Por mais que conheçamos as mulheres, sempre nos surpreendemos com seus desejos e pensamentos. O mais exímio conhecedor da alma feminina nunca saberá que tantos mistérios guardam uma mulher. De Don Juan de Marco à Woody Allen, nenhum deles conseguiu desvendas uma mulher sequer. Por mais que muitos homens afirmem que todas as mulheres são iguais, isso nunca será uma verdade. Até por que nem elas ao certo sabem o que querem, pois suas certezas viram dúvidas num piscar de olhos. Suas palavras podem dizer uma coisa enquanto seu coração diz outra. E por que elas são assim? Tão fortes e tão frágeis, tão decidias e tão incertas, tão independentes e ao mesmo tempo tão carentes. De onde vem essa dualidade que habita a alma feminina que deixa tantos homens desnorteados diante de certas atitudes? Isso sem dúvida é um assunto de extremo interesse masculino, que sempre reacende as velhas questões que semeiam discussões entre homens e mulheres ao logo dos tempos.
Capa da revista masculina americana Esquire de 1965 que discutia o novo papel da mulher numa sociedade onde elas tomavam espaços que antes pertenciam só aos homens. |
Partindo do princípio… Freud era um judeu nascido em 1856 na cidade de Freiberg, que na época pertencia ao Império Austríaco. Era um médico neurologista e fundou a psicanálise numa época em que distúrbios psicológicos eram diagnosticados apenas como loucura ou coisa do demônio. Através da hipnose Freud foi tratando vários casos de doenças da mente e distúrbios. Freud acreditava que a sexualidade e a libido eram a energia motivacional primária da vida humana, assim como suas técnicas terapêuticas. Suas teorias e seus tratamentos foram controversos na Viena do século XIX e continuam a ser muito debatidos até hoje. Suas idéias são frequentemente discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor delas no uso como tratamento científico e médico.
Entre outras preocupações, Freud retomou a discussão da natureza do sexo feminino, abrindo para a então nova ciência do inconsciente, possibilidades ainda inexploradas. Tentou então desvendar a feminilidade, estudar a sua constituição a partir da estrutura edipiana, que constitui um dos pilares da psicanálise. Através da estrutura edipiana, Freud distribuiu as posições do pai, da mãe, do filho e da filha e detalha o papel que cada um aprende a assumir e a sua realidade sexuada ou, a resignar-se a ela, quando se trata da menina. Para ele a lei do pai, ao proibir a posse da mãe, primeiro objeto de desejo, que deverá transferir-se para outra mulher e, no caso da filha, para outro sexo, inaugura o acesso à maturidade e à capacidade do simbólico, através da prova da castração. Assim a posição de cada sexo está ligada à sua configuração morfológica. A menina é diferente do rapaz, sendo inferior a este, privada como está desse pênis que lhe falta, de que tem “inveja” e de que não encontra senão um pálido sucedâneo no clitóris.
Afinal o que querem as mulheres? Eu responderia que querem ser entendidas, mas acima de tudo, se entenderem com elas próprias. Talvez por isso, não consigamos viver sem elas. Não dá pra ser prático e objetivo o tempo todo. Ter só botão de “on” e “off”. E assim, quebrando paradigmas, os dois sexos se completam e se entendem numa eterna batalha interna em busca da evolução dos sexos.“Descobrir o que as mulheres querem é uma tarefa árdua demais. O que uma mulher quer em determinado momento já seria demasiado digno e delicioso”, Michel Melamed, ator, interpretou o personagem André na série “Afinal o Que Querem as Mulheres?”Bibliografia:
– As Mulheres de Freud, Editora Record
– Dossie Freud, Editora Universo dos Livros
– Diário Catarinense, por Vanessa Gandra