Determinada e talentosa, além de muito gata, é assim que podemos resumir bem Letícia Lima. Desde muito nova sempre foi focada no que a fazia mover mundos e fundos, que era poder atuar. Letícia virou um sucesso nos episódios do “Porta dos Fundos” e de lá para cá foi uma curva ascendente que faz dela uma das grandes promessas na TV, Internet e qualquer outra mídia que ela se pré-dispor a fazer. Sua participação na “Dança dos Famosos” não podia ser diferente. A cada nova apresentação Letícia encanta e conquista o público com seu alto astral e seu belo sorriso. Pensamos logo, “Letícia, vem dançar comigo!”.
De “Anões em Chamas”, sucesso no YouTube, até a Alisson (a mandada em “A Regra do Jogo”) e agora a “Dança dos Famosos”, muita coisa aconteceu e mudou na sua carreira. Saindo da internet para a TV aberta. Que avaliação você faz de tudo isso? Muita coisa aconteceu do “Anões” até aqui, mas eu vou um pouquinho antes disso. Tudo começou quando sai de Três Rios, minha cidade natal e vim para o Rio. Lá em Três Rios eu já era atriz, fazia peças no teatro municipal da cidade e vim para o Rio com sonho de seguir essa profissão. Se pensar no meu histórico desde lá, da família simples que eu nasci até conseguir chegar aqui hoje, é um pulo muito grande. Eu vim com 18 anos, estou com 32. Fico muito feliz de ter conseguido alcançar o que alcancei, mesmo com muitas dificuldades, principalmente financeiras, porque não fácil viver só com essa profissão. Muitas vezes eu tive que conciliar outros trabalhos. Fui modelo de prova, vendedora de loja, fazia participações menores na TV, direção de arte para programas de TV a cabo e para produções na internet. Com 14 anos, eu já fazia animação de festa infantil. Tudo para tentar me aproximar do que faço hoje, do que eu gosto de fazer: atuar.
Quando começou com programas para o YouTube você tinha noção que de certa forma estavam revolucionando a maneira de entretenimento? Que o YouTube renderia tantos frutos para vocês. Tenho muito orgulho do “Anões em Chamas”, porque foi o primeiro programa de ficção para a internet brasileira. Até então não se fazia isso. Existiam vídeos engraçados, mas de coisas cotidianas. Eu segui com essa carreira na internet, fazendo o “Porta dos Fundos”, que é, na verdade, um embrião do “Anões em Chamas. Foi uma maneira de a gente mostrar o nosso trabalho em outro veículo, porque até então era muito difícil entrar na televisão ou no cinema. Minha ideia era usar a internet para expor o meu trabalho, para as pessoas terem acesso. Não só os profissionais da área conhecerem o meu trabalho, mas o público em si. Eu já pensei como plataforma de entretenimento democrático mesmo. Por que não usar a internet para as pessoas conhecerem o que eu faço? Eu só não esperava que fosse ser um estouro em tão pouco tempo, mas depois, pensando bem, é um grupo tão talentoso de escritores, atores, direção, não tinha como não ser um sucesso. Na hora nunca pensamos que fôssemos criar um novo formato, algo novo para o Brasil inteiro.
Que lembranças você guarda da “Porta dos Fundos”? Você chegou a ser apontada na época como a “musa” do programa. Guardo lembranças dessa época com muito carinho, muito afeto, como algo que eu construí e ajudei a construir. Fico muito orgulhosa. Depois do “Porta” outras pessoas começaram a criar os seus canais de ficção na internet e isso é um ganho para todo mundo: para o público e para as pessoas que procuram uma outra forma de ter entretenimento. A internet entra como mais um veículo. Eu era apontada meio como musa mesmo, imagina?! (risos). Fico orgulhosa e muito agradecida. Eu não vejo dessa maneira, não tenho vaidade de me colocar como musa do canal ou nada parecido. Só fico feliz com esse carinho do público.
E tudo começou graças a aquele “louco” do Fábio Porchat. Como foi esse “encontro de almas”? Fábio é um amigo antes de tudo isso, antes mesmo do “Anões em Chamas”. Mas a verdade é que o “Anões” surgiu de uma parceria minha com o Ian SBF. Fábio fazia de vez em quando uma participação. Tínhamos o Marcos Majella, o Rafael Infante e o Gregório Duvivier como os atores fixos do Anões. Quando o “Porta dos Fundos” surgiu, Fábio foi um dos nomes que a gente pensou para estar com a gente, por ele ser um ator talentoso, um escritor de muita criatividade, com roteiros de muito sarcasmo e ironia. E foi natural essa união, por sermos um grupo de amigos. O “Anões” existia e resolvemos unir outras pessoas e dar um novo nome para o projeto. Fabio acrescentou demais. Todo o grupo é muito coeso, porque todos fazem humor, mas cada um no seu estilo. São vários estilos de humor que se combinam.
Você também é meio “louquinha” e hiperativa como Fábio né?! A dupla perfeita para criar sem limites. Como você vê essa parceria? A gente sempre combinou, principalmente atuando juntos. O vídeo “Na lata”, por exemplo, é o segundo vídeo mais visto na história do “Porta”. Eu e Fábio sempre nos demos muito bem. É sempre bom trabalhar com ele.
Falando em Alisson, seu primeiro papel na TV aberta, como foi encarar aquela figuraça divertida? Como foi a 1ª experiência na TV? Fiquei assim muito contente com esse primeiro convite para novela, porque o João Emanuel Carneiro é um dos meus autores preferidos e o trabalho da Amora Mautner também sempre me saltou aos olhos. E ser convidada para a minha primeira novela, no horário das nove, com um papel bacana, que o João escreveu pensando em mim, não poderia começar melhor. Eu me dediquei ao máximo. Fiz muita preparação, preparei o corpo, porque ela era uma funkeira, tinha o estilo de dançar e tudo mais desse universo. Fui com tudo para esse projeto. Foi a minha primeira experiência em novela e posso dizer que foi muito uma experiência intensa e de muito aprendizado.
Você parece ser bem-humorada e sem frescura. É isso mesmo no dia-a-dia? Consegue levar a vida numa boa e com menos seriedade quando necessário? Sim, é verdade. Sou muito bem-humorada, acordo de bom humor todos os dias, realmente não existe essa de acordar de mau humor. Na TPM eu fico um pouco irritada, chorona, como toda mulher, mas não acordo dessa maneira (risos). Da mesma maneira que vem isso durante o dia vai embora também. Bem geminiana, sabe?! Levo a minha vida de maneira muito leve, preservo os momentos de seriedade para quando preciso realmente estar séria. Mas levo a vida com leveza.
Gatíssima e divertida. Isso já chegou a assustar os homens? Quem é mais atirado com vocês homens ou mulheres? Acho que toda mulher muito independente dá uma assustada nos homens (risos). Acho que isso acontece porque você é leve, divertida, dona da sua vida, dona da sua carreira e aí em teoria você se supre, né. O que na verdade é uma grande ilusão. Esses assuntos não se misturam na verdade. Você querer ter um companheiro e ter afeto não tem nada a ver com a vida independente que você leva. Adoro ser independente, sempre fui. Desde muito nova eu ganho o meu dinheiro, batalho pela minha vida, faço as minhas escolhas. Eu percebo que isso pode assustar um pouco os homens, mas pelo menos no meu meio já existem homens que entendem essa realidade e convivem com mulheres que têm esse perfil. É uma questão de aonde você está, com quem você está lidando. Sou muito observadora. Estou sempre percebendo como as pessoas se comportam, o que elas pensam.
O que te atrai sua atenção para uma possível paquera? E o que te espanta de vez? O que atrai minha atenção de cara é a inteligência, sem dúvida. E o que espanta é exatamente a falta de inteligência (risos).
As redes sociais hoje em dia te incomodam de alguma forma? Não, elas não me incomodam. Encaro as redes sociais da mesma maneira que eu encarei quando os programas de humor na internet estavam no início no Brasil. É algo novo, que a gente vai aprendendo a lidar, mas é algo que vai existir para sempre e a característica é ela ser mais livre. Mas acho que nós ainda estamos sendo educados para a internet. As pessoas escrevem coisas que não falariam “ao vivo”, por exemplo. Acredito que é uma questão de educação mesmo. Eu lido de uma forma bem prática: se é agressivo ou ofensivo de alguma forma, eu excluo. Não preciso ter isso na minha página. Existe uma cultura que tudo pode na internet, mas vamos ser boas pessoas, vamos ser pessoas legais!
Algum rótulo ou pré-conceito que você ainda não conseguiu se livrar de ter? Não. Acho que nenhum rótulo me incomoda na verdade. Não tenho um rótulo ao qual me sinta presa. Na verdade, eu me sinto uma atriz muito livre. Faço todos os gêneros. Sou mais conhecida por fazer humor, mas faço todo os outros gêneros. Busco no meu trabalho como atriz mostrar versatilidade, que posso fazer qualquer tipo de papel. E isso é o que me deixa mais entusiasmada com a minha profissão.
Existe algum limite para as mulheres entre o ter personalidade e ser vulgar na hora de querer ter alguém? Aliás, hoje em dia existe alguma diferença nesse sentido entre homens e mulheres? O mais importante disso tudo é você poder ser quem você é, sem travas. O que eu mais prezo são as pessoas verdadeiras. Acho que esse é o caminho mais próximo para a felicidade. É saber quem você é, respeitar a si mesmo e também se gostar, e assim você passa a conhecer pessoas que vão respeitar a maneira como você é e gostar de você dessa maneira.
Em um relacionamento a dois existe algum limite, tabu ou regra? Em que você se baseia para uma relação honesta e instável? Acredito que tabu não é legal. Agora tem uma coisa importante que é o respeito à individualidade. Um relacionamento são duas pessoas, um não vai começar a reproduzir a personalidade do outro, tem que haver respeito às personalidades de cada um. E quando você entende que são dois indivíduos diferentes, que as ações dizem respeito à maneira do outro de ser, que se relacionam com a sua história de vida, você passa a ser menos crítico e o relacionamento mais leve. O caminho da união de almas, seja na família, entre amigos ou amorosa, é a compreensão.
O que essa bela morena mais admira nela mesma? E o que gostaria que fosse diferente? Eu, com certeza, admiro o meu companheirismo e por ser uma mulher muito batalhadora. E o que eu acho que atrapalha um pouco é às vezes eu ser muito crítica comigo mesma. Então, tudo o que faço e está a minha volta, eu quero que seja da melhor maneira e me cobro muito.
E o que mais admira nos outros, física e intelectualmente? Como eu disse antes, o intelecto vem em primeiro lugar. É isso o que me atrai. Tem que me dizer coisas interessantes, sou uma pessoa ativa, como boa geminiana eu gosto de falar de todos os assuntos. Posso estar falando de política e, ao mesmo tempo, de beleza. Gosto quando me trazem informações novas, coisas que eu não sabia. Gosto muito de ler. Fisicamente eu gosto de pessoas cheirosas.
Como você encarou esse desafio da “Dança dos Famosos”? Torcemos muito por você todos os dias! Obrigada por vocês terem torcido! É um processo muito difícil. Eu adorei fazer o “Dança”. Eu topei o desafio na verdade como uma superação minha, eu queria ter uma expressão corporal melhor. Já queria inserir a dança na minha vida, mas não conseguia fazer no dia-a-dia. Foi delicioso. Sou apaixonada por dança. A experiência de dançar é muito enriquecedora. Travei uma competição comigo mesma de a cada semana melhorar em tal coisa. No fim das contas, o resultado é para mim. E vejo que consegui superar os desafios. Tinha muito medo de ficar de cabeça para baixo, então era uma coisa a ser superada e tenho conseguido. Isso me deixa muito feliz.
Photos Pino Gomes
Styling Bruno Pimentel
Make-up Chico Toscano
Photo-assistant Leonardo Lyon
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