Alegria, pagode/samba e bons amigos são três coisas que fazem parte da vida e trajetória de Thiaguinho. Desde quando surgiu como revelação do programa Fama, isso em 2002, a boa energia de Thiago André Barbosa já contagiava o público. Hoje, quase 20 anos depois, Thiaguinho virou uma referência na música popular brasileira com discos e shows marcantes. Quem esquece do Tardezinha, por exemplo? Não é à toa que o nome de seu novo projeto/álbum se chama Infinito, é que um grande reencontro com sua minha história. Assim como parece ser seu talento e sua carreira. E ele está aqui na nossa capa trazendo um pouco dessa história de sucesso e falando do que ainda vem por aí.
Thiaguinho, novo álbum, novas parcerias, visual novo… como anda sua empolgação para essa nova fase? O que vem por aí? Infinito tem um lugar muito grande no meu coração. Estou empolgado demais! Tenho certeza que assim como eu, o público vai amar as parcerias e nossa nova parte do projeto. Infinito é um reencontro com a minha história. Foi a forma que eu encontrei de me conectar com quem gosta de minha música e da minha arte.
Falando no álbum, como foi a criação de Infinito 2021 – Vol.1? O que esse novo trabalho traz e o que podemos esperar dele? Foi desafiador produzir um álbum durante a pandemia. Não ter o contato humano é muito complicado. O projeto Infinito é o meu show nesse momento, uma vez que não podemos nos encontrar ainda fisicamente. Eu, minha equipe, minha banda, a Benedita Zerbini e João Pedro Januário (diretores) fizemos vídeos para todas as faixas do Infinito – simulando um show cheio de energia para chegar na casa de todo mundo e levar um pouco de alegria com grandes parcerias e muita emoção!
Onde buscou inspiração para compor em meio a esse momento de pandemia? Foi difícil criar, nesse momento? Compor para mim é um ato cotidiano. Eu amo compor e produzir. Estou sempre com alguma nova melodia na cabeça. Acho que consigo dizer, inclusive, que foi essa arte que me manteve bem durante esse período. Sobre inspiração – minha família, o amor, meus amigos e, principalmente meus fãs e a vida deles são sempre um lugar de inspiração.
Aliás, como foi (e está sendo) ficar tanto tempo sem fazer show? Rapaz, que falta eu tô sentindo de ter o público ali pertinho de mim, ouvir todo mundo cantando as músicas, vibrando junto comigo. Mas sei que esse não é o momento para a gente estar juntos, em um show como a gente gosta. Mas vai acontecer. Vamos superar esse momento difícil.
Como usou esse momento de pausa forçada? A cabeça pirou um pouco? Como driblava isso? Foi um novo momento para mim, sem a vida de shows e a estrada. Com isso, acabei conseguindo dar mais atenção para mim, cuidando de minha saúde e também ficando perto de minha família. Coisas que eu já fazia, mas não tinha muito tempo pra fazer por causa da rotina da estrada. Eu sempre estou compondo, a melhor forma que eu achei para driblar o momento foi compondo!
Desde quando foi revelado no programa Fama, sua chegada no Exaltasamba até o sucesso de hoje, já se vão praticamente 20 anos de carreira. Que avaliação faz de tudo isso? O que te dá mais orgulho ao longo dessa trajetória? Exatamente, são quase 20 anos de carreira e isso me deixa tão feliz e honrado. Fazer música! Esse novo projeto, Infinito, é exatamente sobre isso – a gente celebrar e reviver momentos que me marcaram e abrir as portas para o futuro.
Como a música entrou em sua vida e como o samba/pagode te levaram a isso? A música sempre fez parte de mim, ela me acompanha em todos os momentos. Então, eu sou muito grato por poder viver trabalhando com isso. Quando eu era pequeno, o samba e o pagode não eram os ritmos mais populares no meu entorno, na minha cidade, mas sempre estiveram em meu coração.
Péricles, pelo que sabemos, tem uma bela relação com você que nasceu com a música e foi muito além. Como foi esse encontro? Eu não tenho palavras para descrever o Péricles. Ele é mais que um amigo, além de ser um artista que eu admiro demais. Por isso, inclusive, ele está eternizado em minhas músicas, como letra, como voz cantando comigo e como músico. Que felicidade, a minha!
Falando em amigos, o sucesso Tardezinha virou o que virou também graças a essa reunião de amigos. Imaginava que o Terdezinha fosse render tanto? Esse projeto começou pequeno, descontraído e acabou tomando proporções que eu nem imaginava. Era para ser uma reunião de amigos aos domingos para cantar músicas nostálgicas e se tornou uma festa conhecida no país todo. As pessoas se identificam e fazem do Tardezinha uma alegria em forma de evento.
Não dá pra falar de amizade sem lembrarmos do Gabriel, ou melhor, o Barriga. Diria que é seu porto seguro aqui, nessa vida? Como é a relação de irmandade entre vocês? Barriga é meu irmão, já passou de amigo! A gente se respeita demais, temos um cuidado muito forte com essa amizade, com tudo o que a gente construiu, para que cada dia ela fique ainda mais forte.
Recentemente, você declarou “O passado já foi, o futuro dá para mudar”. O que gostaria de mudar no futuro? E do passado, faria algo diferente? Olhando para trás e tudo o que aconteceu comigo, não mudaria nada, não faria nada de diferente. O presente, a gente está vivendo e o futuro ainda vamos viver. Dá pra ser diferente do agora! Eu sempre me pergunto como usar a minha voz, influência para criar um ambiente melhor. E é por isso que, por exemplo, iniciei projetos como o E Aí, Até Quanem e o JunTHos Pela Arte. Acredito que conseguiremos chegar num futuro melhor.
Vindo para o presente… e esse visual novo? Você parece ser um cara vaidoso, sempre bem vestido… Do que não abre mão? Como lida com o espelho? A forma como eu me visto é muito um reflexo meu, mesmo. Eu gosto de ter um tempo para mim e de me cuidar.
Você já usou as redes sociais e a fama para combater casos de racismo, violência policial, discriminação… Esse também é um papel que lhe cabe como artista com voz perante o público? Como enxerga isso? Hoje eu sei a responsabilidade que eu tenho como artista. Tento sempre usar minha plataforma, minha voz para espalhar informação. É por isso que, por exemplo, iniciei, junto com o meu amigo Rafael Zulu, a campanha E Aí, Até Quando? (#eaiatequando) em minhas redes sociais. Por meio desse questionamento, tentamos fazer com que nossos seguidores entendam que, apesar de muitos de nós sentirmos de perto o racismo todos os dias, isso não é normal. O racismo não pode se camuflar nas dores da nossa rotina. Precisamos questionar essas mazelas.
E pra relaxar de tudo isso Thiaguinho, o que curte? Hoje o esporte está em minha rotina – não por obrigação ou pressão estética, mas pela qualidade de vida. Tenho praticado musculação, corrida e tênis e isso tem me feito muito bem.
Para encerrar… o que podemos esperar para este ano ainda? (dentro do possível) Estou feliz demais de colocar o meu projeto Infinito finalmente em todas as plataformas e no YouTube. É a forma que eu tenho de me conectar com as pessoas. É o que eu mais amo fazer – música! E fico muito feliz de ter tantas participações especiais e músicas tão importantes para mim nesse projeto, porque celebra toda a minha história.
Fotos Marcos Hermes
Stylist Dudu Farias
Produção Executiva Ellen Barbosa
Produção Adriano Oliveira