
O fundador da Nvidia, Jensen Huang, deu início à conferência de desenvolvedores de inteligência artificial da empresa na semana passada, em San Jose, na Califórina, dizendo a uma multidão de pessoas que a IA está passando por “um ponto de inflexão”. De acordo com Jensen Huang, todos precisam de um tutor de IA. Huang disse que a força de trabalho se parecerá mais com trabalhadores humanos aprimorados por IA do que com trabalhadores dominados por robôs.
No GTC 2025 — apelidado de “Super Bowl da IA” — Huang focou sua palestra nos avanços da empresa em IA e suas previsões sobre como a indústria se moverá nos próximos anos. A demanda por GPUs dos quatro principais provedores de serviços de nuvem está aumentando, ele disse, acrescentando que espera que a receita de infraestrutura de data center da Nvidia atinja US$ 1 trilhão até 2028.
O anúncio altamente antecipado de Huang revelou mais detalhes sobre as arquiteturas gráficas de próxima geração da Nvidia: Blackwell Ultra e Vera Rubin — nomeadas em homenagem ao famoso astrônomo. O Blackwell Ultra está previsto para o segundo semestre de 2025, enquanto seu sucessor, o chip Rubin AI, deve ser lançado no final de 2026. O Rubin Ultra entrará em cena em 2027.

Durante a conferência anual de desenvolvedores, a Nvidia apresentou avanços significativos em robótica, incluindo o Isaac GR00T N1 (acima), o primeiro modelo de robô humanoide de código aberto do mundo, e o Blue (abaixo), dispositivo inspirado em Star Wars e feito em parceria com a Disney e o Google DeepMind como parte do projeto Newton. “Vocês estão assistindo a uma simulação feita completamente em tempo real. É assim que treinaremos robôs no futuro”, disse o CEO Jensen Huang ao introduzir o Blue.
“Os droides BDX são apenas o começo. Estamos comprometidos em dar vida a mais personagens de maneiras que o mundo nunca viu antes, e essa colaboração com a Disney Research, Nvidia e Google DeepMind é uma parte fundamental dessa visão”, disse Kyle Laughlin, vice-presidente sênior da Walt Disney Imagineering Research & Development, em um comunicado. “Essa colaboração nos permitirá criar uma nova geração de personagens robóticos que são mais expressivos e envolventes do que nunca — e se conectar com nossos convidados de maneiras que só a Disney pode.”
Jensen Huang fundou a NVIDIA em 1993 e atuou desde sua criação como presidente, diretor executivo e membro do conselho de administração. Desde sua fundação, a NVIDIA foi pioneira em computação acelerada. A invenção da GPU pela empresa em 1999 desencadeou o crescimento do mercado de jogos para PC, redefiniu a computação gráfica e deu início à era da IA moderna. A NVIDIA agora está impulsionando a mudança de plataforma de computação acelerada e IA generativa, transformando as maiores indústrias do mundo e impactando profundamente a sociedade.
EDUCAÇÃO EM IA COMO O FUTURO DA INTELIGÊNCIA
Em uma palestra que durou mais de duas horas, Huang descreveu o “progresso extraordinário” que a IA fez. Em 10 anos, ele disse, a IA se formou da percepção e “visão computacional” para a IA generativa, e agora para a IA agêntica — ou IA que tem a capacidade de raciocinar.
Em um mundo corporativo obcecado por eficiência e tecnologia, a IA pode ser o próximo passo natural no ensino. Os algoritmos são capazes de transmitir conhecimento sobre uma ampla gama de assuntos, de forma rápida e personalizada ao estilo de aprendizagem de cada indivíduo. Huang já está convencido disso.
“O conhecimento em quase qualquer campo é mais acessível hoje. Tenho um tutor pessoal comigo o tempo todo”, ele disse em entrevista para o site Fortune Italia.

Ele pediu aos ouvintes que contratassem um tutor de IA e aproveitassem ao máximo essa tecnologia, que pode ensinar uma ampla variedade de tópicos e ajudar na programação, escrita, análise, pensamento e raciocínio. “Essas coisas fazem você se sentir fortalecido, e acho que esse será o nosso futuro”, acrescentou. Huang citou chatbots como Grok e ChatGPT como os próximos educadores digitais.