CARREIRA: EDU SANTOS E O MERCADO DE LUXO CONTEMPORÂNEO

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Eduardo Santos é mentor e comunicador com especialidade no mercado de luxo. Empresário especialista em conexão de marcas e pessoas com expertise de mais de 20 anos em todo Brasil e no mundo, Edu é um visionário, apaixonado por branding, posicionamento, marketing e gestão comercial com performance com a assinatura de sua consultoria Edu Santos Brands Curator Office. Na parte de marketing de influência e celebridades, é sócio de Deny Peres na DPBranding, além de investidor em marcas do segmento de saúde, beleza e bem-estar.

Empresário gaúcho radicado em São Paulo, Edu Santos possui vasta experiência em planejamento estratégico e é conhecido por “fazer acontecer”, sempre tendo em vista o foco em ações voltadas para um resultado efetivo de conversão e criação de conceito para marcas e pessoas. Sua expertise na criação de projetos e produtos para celebridades e grandes influenciadores conecta marcas e pessoas, numa visão integrada de mercado. Além da gestão de marketing 360°, Edu também é reconhecido por sua análise futurista de oportunidades comerciais. Já passaram por seu portfólio nomes como Gisele Bundchen, Isabeli Fontana, Xuxa Meneguel, Patrícia Poeta, Mônica Salgado, Silvia Braz entre outras grandes celebridades, influenciadores e marcas.

Eduardo, você é formado em publicidade e logo se especializou em branding no mercado de luxo. Como começou tudo isso? Foi algo planejado ou foi sendo levado? O luxo era uma realidade muito distante da minha vida. Sou de uma família muito simples, meu pai tem uma oficina mecânica, minha mãe professora, numa cidade no interior do Rio Grande do Sul, de 10 mil habitantes, chamada Sananduva. E lá, o luxo, para mim, era o que eu via na TV, o que eu via nas casas de novela, o que eu via nas revistas. Então, era no que eu conseguia me inspirar, observando à distância. Minha mãe sempre foi muito educada, de uma criação muito séria e fui aprendendo que o luxo está muito dentro da gente. Então, com o passar dos anos, obviamente, eu fui me sofisticando, fui trabalhando com isso a possibilidade de viajar pelo Brasil e para o exterior, numa trajetória de muito empenho. Foram muitos caminhos difíceis para enfrentar, alguém que sai do interior de uma família simples. Mas acho que o luxo foi uma coisa que, naturalmente, nasceu um pouco dentro de mim. Essa questão do luxo contemporâneo, que é um luxo voltado para a gente ter e valorizar o que realmente importa – o amor pela família, o cuidado, uma mesa farta, uma roupa limpa, bonita, um olhar afetuoso para o mundo. Acho que isso eu sempre tive, essas características do luxo contemporâneo. E, com o tempo, eu fui entendendo como é que funcionava o mercado, as pessoas e adaptando a minha vida a ele.

E como é feito o trabalho de marketing de influência? Como você atua nisso? O marketing de influência entrou na minha vida muito cedo, desde quando ainda não se falava em influenciadoras – eram as blogueiras. Eu morava ainda em Porto Alegre. Nessa época, tinha um grupo de blogueiras e a gente começou a entender que isso poderia ser algo comercializável – já existiam sites, ainda existiam os jornais que eram muito fortes, os jornais impressos. 

Criei um mailing de blogueiras locais e elas viraram ícones na região. Íamos para os eventos e criávamos conteúdo da forma que tinha – lá eu vi que marketing de influência era o futuro e algo que ia ser mundial, assim. Esse movimento começou a virar uma espécie de grupo de comunicação e, dali, a gente começou a fazer vendas, a comercializar. 

Hoje, eu atuo de diversas formas. Tanto nas empresas das quais eu sou sócio de produtos, quanto na agência de influenciadoras – é o nosso core business, uma vez que não existe uma marca hoje que não precise trabalhar com Marketing de Influência para poder divulgar seus produtos e serviços nas mais diferentes esferas – seja um médico ou até uma indústria relacionada à beleza ou de consumo de alimento, por exemplo. E foi que eu criei, ano após ano, um formato dentro do Marketing de Influência na agência. É onde a gente faz projetos customizados, envolvendo marcas e influenciadoras, não é simplesmente vender uma publicidade, é criar um projeto a longo prazo que tenha consistência e que faça um giro verdadeiro na marca. A minha preocupação sempre é a conversão. Dentro de um escopo, quantos por cento dessa ação será focada em valor de marca e quanto dedicado à conversão. Olhar cada detalhe como um negócio de verdade.

Qual o grande segredo em influenciar pessoas de forma orgânica e assertiva? Para mim, mais do que influenciar de forma orgânica e de uma forma positiva, é ser verdadeiro. Acho que, quando a pessoa é natural ela fala de verdade, com o coração – ela não está encenando um papel de chique, engraçada, ou qualquer personagem que não a represente. Não faz sentido quando não é de verdade, né? E o consumidor percebe e se conecta com a verdade, acima de tudo.

As pessoas gostam de conexão afetiva e verdadeira, elas gostam de entender como é que ela fez aquela roupa, porque ela fez, qual é o storytelling por trás, a emoção que é da marca. Quando o influenciador se envolve de uma forma bem afetuosa com a marca, ele consegue passar uma verdade. Aí, sim a influência é uma questão de tempo e constância, de forma que potencialize o consumo daquela marca. Porque é para isso que a gente trabalha, para gerar bons resultados, o que confirma a indicação e na sequência, os contratos.

Juntamente com sua sócia Deny Peres você fundou a DP Branding. Como surgiu essa sociedade? Vocês já haviam trabalhado juntos? A Deny surgiu na minha vida, trabalhando. Eu, no Sul, ainda morando no Sul, trabalhava com as maiores influenciadoras lá do Rio Grande do Sul. A Deny trabalhava com uma agência de São Paulo e juntos fazíamos muitos projetos. Então, comercializava trabalhos para as meninas em São Paulo (publicidade, influencer) e vice-versa, trazendo influenciadoras paulistas para o Sul. 

Quando ela saiu da agência em  que atuava, ela fundou a DP Branding e me chamou para entrar em sociedade com ela. Já se vão 10 anos de trabalho. Hoje atendemos o mercado nacional e internacional. Criamos projetos  para a Europa, os Estados Unidos – Miami, Pop-Up Store Miami, Nova Iorque. Já fizemos todas as semanas internacional de moda. Além desses locais, eventos prestigiados como o Festival de Cannes, o Festival de Veneza, a Bienal de Veneza e a Art Basel de Miami. Nossa trajetória é de muitos anos, de muito trabalho.  Nosso grande diferencial é a carteira de clientes, que está com conosco há anos. Uma carteira muito fiel, que acredita no nosso trabalho, que acredita na nossa forma de fazer. A gente dá um acompanhamento não só por parte das influenciadoras, mas para a gestão do negócio como um todo.

Hoje em dia, todo mundo, de certa forma, é um influenciador. Mas o que diferencia os reais influenciadores com ações eficazes?  Hoje, todo mundo é um veículo de comunicação. A partir do momento que você tem um Instagram, um Facebook, um Twitter, você é um veículo de comunicação e você está ali predisposto para influenciar alguém pelo que você está falando, fazendo ou mostrando. O que a vejo são alguns movimentos dentro do mercado da influência onde todo mundo passou a ter que “vender o seu peixe”, de alguma forma. Empresas estão indo para a frente das câmeras, não somente nas redes sociais, mas até na TV mesmo, em veículos maiores, para falar de seus produtos, da maneira como trabalham e o que a empresa pensa. Chamamos isso de CEO Influenciador, que é um movimento muito interessante – pode olhar classes profissionais como médicos, vem com muita força, também misturando um pouquinho ali da parte médica com a beleza e com a moda. 

O mercado está muito latente! Advogados criando reality shows, falando das suas causas e dos processos que estão trabalhando e vencendo. Assim, virou realmente uma grande exposição onde quem grita mais alto, muitas vezes ganha. Hoje, eu tenho uma divisão dentro do meu trabalho, que é uma parte de mentoria. Essa mentoria é voltada para marcas e pessoas que querem atender o mercado de luxo. Fazer ajustes tanto do CEO da empresa que quer se comunicar por meio de suas redes sociais, palestras e eventos e que precisa adequar o tom. Orientamos toda a estratégia de fala, apresentação para prepará-los para esse mercado. E isso passa por vários tipos de segmentos profissionais de medicina, de arquitetura, de beleza, dentre outros, e de diversas formas. Essa adequação e essa criação da persona profissional, falando com o mercado de luxo é um trabalho que eu gosto muito de fazer. Com as marcas, é a mesma coisa. Então, vou falando mais de planejamento, de estruturação de marca, de resultado, de como é que a gente vai pensar na marca a longo prazo, no forecast da marca. 

Apoio também na questão financeira, uma vez que é necessário diálogo e planejamento sobre quanto se investir para faturar, que é uma visão global estratégica que adquiri ao longo dos anos. Na DP Branding, focamos em táticas de influência e eventos, nossa visão de marketing para que cada campanha tenha um resultado profundo e efetivo. Já nas marcas que eu trabalho como investidor, eu trabalho como sócio. E nessa sociedade, a gente acaba entrando com o know-how de marketing, de comunicação, de fazer captação de recursos em grupos de investidores. Aí vem o networking construído diariamente.

Resumindo, sim, concordo que todos nós somos reais influenciadores, de alguma forma, quando a gente trabalha com verdade. Se você está falando do seu produto, quem melhor do que o dono da empresa, ou o CEO da empresa, ou o diretor da empresa, ou o gerente, ou o funcionário para falar daquele produto. É muito positivo esse movimento das pessoas estarem falando sobre seus produtos. E quando se fala de verdade, a magia acontece – so fica ruim, quando as  promessas são vazias. Nunca me conecto quando a pessoa está vendendo uma fórmula milionária e mágica de ganhar dinheiro. Ficam muitas perguntas no ar desse tema – qual seu case de sucesso, quantas empresas você escalou, quantas pessoas influenciou verdadeiramente, quanto ganharam a mais. Respondendo esses itens, vemos com clareza se a pessoa tem verdade para falar, porque não adianta você só ter uma carreira no mundo virtual. Você tem que ter uma carreira de verdade, no mundo real.

Como você enxerga esse mercado de influencers? O mercado da influência é um mercado que está em franca expansão, não há dúvidas. A partir do momento que todo mundo pode influenciar de alguma forma, temos os influenciadores de nicho, que é o arquiteto, que é o médico, que é o advogado, que estão ali se comunicando no seu nicho. Temos os macro influenciadores, os micro, os nano. Temos também influenciadores fãs, que falam de uma forma divertida das marcas e trazem conteúdo mais irreverente. Então, a questão da influência foi se diversificando e ramificando e cada pessoa foi encontrando seu jeito de comunicar de uma forma muito original. E isso é muito lindo, porque a gente tem uma gama de pessoas muito interessantes pra se ouvir.  Para ela fazer sucesso, tem que fazer com capricho, com acabamento, com cuidado, com roteiro e com inteligência. Hoje não tem mais espaço só para aquela influenciadora que olha, posta o look do dia e fala, nossa, isso é lindo, amei, né? Já passamos dessa fase. Hoje em dia, as pessoas querem conteúdo, elas querem saber o que está por trás daquela roupa. Como é que ela foi construída, por que ela foi construída daquela forma, por que a pessoa que está usando-a daquela forma, quais outras maneiras ela indicaria para usar. É muito mais uma prestação de serviço, também.

Você já trabalhou com grandes nomes como Xuxa Meneghel, Gisele Bundchen e Patrícia Poeta. O que você destacaria em comum nesse trabalho ao lado dessas grandes mulheres? Eu acho que todas as pessoas com as quais eu trabalhei têm um ponto em comum que é a disciplina. Disciplina, organização e estudo. Ninguém chega lá e faz aquilo que está na minha expectativa. Ela vem com o roteiro bem pensado e estruturado, com um briefing bem definido. Ninguém está onde está porque foi sorte apenas. Sorte sempre vem junto com pensamento estratégico, uma equipe junto apoiando a roupa ideal, o cabelo ideal, a forma ideal de falar, a organização de pensamento, o roteiro do que vai ser dito, o que funciona melhor para aquela pessoa e o que não funciona. O sucesso com essa construção, é consequência. E é importantíssimo falarmos do coletivo. Ninguém faz nada sozinho, então uma equipe muito boa por trás para ajudar é fundamental. Somando isso à disciplina e uma dedicação diária constante, além de atualização e muito estudo. Tornar-se expert na sua área de atuação diferencia, motiva e faz crescer. Isso serve para todas as áreas, não só para celebridades. As pessoas mais bem-sucedidas que eu conheço se dedicam, de uma forma muito intensa e muito organizada a sua carreira.

Recentemente você participou do Natural Tech falando sobre inovação e sustentabilidade no mercado de luxo. Resumidamente, o que você poderia nos falar sobre isso? A sustentabilidade é um dos pilares mais importantes do luxo contemporâneo. As pessoas falam muito sobre o luxo e as contemporaneidades, e o sustentável está em várias camadas, desde a alimentação, que foi onde se iniciou esse movimento das pessoas lerem rótulos e quererem saber se tem muito açúcar, muito sódio, se faz bem para a saúde. E, aí, veio todo esse movimento dos produtos saudáveis, naturais orgânicos. Passando pelos produtos de beleza, o que as pessoas querem saber é o que tem ali dentro. Se tem materiais “tóxicos”, se contém produtos sintéticos, se há petróleo naquele shampoo que está usando no cabelo, como esse produto está sendo feito, quanto de água é desperdiçada. As pessoas estão preocupadas de verdade.

O plástico pode embalar, mas como esse plástico vai permanecer no meio ambiente por muito tempo, quanto de embalagem eu jogo fora. Então, assim, as pessoas que têm um olhar para com a questão ambiental, estão muito relacionadas também ao mercado de luxo, porque têm uma vivência, um olhar de forma mais amorosa e as marcas estão começando a ver isso. Vemos todo dia o crescimento dos second hands. Assim, as bolsas não são mais jogadas fora, elas são trocadas, revendidas, as roupas são reaproveitadas. Esse é um consumo que vem de uma forma muito latente, as empresas se preocupando com o ESG, como o funcionário está sendo tratado – toda a cadeia  produtiva, desde o plantio até a colheita, passando pela entrega, comercialização, como que o funcionário é tratado, como que ele é pago, como é que a família dele está amparada, de alguma forma. É um combo de ações que tornam um olhar de consumo consciente e de sustentabilidade das quais falamos sob diversas esferas. A moda é uma das indústrias mais poluentes do mundo e por muitos anos se negligenciou esse olhar para com o planeta e com o futuro das pessoas. E hoje, isso não tem mais espaço. Então, as pessoas estão preocupadas, elas querem saber o que elas estão comprando. Desde onde foi feito, porque ele foi feito, qual o material, quanto tempo dura e como aquilo vai impactar no meio-ambiente. Para mim, esse é o movimento mais importante do Luxo Contemporâneo.

Você e Deny lançaram a primeira conferência de Luxo Contemporâneo nessa edição do Rio Inovation Week. Como foi o resultado? Já pensam num segundo evento? A edição da Conferência de Luxo e Inovação do RIW foi uma sementinha no ano passado com uma palestra que foi entre eu, Mônica Salgado, Silvia Braz e Deny para falar sobre o mercado de luxo e de influência. Agora em 2024, levamos essa ideia para o RIW e eles nos chamaram para criar uma conferência – que começou com uma tarde e que se tornou em três dias inteiros. Estou muito feliz, encantado e surpreso positivamente com a aderência das pessoas. Lotamos a plateia com painéis por três dias da manhã à noite, todos com fila de espera. Cada painel tinha um tema a ser debatido, de diversas esferas do luxo contemporâneo – turismo, moda, consumo, influência, wellness, saúde física e mental, música, design, comportamento do consumidor, empreendedorismo. Todos os assuntos foram debatidos por pessoas importantíssimas do mercado. 

Conseguimos uma entrega extraordinária. Nomes gigantes conosco como Leo Castello, Xuxa, Luísa Brunet, Zezé Motta, Mari Maria, Larissa Manoela, Theodoro, Mônica Salgado, entre tantos expoentes. Muita gente, muita gente mesmo. Grandes diretores, CEOs de grandes empresas. O mais interessante do evento é poder atrair pessoas que trabalham no mercado de luxo e que querem se atualizar. E também quem não conhece esse mercado, que está ali querendo vivenciar, passando pelo evento e entra numa palestra e tem um outro olhar de mundo. O acesso à informação, que eu acho que é um dos principais pilares do Rio Innovation Week, e eu fico extremamente grato. Foi, assim, um sucesso e com certeza no ano que vem, a gente vai fazer novamente. A ideia da conferência é que a gente tenha as edições macro no Rio Innovation Week e que possamos levar também edições menores para alguns estados, provavelmente, São Paulo vai ser a próxima e, aí, vamos fazer uma turnê pelo Brasil para debater esse tema que é tão importante, tão fresh e que atrai tantos olhares.

Vimos que o evento contou com as presenças de Xuxa, Zezé Motta e Luiza Brunet. Como elas contribuíram para o evento e como é sua relação com elas? Neste ano, o RIW foi uma edição de pessoas que eu admiro. A conferência trouxe luxo e inovação. Nos empenhamos para unir pessoas que realmente admiramos, pelo trabalho, pela jornada, pela construção. A Xuxa é uma pessoa icônica. Ela ajudou a criar toda uma geração, a pessoa que sempre lutou ali. Para defender o espaço dela com muita força é que hoje ela debate e traz assuntos muito importantes a serem discutidos. Esse painel foi bem bonito com todo contorno sobre resiliência feminina. Como foi na trajetória delas, tanto Xuxa quanto a Luiza Brunet e a Zezé Motta construíram essa trajetória e essa força ao longo dos anos. A mediação da Juliana Sanna, foi perfeita, uma mulher que eu admiro, que já é apresentadora do É de Casa, da TV Globo e fala sobre mulheres que constroem seu espaço na sociedade por meio do seu trabalho, o Beleza da Terra.

Foto Gabriel Soares

Já a Luiza é uma pessoa que tem um carinho gigantesco pela trajetória e pela bandeira que ela defende a mulher e o direito da mulher de uma forma tão bonita. Zezé é um ícone – uma mulher que desbravou e conseguiu conquistar um espaço para a mulher preta, mulher forte, uma atriz consagrada, uma grande cantora maravilhosa. Mulheres que eu já conhecia por conta de trabalho, e todas têm um espaço especial no meu coração e os outros convidados que foram, também. De alguma forma, acabamos convidando quem admiramos também pelo relacionamento pessoal, que é uma das ferramentas mais importantes hoje em dia. Podemos perder tudo, mas nossas relações, a forma afetiva com que a gente tem de tratar as pessoas delicada, amável, isso é insubstituível e isso é o grande capital, o grande patrimônio que eu tenho. É esse networking, essas pessoas que eu admiro, que eu sei que eu posso contar com elas em muitos momentos da vida.

Como você enxerga o mercado de luxo no futuro? Eu enxergo o mercado de luxo passando por uma grande transformação, onde as pessoas estão pensando mais na hora de fazer a compra, onde as grifes internacionais ainda têm muita força, mas as marcas que têm um propósito, que têm uma história muito bem construída ganham mais espaço. As marcas nacionais também acabam criando esse desejo de consumo. Vejo as pequenas marcas internacionais de luxo crescendo, trazendo esse olhar mais consciente e também essa relação com a sustentabilidade. É um grande pilar do luxo, associar questões social de inclusão também, tanto de corpo quanto de gênero, com apelo diferente, em que as pessoas estão olhando de uma forma mais afetuosa.  No luxo, sempre, o ser supera o ter ou parecer. É muito mais sobre as suas ações, como você trata seus funcionários, seus colegas, como você trata sua família, como a sua casa confortável, gostosa, o tempo que você tem para sua família, para os seus filhos, a maneira com que você tem de lidar com a vida e com a leveza, a sua saúde mental. O luxo passa muito mais pelo ser do que meramente pela sensação da ostentação ou simplesmente, ostentar logomarcas. É um olhar amoroso interno, para si.

Segundo uma famosa frase… Como influenciar pessoas e fazer negócios? Como influenciar pessoas e fazer negócios? Sendo verdadeiro, sendo correto, sendo extremamente prático, objetivo, pragmático, planejado, organizado e cumprindo com a palavra. Acredito que, para você influenciar pessoas e fechar negócios a longo prazo, e esses negócios tornarem-se duráveis, você tem que trazer a verdade sempre. Se deu problema, deu problema. Conte que deu problema, vamos resolver. Se deu tudo certo, deu tudo certo. Eu sempre falo, eu prefiro ganhar um real do que não ganhar nada. Então é muito mais entre compartilhar lucros, compartilhar louros, compartilhar do que querer só para si, muitas vezes não tem nada. As pessoas podem olhar de uma forma mais intensa para essa questão de compartilhar e fazer bons negócios abrindo seus olhares para novas oportunidades. Hoje, eu não faço uma coisa só, trabalho com influência digital, mentoria para o mercado de luxo, cada momento visto um chapéu diferente. 

Eu sou sócio de marcas de beleza e de design, que é mais uma persona minha. São mercados diferentes porque é muito desafiador termos uma coisa só. Eu, pelo menos, não consigo. Eu gosto de ter várias coisas, vários movimentos. Todas essas empresas se integram em algum momento e conseguimos gerar soluções, gerar ações, gerar um recall tão bacana tanto para as marcas quanto para as pessoas. Então, acredito que a verdade liberta. A partir do momento que você tem relações sólidas que estão fundamentadas na verdade, no compromisso mútuo em fazer dar certo, tudo funciona e é durável.

Eduardo e nos momentos livres, o que curte fazer? Nos momentos livres, que são poucos, não abro mão da academia. Na agenda, tenho uma horinha que eu deixo o celular dentro de uma gaveta – até porque é muito deselegante treinar com personal e ficar com atenção em outro lugar. Esse é o meu momento com ele em que eu dou risada, eu falo bobagem – é o meu momento relax. Eu amo me cuidar. Massagem, drenagem, tudo que for pra me sentir melhor, descansado, eu incluo quando consigo. Nos meus finais de semana, almoço ou janto com amigos, ou eu fico em casa vendo uma série, comendo alguma coisa que eu gosto, mas são sempre momentos muito simples.  O meu dia a dia já é um muito corrido e intenso. Muitos eventos, reuniões de trabalho. Há dias em que eu entro em reunião às 8h da manhã, acabo às 19h ou mais. Vou para a academia, depois continuo respondendo o meu WhatsApp para poder dar conta do dia. São várias pessoas que contam comigo. Dessa forma, tudo que eu faço no momento livre é para eu me sentir bem, para a minha saúde mental e física. Esporte, academia e uma alimentação gostosa são pilares para mim. Também dou uma fugidinha, como um doce ou algo que eu queira, e gosto muito de cuidar da minha mente com meditação –  ter meu momento relax é super importante para mim. Dessa forma, consigo me energizar no final de semana pra na segunda-feira estar firme e forte.

Quais os planos para breve? O que vem por aí? Eu nunca consigo fazer um planejamento muito a longo prazo, porque as coisas mudam muito rápido, os projetos surgem. Fora o que já tem planejado, eles vão surgindo e vou me adaptando. Adoro desafios e tenho bastante dificuldade em dizer não para certas coisas. Afinal, nunca quero desapontar ninguém. O mais breve é a Semana de Moda de Paris e Milão, para a qual eu e Deny deve ir, levando um time de marcas e pessoas para projetos exclusivos – adoro os projetos internacionais. Possivelmente teremos também algo na Art Basel, a maior semana de arte do mundo que acontece em dezembro. Eu também gosto muito de criar soluções e estratégias de marcas e pessoas lá.

Provavelmente, faremos também uma petit conferência de luxo e inovação ainda neste ano em São Paulo. No ano que vem, certamente, teremos a Conferência de Luxo no Rio Innovation Week novamente, ainda maior. Ainda teremos, claro, todo o calendário bem grande das marcas das quais sou sócio e que sempre preciso participar. E esses projetos aí de influência que a gente adora, a DP Branding. Muito provavelmente teremos também ações no Festival de Cannes do ano que vem, que foi um sucesso neste ano e, para 2025. queremos ampliar. Estamos olhando com bastante carinho para a moda, a arte e a beleza. Acompanhem por aí e torçam por nós, representando o empreendedorismo brasileiro no mundo todo.

Fotos Felipe Paes