DESTINO: Você viaja ou já viajou sozinho? Veja como tirar de letra na chegada, hospedagem e atrações turísticas

Para quem não está acostumado, viajar sozinho pode parecer um desafio ou até mesmo algo, desculpem o clichê, solitário demais. A primeira imagem que vem à cabeça é sobre como é possível passar dez dias ou mais sem ter alguém para conversar, dividir a experiência ou até mesmo tirar fotos suas naqueles lugares marcantes. No entanto viajar sozinho pode abrir portas para caminhos que nunca seriam possíveis de alcançar durante o convívio social de uma viagem com amigos ou à casal. Pode se tornar um processo de reflexão, de encontrar a si mesmo de uma maneira ímpar. É, principalmente, a chance que se tem para interagir com o lugar em que está de uma maneira mais direta, muitas vezes quase que como os moradores locais.

A viagem pode começar desde o momento de se decidir para onde ir. Neste momento olha-se para os lados e ao invés de debater com alguém qual lugar se vai, percebe-se que a escolha depende apenas de si. Isso pode representar uma chance de se conhecer locais fora do trivial – EUA, Europa, Chile e Argentina – ou até mesmo ir para lugares já bem conhecidos, mas aproveitando para conhecer aquele beco cheio de bares e restaurantes que você viu quando estava naquele ônibus de sightseeing, mas não teve chance de parar para não atrasar o roteiro dos amigos.

A primeira opção é quase sempre feita de surpresas constantes desde os primeiros momentos:

1. Dificuldade de se chegar: muitas vezes tem-se que se sujeitar a passar muitas horas dentro de aviões e aeroportos. E não se fala de 7 a 8 horas de avião, mas de pelo menos 15 a 20 horas, entre aviões, salas de embarque e despachos de bagagens (principalmente nos EUA). No entanto este momento são perfeitos para se aproveitar e adiantar a leitura daquele livro que está encostado no criado mudo, ao lado da cama. Outra característica é que geralmente essas conexões são feitas em grandes hubs aéreos, aeroportos enormes onde pessoas do mundo todo estão chegando e partindo (Heathrow, JFK, Los Angeles, Beijing e muitos outros). Por isso são momentos incríveis para se observar pessoas diferentes com seus costumes peculiares em um mesmo lugar.

2. Hospedagem: muitas pessoas procuram locais para se hospedar por indicação direta de amigos. No entanto quando não temos informações de conhecidos sobre o local escolhido muitas vezes não se sabe por onde começar a procurar. Mesmo sendo uma boa fonte de consulta, nem todos confiam em dicas de sites de reservas de hotéis como o Booking.com. Por isso uma das melhores dicas é albergues. A rede de  Albergues da Juventude da Hosteling International (www.hihostels.com) e também da YHA – Reino Unido (www.yha.co.uk) são fontes confiáveis de qualidade na hospedagem. Além de sempre estarem bem conservados, Albergues da Juventude filiados a estes programas são locais perfeitos para se conhecer pessoas de todas as partes do mundo. E não deve-se pensar que há apenas quartos para seis ou mais pessoas, com aquele banheiro coletivo no final do corredor, hoje muitos albergues já oferecem opção de quartos duplos com banheiro privativo. E dependendo do quanto se gasta, é como se hospedar em uma pousada de charme (ou hotel design), mas ainda assim pela metade do preço.

3. O que fazer e atrações: Aqui se encontra o mesmo problema do tópico anterior. Quando se decide qual o local a ser visitado, geralmente a escolha foi baseada em locais e/ou atrações que chamaram a atenção e cativaram o interesse. No entanto muitos se perguntam sobre o que fazer nos outros dias? Há mais opções? A melhor dica é procurar por blogs de viagem, eles sempre tratam não apenas dos roteiros comuns de viagem, mas também de roteiros mais exóticos. O blog Viaje na Viagem (www.viajenaviagem.com) possui inclusive um tópico com sugestões básicas sobre como viajar solo.

VOLTANDO AO DESTINO

A segunda opção, de viajar para locais que já conhecemos, sofre de um problema logo ao se começar a planejar na viagem: vale a pena ir novamente para um lugar que já visitado ou deve-se aproveitar e conhecer lugares novos? Sim, vale muito! Todo lugar interessante que se conhece sempre guarda alguma surpresa, seja aquele restaurante que só os locais frequentam, aquele parque não muito falado ou até mesmo a própria vida cotidiana dos moradores. Para poder aproveitar bem a viagem sem a sensação de déjà vu, há algumas dicas básicas:

1. Chegar: como já se foi uma vez, a segunda é sempre mais fácil. No entanto, caso o roteiro inclua mais de um local, por que ao invés de se usar o tradicional avião de uma cidade para outra, não se usa um transporte não muito comum aos Brasileiros? Dez entre dez pessoas sempre indicam o trem como o transporte ideal entre cidades na Europa. Além da facilidade de embarque e desembarque e conforto (as poltronas são mais largas que as de aviões), ganhamos tempo também no fato de algumas vezes evitarmos passar pelas checagens de fronteiras. O mesmo vale para aluguel de carro, apesar de que nem todas as cidades históricas serem preparadas para este tipo de transporte (estacionamentos são sempre difíceis de encontrar, principalmente em cidades históricas). Procure também levar o mínimo de bagagem nestes casos, isso facilita o deslocamento e evita perda de tempo em despacho.

2. Hospedagem: agora que a cidade já é bem conhecida, porque não alugar um apartamento ao invés de ficar em um hotel tradicional? Essa opção, cada vez mais comum nas grandes metrópoles do mundo, tem se tornado uma tendência cada vez mais segura. Hoje sites especializados oferecem total suporte para aluguel de apartamento, flats e até mesmo dormitórios em casas de famílias (essa opção é conhecida por Bed and Breakfast, bastante comum no Reino Unido). O mais conhecido atualmente é o AirBnB (www.airbnb.com). Uma dica de antemão: locação de apartamentos e quartos na cidade de Nova Iorque é proibido por lei, é direito exclusivo de hotéis e pousadas registradas (mais informações aqui: http://travel.usatoday.com/destinations/dispatches/post/2010/06/new-york-considers-ban-on-vacation-rentals/98153/1).

3. O que fazer e atrações: sair do comum, do tradicional é sempre difícil quando não se tem opções previamente escolhidas. A melhor maneira de começar é procurando dicas de moradores e isso pode ser feito em páginas na Web dedicadas às cidades, principalmente no Facebook. Deve-se também considerar tour locais, tais como aqueles com guias para se andar a pé ou de bicicleta determinado bairro ou região. Geralmente esses passeios são bastante frequentados até mesmo por moradores. Em pubs e bares, procure sempre se relacionar com frequentadores e bartenders, para isso procure sentar no balcão ou mesas para várias pessoas, ao invés de procurar por mesas exclusivas. Isso facilita a interação com os locais e uma boa conversa sempre rende novas dicas. Em aeroportos e estações de trem as pessoas sempre podem ser mais facilmente abordadas para uma conversa. No entanto fique atento caso aquela pessoa esteja com os dois fones nos ouvidos, isso pode ser um sinal claro de “não perturbe”. Caso a pessoa pretende passar mais de um mês em um local, pode-se aproveitar e engatar um curso para aprender (ou aperfeiçoar) a língua local. É garantia de socialização certa.

Para finalizar lembre-se: viajar sozinho é uma chance ímpar para aprender não apenas sobre os locais que se deseja conhecer, mas também sobre si mesmo.

 Links que podem ajudar na elaboração do roteiro: 

http://solotravelerblog.com
Blog sobre viagens solos, um dos mais conhecidos da Web. Além de dicas sobre atrações e épocas ideias para se visitar determinados locais, o blog disponibiliza verdadeiros manuais.

http://www.viajenaviagem.com/seu-estilo/solo/
Ricardo Freire sempre tem dicas expertas sobre qualquer tipo de viagem.

Sites oficiais dos locais que se pretende ir, como por exemplo: o www.visitbritain.com