Mas, o que significa mesmo esta palavra? E a quem ela deve ser aplicada dentro das organizações? Em certa ocasião, escutei de alguém mais experiente do que eu: “Todos somos líderes, tudo é uma questão de descobrir que tipo de líder você é.” E esta afirmativa me deixou um pouco desconfiada. Não acredito que temos dentro de nós algum tipo de liderança. Tenho um pouco de conhecimento e experiência com pessoas. Não como líder, mas como orientadora profissional, recrutadora de talentos e psicoterapeuta ao longo de 16 anos de atuação profissional e alguns poucos anos como Aprendiz.Nos dias de hoje, todo profissional que se preze, deve saber administrar a imensa gama de informações e conhecimento que lhe chega a cada momento. Estamos mergulhados no mundo capitalista de grandes organizações que concorrem entre si por milímetros da atenção do consumidor: o adorado cliente! Para que essa roda continue girando perfeitamente, as empresas sejam elas de pequeno, médio ou grande porte, precisam de líderes. Pessoas que detenham ideias, que sejam criativas, que enxerguem além do óbvio e, principalmente, pessoas que saibam lidar com pessoas. É uma grande habilidade que nem todos sabem: liderar!
O mercado está repleto de profissionais gabaritados, com formação acadêmica em universidades de primeira linha, MBA’s, Mestrados e viagens internacionais, detêm mais de um idioma, bom nível intelectual e etc., mas não sabe administrar grupos de pessoas para que elas atinjam os resultados almejados. O líder capaz é aquele que influencia positivamente àqueles que estão ao seu comando. Suas ideias são seguidas naturalmente por serem partilhadas e apresentadas e não impostas à equipe de trabalho.
O líder ativo traz consigo a amplitude de visão que agrega todos os envolvidos direta ou indiretamente, conquistando o prazer em estar na empreitada pelo desejo de atingir os resultados e fazer parte do sucesso dos objetivos atingidos: “Eu fiz parte desta conquista!” Conheço, vivenciei e li muitos casos de profissionais de extrema competência técnica e nenhuma habilidade para liderar e gerir.
Além do conhecimento técnico, expertise, é necessário a habilidade de atrair e enxergar no outro as suas potencialidades. Sim, um líder é um coach, é um Mentor! Pois a liderança não é uma conquista egoísta e sim coletiva. Alguém conhece algum líder que se fez só? Sem o apoio de colegas, de seus antigos gestores, de seus clientes, além dos resultados e ideias e ações que desenvolveu? Não. Um bom líder vem acompanhado de pessoas que o fizeram líder.
A autoridade que a liderança carrega inexoravelmente não pode ser confundida com autoritarismo, egoísmo ou egocentrismo. O bloco do “eu sozinho, porque sou chefe” deixou de existir há muito tempo. Nos tempos atuais, temos lideranças participativas, colaborativas e focadas na expertise do grupo.
Não cabe a uma empresa, seja ela de que tipo for um líder sem conhecimento da responsabilidade que carrega ao gerir equipes de trabalho, pois o sucesso ou fracasso vai depender muito da direção que este apresenta, pois ele está à frente. O líder, mesmo que desenvolva a sua gestão em cooperação com seus colaboradores detém sobre eles conhecimento maior, informações privilegiadas, a responsabilidade do planejamento e de enxergar os potenciais de cada um dentro de sua equipe.
Tem a obrigação de conhecer seus líderes, pares, liderados, seus oponentes, seus concorrentes para vislumbrar as ações, ideias e melhor aplicá-las, com a participação de todos, usufruindo da colaboração de todos, cada um com a sua técnica e conhecimento.Um bom líder é aquele que percebe, estuda e forma a sua equipe de acordo com os seus objetivos e a potencializa, direcionando-a para os resultados almejados. Sabe lidar com as adversidades e desenvolver na equipe aqueles que precisam descobrir os seus potenciais.
Parafraseando Pessoa:
“Para ser líder, sê inteiro: nada
Te exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.”
*Andréa Aragão é Psicóloga, especialista em Recursos Humanos