Que Fernando Fernandes é o cara não temos dúvida! Cada nova matéria com ela é um aprendizado e uma sensação de positivismo sobre a vida e sobre o mundo. É um exemplo e uma inspiração para todos nós independente da condição de cada uma. É uma lição de como se olhar mais, se descobrir mais e olhar nosso entorno. É inspiração para responder às perguntas que fazemos a nós mesmos sobre o que queremos ser, ter e fazer. Um exemplo de que não existem barreiras, mas sim limites a serem vencidos com força e fé no poder que cada um tem dentro de si. Atleta paraolímpico, apresentador, esportista de coração e um grande homem de alma serena na velocidade certa. Que venha muito mais meu caro Fernando!
Você diria que ter participado do reality e o seu acidente terem sido divisores de água na sua carreira e na sua vida pessoal respectivamente? Sem dúvidas o acidente foi um divisor de águas na minha vida, até pela forma de ver, ter que reiniciar a vida de uma forma diferente. Porém, eu acho que eu soube potencializar, tornar aquele momento de dificuldade um impulso na minha vida pra me tornar uma pessoa melhor, pra ir em busca das coisas que eu sempre tive vontade. Então, eu digo assim, que me tornei, entre aspas, uma “criança”. Tive que reaprender tudo novamente. Aprender a andar, aprender a dirigir, aprender a praticar esportes. Enfim, tudo na minha vida tive que fazer de uma forma diferente. Só que, por incrível que pareça, consegui me tornar um homem melhor do mundo naquilo que eu me propus a fazer depois de estar nesta forma diferente, depois de estar sentado, e não antes. Acho que minha mente se fortaleceu muito com tudo que eu passei.
Do acidente veio o esporte e daí por diante você não parou mais e surgiu o Fernando atleta. Como dizem, o esporte realmente é superação e redescoberta. Já tinha essa consciência? O esporte na verdade sempre fez parte da minha vida. Eu tentei ser jogador de futebol profissional, em categorias de base, de equipes profissionais, mas na categoria de base. Tentei ser um atleta profissional no boxe. Fiz faculdade de Educação Física. Então o esporte sempre fez parte da minha essência. E eu acho que depois de tudo que eu passei, ele me ajudou a reencontrar com o ser humano, e profissionalmente. Como pessoa eu me reencontrei logo após o acidente, onde eu tive que lidar com aquela situação de dificuldade e no meio da fatalidade foi onde eu encontrei oportunidade de ser o que eu sempre sonhei. Que era ser atleta. Apesar de trabalhar na moda, meu sonho sempre foi viver do esporte de alguma forma. E foi neste momento que o esporte tomou a dianteira, se tornou o plano A da minha vida onde não era mais um plano B. Não era algo mais só por lazer, recreação, saúde ou qualidade de vida. Passou a ser o meu trabalho. E era isso que eu sempre tinha sonhado na minha vida. Viver do esporte. Então o esporte sempre teve um papel fundamental na minha vida, e naquele momento de dificuldade eu sabia que seria o meu tom e o meu amor pelo esporte que iria me tirar daquela condição, daquela dificuldade.
Qual a importância do mar na sua vida? O mar na verdade sempre fez parte da minha vida, onde eu procuro a minha paz. Sempre que eu precisava encontrar a minha paz, eu encontrava no mar. Poder olhar no horizonte, ter aquela profundidade, eu acho que nossos sonhos se expandem. Quando a gente está num lugar muito fechado, onde as paredes não deixam a nossa mente sonhar, acho que nossos sonhos começam a ficar um pouco curtos. Eles ficam muito relacionados às informações que a gente está tendo e recebendo naquele momento. Que nem sempre é o que a gente quer. Quando eu vou pro mar eu sinto aquela profundidade, não só mergulhando, não só velejando, mas poder enxergar longe, então minha mente passa a ser mais criativa e eu consigo encontrar a minha paz. Eu acho que água salgada acalma a alma. E quando eu me vejo, ou remando ou nadando ou velejando por cima da água salgada, ou dentro da água salgada quando mergulho, eu consigo encontrar a paz. Eu consigo me reencontrar.
Partindo de tudo isso sua vida profissional foi se desdobrando até você voltar para a TV, dessa vez como apresentador no “Globo Esporte” e Canal OFF. Como foi e tem sido a experiência? A televisão de alguma forma sempre fez parte da minha vida. Desde moleque eu participava de campanhas publicitárias, estive participando de alguns programas. Posteriormente trabalhando como modelo, viajando o mundo, fazendo campanhas. E quando eu regressei para o Brasil participei de um reality show onde era totalmente focado em câmeras e parecia de alguma forma que a televisão me queria de alguma forma. Apesar de eu querer viver do esporte, a televisão me chamava de alguma forma. Mas eu nunca tinha entendido qual o propósito, onde eu conseguiria ligar o que eu amo fazer, o esporte, com a televisão. Então pra mim ainda faltava algo assim, não tinha muita ligação da comunicação com o esporte. E depois de muitas reviravoltas na minha vida eu tive a oportunidade de unir as duas coisas que sempre fizeram parte da minha vida, a televisão e o esporte. Eu consegui trazer isso, aquilo que eu gosto de praticar, de viver, pra televisão. Eu passei a enxergar o esporte como uma ferramenta de comunicação com o mundo. Vi que através dele que eu conseguir fazer coisas extraordinárias no mundo esportivo e conseguisse produzir isso como produtor e apresentador, levando isso para as pessoas, eu conseguiria passar o meu recado do que era a minha visão de mundo, o que era a minha crença do mundo. Quais eram os meus ideais
No “OFF” você foi “Além dos Limites” (nome do programa), descobriu qual seu limite? Ou já chegou a ultrapassar esses limites? Eu acho que a questão de limite é algo com que a sociedade às vezes tenta nos impor e nos colocar, colocar barreiras, colocar obstáculos. Colocar, talvez, um ponto final em algo. E eu nunca enxerguei, e nunca procurei enxergar o limite de algo, a borda, o ponto final de algo. Eu sempre procurei ir além. Então quando eu me deparei com a condição de pessoa com deficiência ou cadeirante, eu vi que meu mundo de oportunidades era muito menor do que o mundo de uma pessoa que andava, que as pernas funcionavam, que podia fazer o que quisesse. Que eu tinha referências, que eu tinha formas de realizar. E aí eu passei a entender que eu como cadeirante eu teria que criar as minhas oportunidades, eu teria que romper esses limites a todo momento. Então o limite pra mim passou a ser motivação, e não barreira e um ponto final. Passei a enxergar que eu poderia ser quem ou o que eu quisesse da minha vida independente da forma que eu fosse viver. E que dali por diante eu teria de ser um criador de oportunidades. Eu teria que ser o responsável por abrir portas no mundo pra mim, e consequentemente pra muitas pessoas.
Existe medo em meio a essas superações? Se sim, quais e como lida com isso? O medo faz parte de qualquer pessoa, de qualquer ser humano. Mas o que difere o ser humano extraordinário, o ser humano que consegue atingir a excelência aquilo que ele se propõe a fazer, seja numa prova na escola, seja saltar de paraquedas, ou voar sobre o Cristo Redentor, ou fazer uma manobra perigosa, o que difere esse ser humano é administrar o medo. Porque o medo existe em qualquer pessoa. O medo vem na gente desde quando a gente é criança. Desde criança a gente tem medo de sair na rua, medo de fazer uma prova, medo disso ou daquilo… A gente é baseado em medos. O ser humano é baseado no medo, a gente vive na cultura do medo. O tempo todo estamos recebendo informações que nos causam medo, seja na televisão, nas redes sociais, enfim, é o não dos pais, não pode isso, não pode aquilo. Isso vai te causando medo ao invés de te mostrar caminhos, talvez por conta da nossa própria criação a gente causa a barreira do medo. Não mostrar como que faz certo né? Eu passei a administrar os meus medos com mais serenidade, positivismo, entendendo a situação no qual eu me proponho a realizar. Então o medo existe para qualquer pessoa, mas a partir do momento em que você tem conhecimento daquilo que você está realizando o medo passa a ser apenas um moderador.
Dessas aventuras por conta do programa qual a sua maior adrenalina? Já passou algum aperto? Aperto a gente passa o tempo inteiro. A gente vive no aperto, na dificuldade, a gente vive hoje no mundo outdoor dos esportes de aventura, a minha vida está em jogo muitas vezes. E estar presente naquilo em que eu estou fazendo, estar por inteiro, naquilo que eu estou fazendo rodeado de pessoas boas me faz ter maior controle dessa minha adrenalina. Ter maior controle desse aperto, desse momento de dificuldade. Então assim, eu já passei aperto descendo corredeiras de caiaque extremo, onde meu caiaque ficou preso na pedra. Eu tive que lidar com situação de vida ou morte quando eu saltei paraquedas, agora voando de paratrike onde também tive uma pane seca, quando acabou a gasolina e eu tive que lidar com a situação, então a gente vive no aperto e a gente goooosta disso (risos).
A limitação física já te fez repensar alguma aventura ou isso te estimula a se superar? A limitação física ela me faz repensar, TODAS as aventuras ou atividades onde eu me proponho a realizar. Na verdade não tem nenhuma aventura que seja igual a outra e muito menos igual as minhas aventuras de antigamente com as pernas funcionais, como eu falei agora a pouco. Já tinha referências, já tinha visto pessoas nas aventuras onde eu me proponho a fazer. Porque a gente tem muitas pessoas realizando da forma convencional. Porém, da forma adaptada, poucas aventuras nas quais eu pretendo realizar eu tenho referências, consigo procurar na internet imagens, ou conheço alguém que já fez isso que eu estou me propondo a realizar. Então quando eu me proponho a uma aventura, eu sei que eu vou ter que criar a forma de realizar essa aventura não só como atleta, mas também como alguém que vai ter que desenvolver um produto novo pra fazer com que com uma adaptação para fazer com que eu realize aquela aventura. Então mais que um aventureiro, eu tenho me tornado um desbravador e um criador de caminhos, de caminhos. Eu acho que posso até dizer que sou um empreendedor da área de esportes.
Você teve muitas conquistas com a canoagem e agora sabemos do seu amor pelo kite. Inclusive sempre indo ao Cumbuco (praia do Ceará) que é considerada o Havaí do Kitesurfe brasileiro. Você irá se dedicar também ao kite profissionalmente? Pra falar a verdade o kite está percorrendo o mesmo caminho que eu percorri pela canoagem. Quando eu comecei pela canoagem eu não tinha referência alguma de pessoas realizando aquele esporte da forma sentada, como cadeirante. Então eu tive que desvendar todo aquele mistério. Já no kite eu tenho uma referência ou duas que me nortearam, porém aqui no Brasil, ou até na América, não tinha ninguém. Então eu tive que desenvolver esta forma de velejar, não só desenvolver ali realizando, mas como criador daquele material que eu iria utilizar. Aí por muita sorte no meio do caminho eu encontrei Gustavo Fester que foi o cara que abriu as portas no mundo do kite, e que aprendeu a entrar no meu mundo pra poder me ensinar a velejar dessa forma diferente de qualquer outra forma que ele viu na vida. Então o kite pra mim tem sido a minha vida. Hoje em dia eu moro no Ceará, tenho minha casa em São Paulo, mas moro no Ceará, na praia da Taíba, que é ao lado do Cumbuco. Mas vivo pelo Cumbuco, vivo pelo Ceará, pelo Piauí, pelo Maranhão velejando, que são lugares incríveis. Ainda quero conhecer outros lugares que eu ainda não fui velejar, como o Rio Grande do Norte. Mas enfim, estou morando ali na meca do kitesurf mundial.
Fernando é notório a sua simpatia e simplicidade. Sempre foi um cara assim ou foi aprendendo na vida? Acho que a simplicidade sempre fez parte da minha vida. Eu sempre vivi o lado simples da vida. Quem é esportista tem isso, você não vive um mundo de luxo. Às vezes você está nos lugares mais simples do mundo. Às vezes você está jogando futebol na várzea, no meio da galera, no meio do povo, onde a gente gosta de estar. Então a simplicidade sempre fez parte da minha vida. Já simpatia nem tanto, porque por incrível que pareça eu sempre fui um cara muito tímido. E essa timidez me tornava uma pessoa mais fechada. Por incrível que pareça eu sempre tive dificuldade de relacionamentos, de conversas. Então a timidez me fez ser um cara mais fechado. E hoje eu aprendi a ser uma pessoa mais comunicativa por que hoje eu sei quem eu sou, onde eu estou e onde eu quero chegar. Quando a gente tem um conhecimento profundo da nossa pessoa, acho que a gente se torna uma pessoa mais aberta. E isso eu só fui aprendendo com a vida. A simpatia aprendi me conhecendo melhor.
Agora com esse período de quarentena e reclusão que todos (pelo menos a maioria) tivemos que passar, o que te fez pensar ou rever? Como esse momento te tocou? Essa questão de isolamento na verdade ela sempre esteve presente na minha vida. Eu acho que quem é atleta tem um entendimento maior do seu eu nesta questão de isolamento. A gente sempre tá sozinho de alguma forma na hora de tomar decisões, tem que lidar com nossas dores, dificuldades, e superar isso diariamente como atleta. Então a gente acaba optando pelo isolamento por opção própria, neste momento por falta de opção, a gente teve que se isolar, eu acho que me fez parar, enxergar, a velocidade do mundo. Será que a gente está caminhando na velocidade certa? Será que a gente precisa desse furacão, dessa velocidade excessiva de informações, de vivência. Eu acho que a gente está num ritmo muito acelerado e talvez não seja necessário, de criação. Eu acho que a velocidade está fazendo que a gente perca qualidade. O mundo tá muito rápido. As coisas estão perdendo o significado, a essência. E foi onde eu parei pra analisar justamente isso, será que eu estou no ritmo certo? Será que eu tenho que viver isso? Então foi quando optei em levar a vida no meu ritmo. Quem quiser correr, corra, mas eu vou viver aqui no sistema um pouco mais lento, onde eu possa apreciar mais a vida, onde eu possa apreciar mais o contato com as pessoas. Onde eu posso realmente dar valor aquilo que eu sempre gostei. Que é a vida vivida e apreciada. A música escutada, a comida degustada, o filme visto com calma. Então eu resolvi, já tenho tomado esta decisão há um bom tempo. E isso só veio me confirmar que com calma a gente leva a vida com mais alma.
Como ocupou o tempo durante esse período? Aprendeu ou desenvolveu algo novo? Eu decidi ali no começo da quarentena, quando eu entendi que a gente ia passar por um tempo de reclusão que eu iria limpar meu corpo de alguma forma. Então eu optei pela saúde, qualidade de vida, mesmo estando em um ambiente de espaço fechado, eu decidi que iria consumir coisas boas. Então eu coloquei um horário para acordar, então todo dia eu acordava por volta das 6h / 6h30 da manhã, tomava meu café com calma, comendo coisas boas. Então eu tentava consumir coisas boas por todos os lados. Tentava ver filmes bons, documentários bons, séries boas, ouvindo músicas boas, fazendo um bom treino, comendo uma comida de qualidade, e por sorte, eu estava rodeado de pessoas boas. Então o amigo que veio morar comigo aqui em casa antes da pandemia por necessidades dele, enfim, a minha namorada Laís, a gente se uniu aqui e vamos consumir coisas boas nessa quarentena para sairmos daqui pessoas melhores. E isso aconteceu de verdade.
Se exercitar em casa sem poder ir para a academia ou praia foi um dos grandes desafios para se manter em forma na quarentena? Pouco antes da pandemia eu decidi que eu ia montar um centro de treinamento, uma academia, assim posso dizer, dentro de casa. Então, eu pude fazer bons treinos aqui dentro de casa, ouvindo boas músicas, eu acho que essa pergunta até soma com a anterior… É óbvio que eu senti a falta de ver o horizonte, voltar pra praia, de voltar pro mundo, voltar pra minhas aventuras. Mas eu sabia que esse momento iria chegar. Então por mais pronto e apto eu estivesse pra esse momento melhor eu iria voltar pro mundão e pra vida. E isso se consumou de fato.
Como você avalia a condição do cadeirante aqui no Brasil? O que precisa ser feito e como fazer? Não só no Brasil como no mundo, mas algo que ainda precisa de muita luta, de muita batalha. Quando a gente fala de cadeirante a gente fala de um todo, né?! Então como pessoas com deficiência física de alguma forma, então tem muito o que conquistar no Brasil e no Mundo em relação a acessibilidades, oportunidades. A gente tem a relação de cotas, mas as cotas só são úteis a partir do momento que você chega com indivíduos capacitados para ocupar aquela cota, e não apenas ocupar uma cota por obrigação. Do que adianta ter uma cota e não ter uma escola acessível, universidade acessível, se a gente não tem transportes públicos que façam as pessoas acessarem essas oportunidades. Então ainda é um mundo que precisa de muita luta. A questão da lesão medular é algo que pouco se fala. EU não consigo entender como a ciência e a medicina não conseguem ligar dois pontinhos onde se tem uma lesão medular, uma quebra de uma medula ali e você não consegue reconectar dois pontos num mundo onde a gente vive, onde o homem já pisou na Lua, o homem ainda usa um objeto pré-histórico que é uma cadeira de rodas. Olha a tecnologia que existe no mundo, carros que dirigem apenas pela voz, enfim e a gente senta em objetos de ferro empurradas pelo braço. É um atraso muito grande. Ai eu me pergunto, quem é o incapaz? Sou eu, os atletas paraolímpicos, eu que salto de paraquedas, cachoeira, faço coisas que 99% da população não consegue realizar ou a medicina que não consegue ligar dois pontinhos. Então eu acho que existe uma falha ou alguma relação de incapacidade nessa relação da medicina, da ciência que nos faz viver ainda num mundo muito falho, que ainda vive em cima de uma cadeira de rodas pré-histórica.
Imaginamos que gentileza seja um bom começo para isso, mudanças e empatia. Como avalia isso? Eu acho que o grande ensinamento, e aprendizado que as pessoas estão tendo durante essa pandemia, é que se a gente não tiver o mundo mais gentil, onde as pessoas tenham mais amor por pessoas, tenha mais amor pela vida, pela natureza, a gente vai se afundar. Todos nós vamos afundar juntos. Então se a gente não der a mão realmente, vai nos complicar muito. Caminhar juntos. Vai todo mundo pro mesmo buraco. E esse buraco não tem rico, não tem pobre, não tem cor…nada! Então esse foi o grande aprendizado que a gente passou.
Soubemos que o isolamento serviu para aquecer ainda mais o coração ao lado da amada Laís Oliveira. Quando sentiu que deu match? Onde vocês mais combinam? O isolamento ou foi um divisor ou agregador para os casais, as pessoas. E pra mim foi uma gratíssima surpresa. A gente começou a se conhecer em janeiro, em março a gente estava morando junto por falta de opção. Por que ela estava aqui no Brasil, tinha voltado de uma viagem. Então a gente viveu em 6 ou 7 meses o que a gente viveria em anos. Então ela me conheceu muito bem, eu a conheci muito bem. Então deu pra ver quem somos né? Quem é cada uma e como seria, ou seremos juntos. Então foi uma gratíssima surpresa passar esses dias todos ao lado dela e ver que é uma pessoa doce, encantadora e leve.
Você se considera um cara mais otimista ou realista? Ótima pergunta! Eu sou um cara extremamente otimista e extremamente realista. Eu aceito os fatos mas não me conformo com eles. Então eu procuro enxergar a situação, entender ela e criar formas para lidar com elas. Criar soluções. De uma forma otimista que de certa forma aquilo vai dar certo, mas entendendo muito bem aquilo com que eu tenho que lidar. Então quando a gente foge da realidade o otimismo é momentâneo, ele vai te servir até certo momento. Então quando você se depara com a realidade da forma mais pura e real, só o otimismo não vai adiantar. Você tem que ter uma compreensão dos fatos. E eu tendi que quando eu me deparo com meus medos, com as minhas dificuldades, com a realidade, eu sou um cara muito mais capacitado para lidar com o otimismo, com aquelas dificuldades que eu vou realizar, e aquilo não me causa frustração. Ou me traz o aprendizado ou me traz uma conquista.
Partindo disso… O que espera para os próximos meses? Eu espero muitas conquistas, um ano e um momento de muita batalha. Correndo atrás daquilo que de alguma forma a gente perdeu ou aprendeu. Espero encontrar daqui pra frente muita luta, muita criatividade, muita reinvenção e muitas soluções para os nossos problemas. Então, que a gente possa ser mais unidos, dar as mãos uns para os outros. Espero meses de lutas, batalhas, choros, sorrisos e principalmente de conquistas para todos nós
Fotos Márcio Farias
Beleza Daianne Martins
Styling Paulo Zelenka
Iluminação Mariana Salles
Hotel Yoo2 Rio