A noite desta quinta-feira (6) marca a abertura da 28ª edição do Cine PE, uma das maiores vitrines da produção audiovisual brasileira. O evento movimentará o Recife de 6 a 11 de junho, com exibições gratuitas no Cineteatro do Parque, sempre a partir das 19h, e no Cinema do Porto, nos dias 8 e 9 de junho, onde acontecerá a Mostra Inquietações. Sob o tema “Ver, Ouvir, Sentir”, o festival deste ano homenageia canções icônicas que ganharam vida nos telões e marcaram o imaginário do povo brasileiro. “A música e o cinema têm uma relação muito íntima, enraizada por aspectos históricos, emocionais e narrativos. Neste ano, resolvemos fazer uma ode a essas duas formas de arte que se complementam”, comentou Alfredo Bertini, idealizador e um dos diretores do Cine PE.
ABERTURA COM “GRANDE SERTÃO”
Um dos momentos mais aguardados do Cine PE 2024 é a estreia nacional de “Grande Sertão”, novo filme de Guel Arraes. O diretor pernambucano estará no Recife junto com diversos nomes do elenco, como Luisa Arraes, Caio Blat, Rodrigo Lombardi, Eduardo Sterblitch e Luís Miranda, para prestigiar o lançamento do longa, que é uma releitura de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa. O elenco fica na cidade até sexta-feira, dia 7, quando acontece a coletiva de imprensa com os representantes do longa. A produção reconta a história escrita há quase 70 anos, adaptando-a para a realidade atual, mas mantendo a linguagem poética da obra original.
HOMENAGEADA
A grande homenageada do Cine PE 2024 é a atriz, cantora e compositora Tânia Alves, que receberá a Calunga de Ouro, honraria máxima do festival, no dia 6 de junho. Segundo a produção, “Tânia deixou uma marca inconfundível em todos os aspectos das artes cênicas, do teatro ao cinema, da televisão à música”. Como cantora, gravou mais de 20 álbuns, demonstrando sua versatilidade artística. No cinema, sua presença é igualmente marcante, estrelando filmes como “Cabaré Mineiro”, pelo qual recebeu o Kikito de melhor atriz coadjuvante no Festival de Gramado; “O Olho Mágico do Amor”, que lhe valeu o prêmio de melhor atriz pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA); e “Parahyba, Mulher Macho”, que lhe rendeu prêmios nos Festivais Internacionais de Cinema de Havana e Cartagena. Sua atuação em “O Mágico e o Delegado” foi reconhecida com uma indicação ao prêmio de melhor atriz no Festival de Brasília.
ESTRELAS DO TAPETE VERMELHO
Além de Tânia Alves e do elenco de “Grande Sertão”, o Cine PE trará outras estrelas para a capital pernambucana. Os atores Edson Celulari e Carol Castro participam desta edição como jurados de longas-metragens, estando presentes em todas as noites, da abertura ao encerramento. Durante a semana, o evento contará também com as presenças de Helena Ranaldi e Dan Stulbach. Ranaldi vem com o marido, Daniel Alvim, ambos representando o longa “Cordel do Amor Sem Fim” na Mostra Competitiva de Longas-Metragens, enquanto Dan é um dos astros do curta “Jogo de Classe”, de Quico Meirelles, que concorre na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Nacionais.
ACESSIBILIDADE
Este ano, o longa “Grande Sertão”, do diretor pernambucano Guel Arraes, será exibido na abertura do festival com recursos adicionais de acessibilidade para surdos e ensurdecidos, cegos e pessoas com baixa visão. Por meio do aplicativo MovieReading, disponível para Android e iOS, o público poderá optar por assistir ao filme com legendagem descritiva em português, tradução para Libras ou audiodescrição. O funcionamento da plataforma é simples: após instalar o aplicativo no smartphone, o usuário busca o conteúdo desejado — neste caso, o filme “Grande Sertão” — e seleciona o recurso que pretende utilizar. Antes de iniciar o filme, o usuário carrega o conteúdo e aguarda a sincronização, realizada por meio de uma avançada tecnologia de reconhecimento de áudio. Não é necessário estar conectado à internet durante a exibição; basta ter um celular e, no caso da audiodescrição, um fone de ouvido. Toda a programação do Cine PE conta com legendas para surdos e ensurdecidos desde 2017.
ORQUESTRA BRAVO
Na noite de 6 de junho, a Orquestra Bravo, idealizada pelo maestro Alexandre Lemos, se apresentará no Teatro do Parque com dez músicas escolhidas especialmente para a ocasião. Os doze músicos executarão um programa de cerca de 40 minutos sob a regência do maestro Dierson Torres, responsável também pelos arranjos. Durante o concerto, serão projetadas na tela cenas dos filmes retratados, em uma viagem musical pela história do cinema nacional. Nas três últimas músicas, a orquestra contará com convidados especiais: o cantor e compositor Silvério Pessoa, a recifense Mariana Rocha, ex-participante do The Voice Kids, e Carlos Filho, natural de Serra Talhada e também ex-The Voice.
INGRESSOS GRATUITOS
Mais uma vez, a entrada para todas as sessões do Cine PE será gratuita. Em comum acordo com a Prefeitura do Recife, gestora do Cineteatro do Parque, e com a administração do Cinema do Porto/Cinema da Fundação, Sandra Bertini optou pela gratuidade, para tornar o cinema um espaço acessível à população. Durante o festival, a bilheteria do Teatro do Parque abrirá diariamente às 17h para retirada dos ingressos, que serão distribuídos por ordem de chegada, respeitando a lotação da sala, de 650 lugares.
MOSTRA INQUIETAÇÕES
A Mostra Inquietações, programação paralela dentro do festival, ocupará o Cinema do Porto/Cinema da Fundação, no Bairro do Recife, nos dias 8 e 9 de junho. No sábado serão exibidos dois curtas-metragens e o longa pernambucano “Estação Janga-Lua (O Segundo Mundo do Rádio)”, de Rui Mendonça. No domingo, seis curtas completam a programação. As sessões são gratuitas e começam às 14h.
LANÇAMENTO DE LIVRO
O educador e economista Cristovam Buarque traz para o Recife seu livro “Conversa com Edmar Bacha”. Em 2022, Buarque e Bacha participaram do seminário “Cenários Econômicos, Políticos e Sociais para 2023: O que Será do Brasil?”, que integrou a programação do 26º Cine PE. Um dos resultados desse encontro foi a decisão de escrever este livro. Nesta edição, os dois economistas se reencontram para debater sobre a obra e os desafios e oportunidades para o desenvolvimento do país.
TROFÉU CALUNGA
O Troféu Calunga é oferecido aos vencedores das mostras competitivas de curtas e longas-metragens. A Calunga é uma boneca carregada pela sacerdotisa dos cultos afro-brasileiros durante a apresentação do maracatu. Ela faz parte das cerimônias religiosas, onde recebe o nome de uma princesa e representa uma divindade, expressando um objeto de força e proteção. O Troféu Calunga é uma criação da artista plástica Juliana Notari. Os homenageados do Cine PE são contemplados com a Calunga de Ouro, e os filmes vencedores, com a Calunga de Prata.
PREMIAÇÕES
De acordo com o regulamento do Cine PE, são 12 categorias de prêmios para a Mostra Competitiva de Longas-Metragens: Melhor Filme, Direção, Roteiro, Fotografia, Montagem, Edição de Som, Trilha Sonora, Direção de Arte, Ator Coadjuvante, Atriz Coadjuvante, Atriz e Ator. Os filmes das Mostras Competitivas de Curtas-Metragens Nacionais e Pernambucanos são julgados em dez categorias: Melhor Filme, Direção, Roteiro, Fotografia, Montagem, Edição de Som, Trilha Sonora, Direção de Arte, Ator e Atriz.
Além da premiação oficial, o Canal Brasil oferece o Prêmio Canal Brasil de Curtas, no qual um júri composto por jornalistas e críticos de cinema escolhe o melhor filme de curta-metragem em competição. O vencedor recebe o Troféu Canal Brasil e um prêmio de R$ 15 mil, além de ser exibido na grade de programação.