PK, rapper nascido e criado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, chega de camisetona Balenciaga, moletom, boné e um par de meias combinado com chinelos. A inspiração é a cultura de rua, combustível para sua arte há quase uma década. Apesar dos 25 anos, Pedro Henrique Bendia, o nome de batismo do cantor, é um veterano na música. Deu seus primeiros passos em batalhas de rima, em 2013, se consagrando campeão em inúmeras delas. Fez turnê fora do país; gravou com Ludmilla, Luísa Sonza, Rebecca e Dilsinho; e agora se prepara para um show no Rock in Rio, marcado para 3 de setembro, no Espaço Favela.
“O Rock in Rio será o ápice da minha caminhada”, diz o carioca, demonstrando uma curiosa tranquilidade às vésperas de um evento tão importante. “Estive lá em 2019, fazendo uma pequena participação. Desta vez, será uma apresentação inteira. Dá para imaginar a emoção, né? Outro dia, passou um filme na minha cabeça. Eu ficava até quatro horas dentro de um ônibus, indo atrás de batalhas de rima. No palco, falava sobre minhas vivências, meu dia a dia. Muitas das situações aconteciam no trajeto entre minha casa e esses eventos de rua. Tudo valeu a pena.”
Ele, que soma mais de um bilhão de streams nas plataformas digitais, ficou conhecido nessas disputas como o Eminem brasileiro, por causa dos cabelos loiros e olhos claros. “No início da minha história na música, percebia alguns olhares tortos por ser branco. Para alguns, eu estava me apropriando da cultura negra. Mas vim de uma comunidade. O rap sempre fez parte da minha vida. Fui quebrando isso com meu talento e respeito. Só queria uma chance de mostrar o que eu sabia fazer.”
Seus vídeos nessas batalhas logo viralizaram, e PK foi alçado ao posto de celebridade da internet. “Aos 18 anos, enquanto esperava minha vez na fila do serviço militar obrigatório, fiquei tirando fotos e gravando vídeos com a rapaziada. Os moleques acompanhavam meu trabalho pelas redes sociais e YouTube”, relembra. Entre 2016 e 2018, integrou o grupo Class A, com os rappers Oik e Igor Adamovich. A carreira solo veio só em 2019 e não demorou para emplacar seu primeiro hit, “Quando a vontade bater”. O som fez barulho até em Portugal. Na sequência, vieram “Indomável”, com Belo, “Do jeito que tu gosta”, com Ludmilla, “Tudo de bom”, com Luísa Sonza, e “Hoje tá bom”, com Rebecca.
“Trabalhar com o PK foi incrível! Ele é um artista dedicado e manda bem. Nossa parceria deu muito certo. Cada um trouxe suas referências para trabalho e a música acabou se tornando um sucesso. Acho que já está na hora de fazermos outra colaboração”, diz Rebecca. Cada vez mais versátil, PK usa o rap como base, porém vai além: funk, pagode, samba e sertanejo fazem parte de seu caldeirão de referência. “Gosto de entrar no estúdio e criar, sem classificações. Música é o que me move. Não consigo sequer escolher minha canção favorita. São como filhos mesmo, não é clichê.”
Fã de Charlie Brown Jr., Emicida e Mano Brown, PK, torcedor do Flamengo, fará uma pequena tour pela Europa no fim de setembro. No roteiro: Inglaterra, Irlanda e Portugal. “Estou feliz à beça com tudo que conquistei. Fiz recentemente uma série de shows nos Estados Unidos e não paro de trabalhar no Brasil. São cerca de 20 apresentações mensais. Meu pai fica louquinho, postando tudo que faço. Meus pais são meus maiores fãs.”
Texto Gilberto Júnior (@gilbertojun)
Fotos Kaue Maciel (@kauemaciel)
Styling Gilberto Júnior (@gilbertojun) e Gabi Werden (@gabi_werden).
Beleza Teddy Zany (@teddyzany)
Locação Gaivota Eventos (@gaivotaeventos)
Artista PK (@pkfreestyle) PK usa Jean Paul Gaultier, Tommy Hilfiger, Valentino, Chanel, The Paradise, Forum, Antonio Bernado, Mercedes Herrera, Elle et Lui e Pierre Cardin.