Desde de nosso primeiro papo com Guilherme Leicam, isso há 8 anos atrás, já dá para perceber que o cara veio para ficar. Sua determinação e dedicação aos seus projetos apontavam que ele não era só mais uma carinha bonita que era revelada em “Malhação”. De lá até aqui já se foram 8 novelas, alguns protagonistas, projetos no cinema, teatro e internet. Guilherme não para, nem mesmo durante a pandemia, onde focou nos estudos e novas ações como uma escola online, “Escola Guilherme Leicam”, onde faz o trabalho de desenvolvimento pessoal com atores e não atores. Com olho no social, Leicam tem investido seu tempo plantando árvores (sua meta é de 100 mudas este ano ainda) em um sítio no interior do RJ, e atuando no projeto chamado “CEGONHA”, que vai atender gestantes dos mais diversos perfis. Enfim, um cara que como ele mesmo se auto define, persistente no que quer. Não é à toa que tem discretamente conquistando seu espaço e fazendo mais fãs (como nós!).
Guilherme, desde nossa primeira capa, isso em 2013, para cá muita coisa aconteceu. Vários personagens depois, como você se vê como ator? Primeiramente, gostaria de dizer que estou muito feliz em retornar a MENSCH pra falar da minha carreira e com muito orgulho das escolhas que fiz profissionalmente daquela época até hoje. Eu amadureci bastante como pessoa e consequentemente como ator, acredito que nosso sucesso tem a ver com o nosso nível de desenvolvimento pessoal. Você atrai o sucesso pela pessoa que você se torna.
Até aqui, que trabalhos ou personagens destacaria como mais marcantes na sua trajetória até hoje? São oito novelas ao todo e dois protagonistas, correto? Se tratando de televisão sim, foram 8 novelas e dois protagonistas, um deles o ciumento Laerte da novela “Em Família” em 2014. Com certeza ele está entre os meus favoritos pois se tratando de desafios esse foi um dos mais complexos que já fiz na TV. Laerte era um misto de paixão, ciúmes e fúria ao lado da última Helena de Manoel Carlos. Sempre foi um sonho protagonizar uma novela das 21h, ainda mais com grande elenco e equipe, tive a oportunidade de realizá-lo um ano depois da nossa conversa. A gente atrai o que pensa mesmo!
Que balanço faz da sua trajetória? Minha carreira começou quando eu tinha 13 anos e resolvi me mudar para o Rio de Janeiro junto com a minha mãe, Odete Alves, para estudar teatro em 2003. Participei de diversas montagens teatrais e musicais no eixo Rio x SP. Do teatro para TV foi 2008, que fui selecionado para estudar na oficina de atores da globo porém minha estreia foi só em 2010 na novela das 19h “Tempos Modernos” e meu primeiro protagonista foi em 2013 “Malhação Intensa como a vida”, com o Vitor. Logo que mudei para o Rio de Janeiro estudei em diversos cursos livres e profissionalizantes, mas posso dizer que a melhor escola que tive foi a prática. Sempre acreditei que a experiência viria com o tempo e aqui estou hoje com 30 anos de idade comemorando quase 20 de carreira com muita paixão e persistência pois amo o que faço!
Você esteve em “Malhação” em duas temporadas distintas (2012 e 2015) com dois personagens distintos. Dá para fazer alguma comparação entre os dois trabalhos? Para mim cada personagem é único e em cada trabalho aprendo coisas diferentes. Mas existe uma coisa em comum, ambas as vezes que participei de “Malhação” fiz amigos incríveis. Lá você pode ser um ator novo na TV ou um ator de muitas novelas, não faz diferença, do mesmo jeito você vai aprender muito com o outro.
Sua última novela foi “A Dona do Pedaço”, como foi fazer esse trabalho? O que te trouxe de novo? Vamos falar sobre Leandro, o “mão santa”. Entrar no meio de uma novela de muito sucesso não foi nada fácil. Ainda mais quando o personagem era um matador que não errava o tiro. (risos) Minha maior preocupação era defendê-lo, apesar de matar pessoas acredite, ele era um cara do bem. Se fosse filho de escritor, seria escritor. Sendo ele filho de justiceiro, foi difícil defendê-lo, mas com muito carisma e empatia o público foi torcendo pela felicidade de Leandro que em pouco tempo conquistou a família brasileira. Leandro teve uma relação homoafetiva com Agno, personagem de Malvino Salvador, e acredito que a salvação dele foi o amor. Aprendo muito com cada personagem. Laerte estava preso nas emoções, muito impulso sem controle, Leandro usa mais razão e inteligência emocional, e por aí vai.
Em 2017, se lançou como cantor. Como anda essa parte musical na sua vida? Eu amo música, ela está em mim desde que me entendo por gente. A musicalidade desperta minha sensibilidade em cena, descubro tons, ritmos que me ajudam quando estou atuando. Eu não separo o ator do cantor, na verdade acredito que uma coisa ajuda muito a outra. Amo compor músicas também, durante essa pandemia até gravei algumas experiências em casa em formato acústico, por hobby mesmo, pois durante essa pandemia não penso em voltar a cantar. Tudo tem seu tempo. É claro que sinto saudade dos palcos, mas na hora certa quem sabe né?
Falando em trabalhos e projetos, como foi manter isso em meio a pandemia? Como lidou/lida com isso? Essa pandemia pegou todos de surpresa mesmo… Diariamente recebo a seguinte pergunta: “Guilherme quando vai voltar a gravar??” Eu sempre respondo que em breve, eu espero, assim que essa vacina sair. A situação está muito complicada, mas acredito que toda crise nos força a pensar em alguma saída. No meu caso, resolvi me reinventar, criei uma escola online, “Escola Guilherme Leicam”, onde faço o trabalho de desenvolvimento pessoal com atores e não atores. Quando não estou dando aulas, estou lendo ou aprendendo alguma coisa. Há 6 meses faço aulas de inglês particular. Quando essa pandemia acabar quero viajar para Los Angeles, está nos meus planos conhecer a indústria de cinema e televisão internacional.
Onde recarrega as baterias e como se distrai nas horas livres? Eu tenho um refúgio. Quando fiz 30 anos me dei de presente um sítio no interior do RJ, e lá vou eu todo final de semana plantar e investir aos poucos na vida sustentável. Com a ajuda de alguns amigos estou desenvolvendo um projeto de reflorestamento, acabo de plantar 20 árvores e minha meta é plantar 100 ainda esse ano. Respirar o ar puro recarrega minhas energias e penso que criar essa relação do ser humano com o meio ambiente é a saída para um futuro melhor!!!
Indo pra vida virtual, você parece ser bem engajado nas redes sociais? Como escolhe o que libera na Internet sobre você? Aqui está outra coisa que venho me reinventando. Ultimamente tenho usado minhas redes para compartilhar alguns personagens que criei com humor e reflexões sociais. Às vezes posto sobre o que está acontecendo naquele momento, gosto de espontaneidade. Independente do conteúdo que eu posto, aprendi a administrar principalmente o tempo que passo nas redes sociais, não fico muito tempo no celular. Nosso tempo é precioso. Pra falar a verdade, eu posto mais do que assisto!!
Você parece ser um cara tranquilo e discreto. É isso mesmo ou engana bem? Atuar é minha praia… Enganar não! (risos) Sim, sou bem discreto. A maturidade vai deixando a gente mais tranquilo. Na amizade eu prefiro qualidade do que quantidade, e em relacionamento eu prefiro privacidade do que visibilidade.
Quais qualidades destaca em você e que falhas gostaria de atenuar? Eu tenho em mim que minha persistência é uma das minhas maiores qualidades, fico horas, dias, semanas, anos até conseguir o que quero!! Acredito muito numa frase que diz: o que você pensa, você cria, o que você sente, você atrai, e o que você acredita, torna-se realidade! Entre as minhas falhas talvez seja a minha teimosia. É difícil me convencer que algo não vai dar certo! (risos)
Em casa, de bobeira, o que faz sua cabeça? O que curte ler, ver e ouvir? Eu vou dar uma dica para os leitores que têm dificuldade em ler livros longos. Eu tô curtindo muito audiolivros na internet. É simples! Eu coloco na minha caixinha de som e fico ouvindo quando faço comida ou arrumo a casa ou ponho no fone de ouvido quando vou correr. Acabo de ouvir o livro “Pai Rico Pai Pobre” do Robert Kiyosaki, e também “Quem pensa enriquece” do Napoleon Hill. Ambos falam sobre estratégias para se tornar um milionário. Eu gosto de falar sobre meus planos, jogar para o universo, já pensou na nossa próxima entrevista daqui uns anos eu contando como me tornei um milionário! (risos)
Sobre hobbies e manias, o que destacaria? Meu hobbie é musical, adoro tocar violão e fazer improvisos. Mas também curto cajón, piano e ukulele. Tenho um estúdio em casa onde faço algumas experiências. Recentemente comecei a fazer aulas de produção musical online. E sobre manias eu tenho uma bem tradicional, sou gaúcho e mesmo morando no Rio de Janeiro eu tomo chimarrão todos os dias!
Qual seu estilo em vestir e maior vaidade? Eu não diria que sou vaidoso, mas cuidadoso pois é uma exigência da minha profissão. Tem que ter um corpo novo a cada personagem que vou interpretar. Como diz Fernanda Montenegro, tem que ter um corpo de borracha. Na vida pessoal sou muito largado, mas na hora da construção do personagem não meço sacrifícios. E sobre estilo não sou muito apegado as roupas, constantemente faço doações do meu guarda-roupa. Eu curto mudanças.
Você tem uma escola de atuação que leva o seu nome. De onde nasceu seu interesse de dirigir e como funciona esse processo com seus alunos? Desde 2014, quando fundei a produtora “Dialetica filmes”, que venho trabalhado com esse segmento de preparação de atores e não atores na área de desenvolvimento pessoal. Sempre gostei de preparação e criei inicialmente uma escola que atendesse todas as minhas necessidades como ator, e com o tempo fui passando o conhecimento adiante junto à profissionais da área como diretores, técnicos e produtores. Me sinto orgulhoso em fazer parte desse trabalho de incentivo à arte. Só recentemente por conta da pandemia que esse trabalho se tornou online e agora com o meu nome. É enfrentando as dificuldades que podemos crescer, toda crise tem uma oportunidade. Não podemos desistir!
Você está sempre engajado em causas sociais. De onde vem essa vontade? Quais as causas você tem ajudado no momento? Essa vontade de ajudar o próximo vem desde pequeno quando meus pais me envolviam em causas sociais e ambientais. Hoje eu aproveito a força das redes sociais e da visibilidade que tenho para contribuir de alguma forma com os próximos. A palavra que me inspirou a tomar essa atitude se chama “filantropia” que significa amor a humanidade. É o ato de ajudar o próximo por meio de atitudes solidárias que colaboram com o suporte para outras pessoas.
Vejo você muito ligado a natureza. De onde vem essa vontade de plantar arvores? Você conta com alguém nesse sentido? Atualmente sou embaixador da ONG Sooder Maria, onde desenvolvemos diversos projetos tais como o “SEMEANDO AMOR” que tem como objetivo, contribuir com a natureza e despertar o sentimento de afeto entre as pessoas e o meio ambiente, incentivar e motivar as pessoas a plantarem uma árvore e levar mensagens de amor e paz. Agora estamos com um novo projeto chamado “CEGONHA”. O projeto vai atender gestantes dos mais diversos perfis. Elas serão acompanhadas durante todo o período da gestação pela equipe de saúde da ONG. Além do acompanhamento para a saúde da mamãe e dos primeiros dias do bebê, as gestantes contarão com palestras educacionais, donativos para a família, enxoval e diversos outros benefícios.
Para 2021, algum plano que deseja realizar se tudo der certo? (e puder nos contar) Eu não vejo a hora de voltar às gravações. Gosto muito do meu trabalho, meu desejo é emendar uma novela na outra, ou série, tenho muita saudade do set e do “GRAVANDO”. Enquanto isso não acontece vou dedicando meu tempo para estudar bastante, sem sair de casa. A leitura está sendo o meio mais inteligente para expandir o conhecimento.
Fotógrafo Edson Alca
Auxiliar Raquel Martins
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Agenciamento e imprensa Felipe Carauta