Cada vez mais os homens têm buscado alternativas para ficarem bonitos, com músculos definidos e com mais disposição para encarar a rotina do dia-a-dia. Não é à toa que surgiu, por exemplo, a definição “metrossexual” em alguns casos. Porém, quando se trata de ir a consultas médicas corriqueiras para prevenir doenças, a ala masculina permanece acomodada. Visitas ao oftalmologista são ainda mais raras. Segundo Roberto Galvão Filho, do Instituto de Olhos do Recife (IOR), os homens não têm o costume de se consultar regularmente, deixando a visita quando aparece algum desconforto visual. “As mulheres marcam mais médicos, portanto as doenças são diagnosticadas mais facilmente. Em homens, por sua vez, quando as patologias são descobertas, muitas vezes já estão em estados avançados, dificultando o tratamento”, informa o oftalmologista.
Roberto Galvão Filho cita o caso do glaucoma – doença degenerativa do nervo óptico, normalmente associada ao aumento da pressão intraocular. Uma pesquisa realizada em 2010, pelo National Eye Institute, nos Estados Unidos, mostra que dos casos diagnosticados, 39% são homens. “O número provavelmente não é maior porque os casos não são totalmente detectados, já que os homens vão menos aos consultórios. Aqui no Brasil os números são semelhantes percentualmente”, afirma o oftalmologista. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença já acomete mais de 1 milhão de brasileiros acima dos 40 anos. A cada ano são registrados 2,4 milhões de novos casos no mundo.
O glaucoma é assintomático. A perda visual só ocorre em fases mais avançadas, mas é importante ficar alerta, pois se o tratamento não for feito adequadamente a cegueira é irreversível. Ainda segundo a OMS, pelo menos 80% dos casos não tratados evoluem para a perda da visão. Alguns pacientes podem relatar dor de cabeça no momento em que a pressão ocular estiver mais alta. Roberto Galvão Filho explica que a prática de exercícios aeróbios é importante na prevenção da doença, mas alerta que o ato de prender a respiração durante a musculação (levantamento de pesos) aumenta a pressão do olho. Hábitos que aumentem a qualidade de vida sejam eles alimentares, de exercícios e emocionais ajudam contra o glaucoma. “É importante deixar claro que prender a respiração aumenta a pressão do olho em qualquer situação, não apenas na atividade esportiva. Exercício aeróbio, como natação, por exemplo, pode reduzir a pressão ocular. De um modo geral, atividade física regular é bom na prevenção e ajuda no controle da doença”, afirma.
O diagnóstico precoce auxilia o tratamento. Muitas vezes as pessoas só percebem estas áreas cegas depois do nervo óptico já ter sofrido danos irreversíveis. “Quanto mais cedo for descoberto, mais sadio estará o nervo óptico. O glaucoma não tem cura, mas estaciona. Como o defeito na visão não desaparece, quanto menos defeito tiver quando estacionar, melhor”. Inicialmente o tratamento da doença é feito com colírios hipotensores, porém podem ser necessários tratamentos a laser e até cirurgias. O oftalmologista destaca alguns fatores de risco que devem ser observados e levados em conta para estimular a ida ao médico, entre eles, casos de glaucoma na família, hipertensão arterial, diabetes e miopia. “Quem está nesse ‘grupo de risco’ deve ir ao oftalmologista uma vez ao ano. Devido ao fato do melhor acesso a informação sobre o glaucoma, as pessoas tem nos procurado mais cedo, mas ainda existem pessoas que adiam a visita ao médico e acabam tendo mais dificuldade no controle da doença. Nesse caso, o risco de ficar cego sobe muito”, finaliza.
Sendo assim. caro leitor, não perca tempo e cuide de sua saúde com mais cuidado e com acompanhamento frequente. E no caso de sua visão, olho aberto para a saúde dos seus olhos. Veja bem e marque seu check up.