Durante sua infância Leonardo Miggiorin vivia mudando de cidade por conta do pai militar. Talvez essa vivência meio “cigana” por tantos lugares diferentes tenha ajudado a construir o Leonardo Miggiorin ator de tantos dramas e comédias que conhecemos. Talvez o laboratório que Leo tenha tido na verdade tenha sido essa sua versatilidade em mudar e se adaptar à cada novo porto encontrado. Só isso para explicar a capacidade de interpretar personagens tão distantes uns dos outros como, por exemplo, o marcante Zezinho de Presença de Anita (sua grande estréia na TV), ou o insuportável Shaolin de Senhora do Destino, ou o mais recentemente, o divertido Roni de Insensato Coração. Atualmente Leo voltou ao drama, ao estrear a peça Equus, no qual interpreta um jovem perturbado, fascinado em sexo e violência. Pairando sob o drama e a comédia Leo vai em busca de suas realizações, buscando na paz sua verdadeira e grande personagem.
O que as várias mudanças de cidade, por conta do seu pai ser militar, trouxeram de experiência pra você? Por um lado era estranho saber que eu ia me mudar dentro de um ou dois anos. Tinha a sensação de não morar na minha própria casa… Mas, por outro lado, era incrível chegar num lugar novo, fazer novos amigos, entrar numa nova escola… Eu fui desenvolvendo um jeito de aproveitar tudo isso. Recebi muita cultura dos meus pais, em cada novo estado que morei.
Desde cedo você tem contato com a música e o teatro, por que o curso de psicologia então? Foi uma escolha intuitiva. Eu achava o nome bonito, mas, a ideia de uma profissão que buscasse entender a mente humana me fascinava. Só na adolescência é que fui ler alguns livros e entender melhor do que se tratava, mas eu já tinha noção.
Comédia ou drama, o que te inspira mais? Depende. Há épocas em que uma comédia inspira mais e outras em que o drama se faz mais presente. Mas, na vida real, embarco imediatamente em qualquer comédia e procuro fugir dos dramas!
Atualmente você está em cartaz com a peça Equus, em que interpreta um jovem perturbado, fascinado em sexo e violência. Que desafios e realizações esse novo projeto tem trazido? Por tratar-se de um texto complexo que exige uma interpretação consistente, pra mim, a peça é um desafio. Acho que todo ator gostaria de fazer um personagem com tantas dimensões reunidas.
E a banda “Vista”? É fruto de um desejo antigo, de uma oportunidade, de experiências musicais? Que espaço ela tem na sua vida hoje? Ainda não sabemos os rumos da banda para 2012. Mas, estamos nos reunindo para descobrir juntos. A música é uma paixão!
O que pode e o que não pode em um relacionamento? Acho que pode tudo, desde que seja em comunhão!
Com personagens tão distintos, você vai trilhando uma carreira onde trabalha os mais variados tipos. Tem se descoberto mais a cada novo desafio? Esses personagens te deixam alguma experiência? Gosto de pensar que cada personagem escolhe seu ator. A verdade é que quando há um encontro verdadeiro com o ator e a sua criação, não tem como passar ileso por este processo. Você tem que estar implicado, envolvido com as questões do personagem, da obra como um todo. Senão você passa pela vida sem deixar sua marca.
O que você busca como ator e como homem? Busco inúmeras coisas. Mas a cada dia vejo que preciso menos das coisas e mais das pessoas. Por isso, no fim das contas minha busca é pela minha paz e a paz dos que me cercam. Pois, estar em paz é estar em acordo com sua própria vida!