ESTRELA: A SIMPATIA E O TALENTO DE BIA SANTANA, A TATI DE “VOLTA POR CIMA”

Last updated:

Nascida no coração da zona norte do Rio de Janeiro, Bia Santana traz em si a essência vibrante e multifacetada da cultura carioca. Desde cedo, Bia já demonstrava uma conexão profunda com a arte e a expressão, que se manifestou de diversas formas ao longo de sua vida e carreira. Aos 18 anos, movida pela paixão pela moda e o desejo de explorar novas oportunidades, Bia mudou-se para São Paulo, o cenário perfeito para o início de sua jornada como modelo.

Durante seis meses, Bia vivenciou todo esse universo fashion das passarelas e dos editoriais, ampliando seu repertório e trazendo novas experiências para sua trajetória. E foi durante esse momento que Bia encontrou na Agência em que trabalhava como modelo um lugar que serviu de desenvolvimento, de escola para ela trabalhar seu lado atriz. E foi através disso que recebeu um convite para participar de sua primeira novela “Elas por Elas”, que trouxe Bia de volta à sua cidade natal.

Hoje, Bia Santana continua a encantar o público com seu talento e versatilidade, dessa vez como a querida Tati na novela “Volta por Cima”, além de encantar e conquistar cada vez mais público através de sua dança. Sua jornada é um exemplo inspirador de como a arte pode ser uma poderosa ferramenta de transformação e expressão pessoal, e sem dúvida seu futuro promete ainda mais conquistas e realizações.  

Bia, quando foi que você despertou para a dramaturgia? Como foi esse início? Eu não sei exatamente quando começou esse amor pela atuação. Eu lembro que meu sonho de criança era ser modelo e, por muito tempo, foi o meu maior objetivo, mesmo que eu tenha achado por anos que seria impossível. Acredito que nasci pra trabalhar com arte. Tive o primeiro contato aos quatro anos através da dança, cresci com o desejo de ser modelo, e tudo isso de alguma forma me levou para a atuação. Eu lembro que decorava textos de comerciais e ficava recitando pela casa. Lembro que sempre troquei desenhos por novelas da TV Globo. Gostava de assistir filmes que não eram animações. Acredito que realmente nasci pra isso. Fiz vários workshops na minha adolescência, mas eu não tinha condições financeiras de me profissionalizar, tanto que prestei vestibular pra federal e já tinha “desistido” de sequer tentar. Foi quando chegou o convite do teste para Elas por Elas. A vida se encarregou de me levar pra esse caminho, e, depois da minha primeira oportunidade na TV, comecei a estudar sem parar. Hoje não me vejo fazendo outra coisa.

Sua estreia na TV foi ano passado na novela Elas por Elas. Como foi essa estreia e como surgiu o convite para a TV? O convite pra novela surgiu da forma mais inesperada possível. Eu trabalhava há sete meses como modelo, e meu empresário perguntou se eu toparia fazer o cadastro na TV Globo. Na época, eu topei, mas jurava que seria impossível entrar nisso. Inclusive, eu trabalhava como modelo com o objetivo principal de conseguir me manter para me formar na faculdade de Direito. Trabalhar com artes já era uma realidade distante. Pra mim, isso nunca iria acontecer. Algumas semanas depois dessa nossa conversa, eu recebi uma mensagem pedindo um teste presencial pra Elas por Elas. Lembro que saí da faculdade e fui direto para os Estúdios Globo. Continuei, mesmo assim, achando que seria impossível passar. Logo depois fiz mais dois testes e recebi a notícia de que a Vic seria minha. A estreia pra mim foi algo mágico e, ao mesmo tempo, de muitos medos. Eu aprendi a ser atriz na prática, ali dentro. Já tinha experiências como modelo comercial, mas eu nunca tinha feito algo tão grande assim. Tive a sorte de ter um elenco que me acolheu e me ensinou tanto. Eu presto atenção em cada conselho, cada dica, cada olhar, não deixo passar sequer uma informação. A TV Globo foi e é a minha maior escola. Junto com a novela, eu comecei a fazer cursos pra me profissionalizar. Larguei a faculdade de Direito e comecei a focar completamente na minha carreira. A novela era a chance que eu precisava pra desenvolver o meu sonho! A chance que eu precisava pra correr atrás daquilo que eu sabia que tinha nascido pra ser. E eu acredito que, para além de mim, existem tantos que sonham com isso, mas que não têm condições de tornar realidade. É dar chance para talentos novos e dar a oportunidade de se desenvolver.

Você está na sua 2ª novela, Volta Por Cima, com um papel de maior destaque ao lado de muitos veteranos. Como tem sido para você viver a Tati? Dar vida à Tati é algo mágico. Todos os dias que eu saio dos estúdios, saio agradecendo. É algo que me gera frio na barriga, me empolga e transborda. A Tati foi muito bem escrita. Ela é complexa, engraçada, com uma personalidade fortíssima, e é divertidíssimo trazer ela à luz. Tive a sorte de estar ao lado de tantos mestres e pessoas que admiro. Destaco a minha relação com a Jéssica Ellen, minha irmã Madá. Convivemos juntas todos os dias e, além de inúmeras crises de riso, ela me ensina absurdamente. Eu tenho uma sorte e tanta!

Sua personagem, por sinal, é fã de novelas coreanas, as famosas K-Dramas. Já conhecia esse universo? Como está sendo trazer esse tema para uma novela? Eu já tinha uma noção do que era porque tenho uma prima completamente apaixonada por esse universo, mas eu confesso que nunca tinha tido um olhar especial pra isso. Comecei a assistir meu primeiro K-Drama no dia que recebi o convite pro teste de Volta Por Cima. Inclusive, foi Uma Advogada Extraordinária, e nunca mais parei. Quando soube que a Tati seria minha, me aprofundei totalmente nisso. Não assistia mais nada que não fosse K-Dramas. Acabei pegando gosto e me apaixonando por esse universo. Sinto todos os dias o peso da responsabilidade de retratar um grupo de fãs tão fiéis e apaixonados, mas não deixo essa responsabilidade diminuir a diversão que isso traz pra mim. Sinto que, quanto mais livre, mais a essência da Tati vem. Estudo, me preparo, pesquiso, gosto de saber cada detalhe e me torno aberta pra sentir o que ela sente. Foi completamente novo, mas arrebatador pra mim. Me empenho todos os dias pra representar de alguma forma esse amor que as pessoas sentem por essas produções.

O quanto a Tati tem da Bia, e o quanto a Bia tem de Tati? Confesso que, quando li pela primeira vez a sinopse da Tati, pensei que ela fosse o meu completo oposto. Até que, com muito carinho e respeito, fui percebendo o tanto que nós temos em comum. A Tati é alegre, destemida, quer muito da vida, faz de tudo pela família e, por muitas vezes, não mede consequências pra ajudar quem ama. Eu acredito que todo personagem tem um pouco de nós, mesmo que talvez não seja pela mesma motivação. Eu também enlouqueceria se visse o meu maior ídolo na minha frente e, com certeza, faria tudo que está ao meu alcance pra manter minha família inteira reunida. A diferença é que a Tati é uma adolescente, não tem as mesmas vivências e maturidade que eu, e isso a torna inconsequente. A Tati não tem medo do que as pessoas pensam dela, é zero timidez, tem uma personalidade forte e uma atitude até na forma de andar. Aprendo todos os dias com a minha menina e continuo defendendo: “Interesseira não, herdeira!”

Por alguns anos você trabalhou como modelo. Como começou? Continua? Minha vivência como modelo começou bem cedo, mas só realmente se concretizou aos 17 anos. Eu fiz meu primeiro material fotográfico com 11 anos e comecei a me desenvolver fazendo aulas, mas não trabalhava propriamente dito. Com 17 anos, fui considerada o “novo rosto da moda” num concurso que participei e, por meio disso, conheci o meu atual empresário. Aconteceu tudo muito rápido. Eu fui pra São Paulo e, em uma semana, já estava com contrato assinado pro meu primeiro comercial. Não parei mais de trabalhar. Continuo enfatizando que também sou modelo. Tive sete meses antes de assinar meu primeiro contrato pra novela. Hoje o meu foco é a minha personagem, mas minha carreira também se realiza com a moda. Eu não pretendo esquecer esse lado nunca. Descobri que sou completamente apaixonada por estúdios, seja da forma que for.

Soubemos que você recebeu até proposta para ir trabalhar na China e na Espanha, mas preferiu ficar no Brasil. Como foi tomar essa decisão? O que te fez pensar nisso? Minha primeira proposta internacional foi pra Espanha, logo assim que ganhei um concurso de modelos. Eu tinha 17 anos. Na época, eu ainda não tinha experiência profissional e não tinha dinheiro pra bancar um início de carreira fora do Brasil. Também não tinha tanta maturidade emocional pra ficar longe da minha família e ainda estava terminando o ensino médio. Todos os caminhos me indicavam para não ir, e assim eu fiz. Já pra China, foi num cenário completamente diferente. Inclusive, a proposta veio na mesma semana do teste pra Elas por Elas, e o desenvolvimento dos testes e a aprovação me fizeram ficar. Eu ainda tenho vontade de fazer uma temporada internacional como modelo, talvez conciliar com um intercâmbio focado em atuação… são planos futuros.

O que te encanta no universo da moda? A moda pra mim é identidade. É uma forma de mostrar pro mundo quem é você na essência. Dar vida a grandes coleções e colocar em prática ideias pensadas com tantos detalhes me enche de alegria. Eu sou completamente apaixonada por esse universo.

E fora tudo isso, ainda existe a dança na sua vida? Que importância tem para você? A dança sempre foi o meu maior refúgio da vida. A dança sempre foi o meu lugar de retorno, onde eu me encontro comigo e esqueço literalmente tudo em volta. A dança tem um poder gigantesco sobre mim, de me tirar da realidade e me trazer calmaria. Eu danço quando tô feliz, triste, animada, cansada. É algo realmente mágico. Sempre foi, desde criança. Hoje, por conta da rotina, é difícil manter aulas, mas a dança nunca se resumiu a isso. Meu quarto vira um grande palco desde os meus quatro anos.

Com a visibilidade que a novela proporciona, que mudanças tem percebido na sua rotina? Isso é algo muito novo pra mim. Mesmo que eu já esteja na minha segunda novela, eu faço parte desse universo todo há um ano e meio. Eu sinto que a minha vida muda um pouquinho a cada dia, e é surreal perceber cada detalhe disso. Às vezes, me pego chorando de alegria e pensando como realmente tem sido lindo tudo isso. Eu tenho aprendido todos os dias um pouco de como lidar com essa “fama”. Amo ter contato com as pessoas que acompanham, fico muito feliz quando me reconhecem nas ruas, e isso tem acontecido com muita frequência. Mas eu nunca me permito esquecer de onde eu vim e qual é o meu principal objetivo nisso tudo. Eu sou artista, amo fazer arte, e a fama é uma consequência do meu trabalho. Não deixo isso interferir tanto no meu modo de viver a vida.

Quando não está gravando, o que curte fazer? Eu amo ir à praia. Sou uma carioca nata, não tenho como dar outra resposta. Eu amo fazer tudo na praia. O mar é o meu lugar no mundo. Pode ter certeza de que, se eu não estou no estúdio, estou na praia comendo milho cozido e bebendo mate. De preferência, no pôr do sol.

Você é muito vaidosa? Qual o limite? Sou muito vaidosa, mas não deixo isso me fazer mal. Meus pais sempre enfatizaram como eu era bonita natural, sem maquiagem ou coisas que mudassem quem sou. Acredito que a vivência como modelo tornou isso ainda mais visível e me fez enxergar e me amar exatamente como sou. O meu limite é quando vejo que estou ficando dependente de algo, seja um corretivo ou um creme de cabelo. Claro que não existem problemas em ser vaidosa, mas é importante destacar que nossa beleza não está totalmente focada em algo específico. Minha beleza não está só no meu cabelo, ou numa maquiagem bem feita, ou numa roupa legal. Existe, obviamente, o combo disso tudo, mas existe o natural, sem absolutamente nada. É importante a gente ver beleza de todas as formas. Esse é o meu limite! Não me torno dependente.

Para conquistar Bia basta… Me fazer rir! As pessoas me ganham fácil quando me tiram uma risada sincera. Eu sempre fui muito alegre, amo ser feliz e dar gargalhadas de cair pra trás. As pessoas que provocam isso em mim me têm!

Fotos Lúcio Luna

Makeup Rogério dos Santos

Styling Bruna Daudt

Agência Rock Mgt

Press CasNovo