotografando-a em várias ocasiões, inclusive para capa da Vanity Fair. Nessa fase Barbieri lançou os livros “Artificial“, em 1982; “Silent Portraits“, em 1984 e “Barbieri” em 1988. Muitas das fotografia de Barbieri estão em exibição no museu Victoria and Albert e no Kunstforum em Viena.
QUANDO A PELE FALA
No final dos anos 80 quando a revista Vogue enviou Barbieri para o Tahiti, ele descobriu na ilha uma fonte de inspiração para suas fotografias. Uma possibilidade de se realizar sonhos de aventuras por aquele mares que sonhara na juventude e seu amor pela Polinésia. Lá descobriu que tudo que sonhara era muito mais forte, assim como seu povo, sua cultura e seus hábitos. E foi na arte da tatuagem que Barbieri apontou suas lentes dessa vez. O escritor Raymond Graffe introduziu os segredos da tatuagem que tinha ficados escondidos aos olhos dos europeus. Foi o ponto de partida para mais um belo livro de fotos, dessa vez contando a história da tatuagem tendo como base as razões étnicas e culturais do povo do Tahiti. Atrelado a isso, a referência dos quadros de Paul Gauguin e seus apontamentos sobre a primeira viagem ao Tahiti. E a “linguagem da pele” da cultura polinésia rendeu o livro “Tahiti Tattoos”.
A DESCOBERTA DO PARAÍSO

Já nos anos 90, Barbieri procurou focar em fotografias mais autorais, com um tom mais étnico. Foi assim que em 1994 Barbieri percorreu Madagáscar em busca das melhores imagens. Munido de sua Linhof 4 x 5 num tripé e filme Polaroid 55, que lhe permitiu controlar mais o enquadramento, e trabalhou em todas as condições de luz. Para Barbieir o preto & branco é um termo abstrato que lhe cabem todos os valores. Em Madagáscar Barbieri retratou todos os ambientes retratando os momentos sempre mantendo a autenticidade e a espontaneidade do local e pessoas. Segundo Barbieri, a escolha das lentes ideais foi fundamental por considerações estéticas, focando de forma normal para consegui maior profundidade de campo. E por razões técnicas usou filme Kodak 135 e 120 e uma Rolleiflex 6 x 6 e uma Canon. O que se ver são belíssimos retratos de um local de clima tropical, um povo de tradições pitorescas e uma fauna e flora de beleza sem igual. “É fácil ver que a mola da vida é a mesma para a rã, o pássaro ou a mulher. Tudo foi esculpido no mesmo dia, formado da mesma matéria, inspirado pelo mesmo sopro de vida.” Para Barbieri, Madagáscar apresenta uma grande semelhança com o Paraíso na Terra antes do Pecado Original. “A substância cinzenta de Madagáscar é o barro original da Criação, que vem da mão de Deus.”

 

O PECADO NO PARAÍSO

Foi depois de suas jornadas por lugares como o Tahiti e Madagáscar, que Barbieri descobriria um outro paraíso na terra, dessa vez as belezas das ilhas Seychelles no livro Equator. As ilhas que tem como deus soberano o sol, foi retratada por Barbieri de um modo mais erótico. Seja nas folhas da palmeira que desenham padrões sobre a pele nua ou nos frutos do coqueiro que se assemelham ao monte de Vênus, e suas flores lembram falos. Animais, plantas e nativos são retratados em belas fotografias em preto & branco nas suas melhores formas. Corpos nus sobre a areia branca se fundem com os contornos das enormes pedras nas praias. Por tudo isso não é difícil ser surpreendido com um olhar mais erótico sobre essas belezas naturais de Seychelles. “Quem conta por imagens – o pintos, o fotógrafo – está habituado a olhar para dentro das coisas, a classifica e ligar as formas de maneira a sugerir significados. Mas o seu olhar é transparente, não força, não interpreta: esta será a agradável tarefa de quem desfolha, finalmente, o livro e recebe o dom do deslumbramento.”