Como acontece há 32 anos, o tributo pelo aniversário de morte à Marilyn Monroe, que hoje completa 52 anos, levou vários fãs ao cemitério Westwood Village Memorial Park em Los Angeles para prestar homenagens à estrela. Apontada como “fenômeno da cultura pop que ultrapassa gerações”, Marilyn virou mito e seus filmes e fotos viraram grandes registros dessa paixão pela atriz. O que talvez pouca gente saiba é que o último fotógrafo a registrar a bela musa foi Bert Stern. Que nutria uma paixão pela fotografia e ao lado de Marilyn retratou o desejo em sua forma mais pura. Filho de judeus imigrantes, Bert Stern nasceu no Brooklyn em 1929, a escolha da fotografia veio por influência do pai, também fotografo.
Profissionalmente começou a atuar durante o serviço militar no Japão e a partir dessa experiência veio a oportunidade de trabalhar na revista Look Magazine, primeiro como entregador de correspondências e após formar uma estreita relação com um jovem fotógrafo da equipe, ninguém mais, ninguém menos que Stanley Kubrick, passou a fotógrafo de publicidade. Em seguida foi procurado por Madison Avenue, em Hollywood, e no cenário da moda internacional, Bert estava no coração do que George Lois (lenda da publicidade americana) chamaria de a evolução criativa. Ao longo da vida fotografou muitas atrizes, mas dizia preferir modelos, porque elas projetam o desejo e “é excitante fotografar o desejo”. E a carreira de Stern ia ganhando força, reconhecimento e fama.
BERT E MARILYN
Bert fez nome nos anos 50 e 60, sendo crucial na redefinição da fotografia moderna. Contudo foram as fotos da atriz Marilyn Monroe para a Vogue Americana, semanas antes da morte dela que colocaram Bert no pedestal do mundo da fotografia tornando-se um ícone. Foram duas longas sessões de fotos com Marilyn, onde Bert experimentou várias técnicas, que foram desde serigrafia até impressões eletrônicas (na época recusadas pela Vogue). Sobre esse primeiro encontro com Marilyn ele declarou: “Esqueço minha mulher, meu bebê, minha vida apaixonante em Nova York. Nada mais existe naquele instante. Estou apaixonado.”
A paixão pela fotografia era, segundo Stern, uma forma de se aproximar das pessoas, e de as compreender, criando dessa forma laços mais fortes. Entre os vários trabalhos que efetuou durante a sua vida, destaca-se também o close-up de um copo de Martini no Egito, para uma publicidade da vodka Smirnoff. Com o tempo e a experiência as fotografias passaram adquirir outro sentido que não mais a moda ou a publicidade. A comunicação através da imagem passou a ser objeto de estudo, em fotografias que já não carecem de identidade ou significado. Passaram a ser vistas, em grande parte devido ao seu trabalho, como obras de arte que transmitem sentimentos e experiências.
“Jazz on A Summer’s Day” documentário de Stern, foi reconhecido em 1999 pela National Film Registry, devido à sua essência histórica e cultural. Com mais de 50 anos de carreira, Stern fez história, criou um estética própria, clean, que se manteve com o tempo e teve seu auge, principalmente nos anos 90, junto com outros fotógrafos como Irving Penn, Richard Avedon e Mark Shaw. Essa geração acreditava na clareza das imagens, ao mesmo tempo que ganhavam identidade e vida própria, ao contrário do que era até aí a norma padrão. Hoje, Bert Stern tem as suas obras em exibição em alguns dos museus mais prestigiados do mundo, entre eles o MoMA em Nova Iorque.
“The Last Sitting”
Stern foi responsável por retratar a mítica Marilyn Monroe nua, na última sessão fotográfica realizada pela loira, feita entre os dias 24, 25 e 26 de junho de 1962, seis semanas antes de sua morte, no dia 5 de agosto daquele ano no Hotel Bel Air, em Los Angeles. As fotografias foram publicadas em dois livros, em 1982 e 2000. Em um documentário que Laumeister fez sobre Stern, o fotógrafo disse: “Foi uma experiência única estar com Marilyn Monroe em um quarto de hotel”. Segundo ele a nudez foi algo que aconteceu de forma espontânea, sem qualquer acordo anterior à sessão que teve lugar no quarto de hotel da atriz.
ADEUS
Bert Stern morreu no dia 28 de junho, na sua casa de Manhattan, em Nova Iorque, aos 83 anos. A morte foi confirmada por uma amiga de longa data, a cineasta Shannah Laumeister, segundo ela, eles estavam casados secretamente desde 2009. A vida pessoal de Stern não foi tão bem-sucedida como a sua carreira profissional. O fotógrafo teve um casamento fracassado com a dançarina Allegra Kent e viu suas finanças irem às ruínas. Seu estado de saúde também era muito delicado havia alguns anos.
Confira o trailer do documentário “Bert Stern: Original Madman”:
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