MERCADO: À FRENTE DA KÉRASTASE NO BRASIL, ARNAUD MESANGE CELEBRA A BELEZA E POTENCIAL FEMININO

Por Marcia Dornelles

O multifacetado Arnaud Mesange, Diretor de Kérastase no Brasil, desde sempre trabalhou no segmento de beleza e suas interfaces. Em sua passagem pelo Rio de Janeiro para o Power Talks, que aconteceu no Museu do Amanhã, o executivo contou um pouco sobre sua trajetória e sobre a nova fase da marca que é líder em cuidados capilares de luxo e símbolo de elegância e sofisticação.

Arnaud conta pra gente um pouco sobre sua trajetória profissional no segmento da beleza. Eu estou na L’Oréal há mais de 14 anos. Comecei na sede, em Paris, e sempre estive em cadeiras focadas no desenvolvimento de produtos junto ao laboratório, com um olhar muito focado no consumidor e na sua relação com a beleza. Hoje, estou em uma cadeira mais voltada à ativação da marca e no posicionamento dela junto aos canais, o que tem sido uma experiência ótima e bem complementar à minha experiência anterior. Fazer esse trabalho no Brasil é algo bastante interessante também, pois para a brasileira o cabelo é muito importante e dita a relação dela com a autoestima e autoimagem. Inclusive, esse é o ponto que mais me seduz em trabalhar com o segmento de beleza. A meu ver, beleza não é apenas falar sobre um produto, é sobre falar como ele vai auxiliar aquela pessoa a se expressar melhor no mundo e deixar sua marca. É, acima de tudo, sobre autoestima.

Como surgiu a ideia de lançar uma plataforma para empoderar mulheres? Power Talks é uma iniciativa global de Kérastase que foi pensada para ajudar mulheres jovens a adquirir mais confiança e acelerar o desenvolvimento pessoal e profissional de mulheres e daquelas que se identificam com a feminilidade. O “Power Talks” foi inicialmente lançado nos EUA, em 2023, em parceria com a organização americana sem fins lucrativos Step Up e no Brasil, o programa será lançado em setembro em parceria com a ONG Alumna com o objetivo de mentorear 150 mulheres ao redor do Brasil no período de um ano, conectando-as com grandes executivas da L’Oréal e de empresas já parceiras da ONG, fazendo com que elas criem conexões poderosas e a partir de uma rede se sintam mais possíveis. A Kérastase sempre trabalhou esse aspecto do empoderamento através do cuidado capilar, pois acreditamos que quando a mulher está satisfeita com o seu cabelo ela se sente mais empoderada, e nós queremos ser a maior parceira dela nessa jornada, não à toa falamos “you dare, we care”. 

Com a chegada de Power Talks temos como objetivo ampliar nosso olhar sobre o cuidado, e queremos ratificar o nosso compromisso de fazer com que cada mulher consiga alcançar seu potencial máximo. Acredito muito no poder desse posicionamento para criar um olhar sobre o papel e responsabilidade dos players do mercado de beleza, principalmente quando falamos do mercado de luxo, que por muitos anos foi reconhecido por ratificar padrões inatingíveis.  Sabemos que a pauta de gênero ainda precisa de evolução, e em países que são marcados por uma série de interseccionalidades, como por exemplo, o Brasil, que tem a pauta racial de forma tão estrutural, é mais importante ainda acelerar essa agenda. Nascemos com o objetivo de empoderar mulheres e seguiremos nessa missão fazendo isso de forma cada vez mais responsável e atenta aos movimentos da sociedade.

Você está à frente de uma equipe de mulheres como colegas de profissão, como é lidar com a energia feminina diariamente? Meu time é composto em 100% por mulheres e isso me traz diariamente a oportunidade de aprender mais sobre a agenda de gênero, pois por mais que eu me considere um homem aliado, eu tenho consciência que estou no topo da pirâmide. Ser liderado por uma mulher é, também, a oportunidade de quebrar padrões que nos foram ensinados lá atrás. 

Você pode dar um spoiler sobre a agenda de compromissos da marca no Brasil a partir desta nova ação de marketing lançada no Museu do Amanhã? Kérastase é a marca líder de cuidado capilar no mundo. No Brasil, temos um potencial imenso, pois o cabelo é um item de muita relevância para a brasileira. Acredito que nosso principal compromisso no país seja fazer dessa marca cada vez mais relevante para a nossa consumidora, sendo o evento já um reflexo disso. Sabemos que somos uma marca de luxo e que muitas vezes o valor de um produto pode ser uma barreira, mas queremos que todas as mulheres se vejam e se sintam possíveis a partir do que inspiramos com a nossa marca, seja através de um portfólio cada vez mais extenso e/ou a partir de um pool mais diverso. Além disso, estabelecemos um compromisso por meio da nossa plataforma de mentoria, que, nesse primeiro momento, vai beneficiar 150 mulheres e conectá-las a grandes executivas. É a primeira turma de várias que esperamos conduzir com o projeto.

O Brasil, inclusive, foi o primeiro país da América Latina a receber o programa, e fizemos questão de lançar já no primeiro ano, pois entendemos que acelerar a pauta de gênero no país é urgente. Hoje, por exemplo, temos mulheres mais instrumentalizadas que os homens, mas, ainda assim, o número de desemprego delas é maior. Fazer com que cada mulher alcance seu potencial máximo é o nosso maior objetivo.

Como vai funcionar na prática o treinamento aos colaboradores da sua marca contra o preconceito no ambiente de trabalho? Em L’Oréal já contamos com a Rede Gaia, que é a nossa rede de afinidades com foco na pauta de gênero, e que trabalha de forma perene na construção de uma empresa cada vez mais respeitosa e representativa. Somos uma empresa formada majoritariamente por mulheres, então esse é um ponto em constante discussão dentro do ambiente de trabalho. Com o Power Talks, nossa equipe e mentoras passarão por um treinamento junto da nossa ONG parceira, Alumna, a fim de se preparem para mentorear essas mulheres de 18 a 35 anos, que são o target do projeto. Nosso objetivo é fazer com que as mentoras se tornem uma ponte e inspiração para essas mulheres que estão em um momento de decisão na vida delas, além de dar um passo a mais na pauta de gênero para contribuirmos com a mitigação de vieses e estigmas que carregamos. Sabemos que é uma longa jornada, mas estamos engajados e comprometidos em promover essa discussão.