ROTEIRO: JAZZ EM AMSTERDÃ, LONDRES E PARIS

iagem e música – alinhar duas grandes paixões é uma das realizações de nossas vidas, e agora compartilharemos com vocês, a nossa última experiência em Amsterdã, Londres e Paris. Visitamos e assistimos a espetáculos maravilhosos de música, em sua grande maioria de jazz e world music, que costuma ser nosso foco principal, por conta do trabalho que desenvolvemos com a Clave de Fá. Aventuras, conexões fantásticas e ótimas coincidências. Vamos viajar juntos? Atenção tripulação, preparar para a decolagem!

AMSTERDÃ
Tudo começou pelo bairro Leidseplein, cheio de bares legais com boa música (e com ótimas opções pra ouvir jazz, claro!).  “Live Jazz every night” é o que diz na entrada do Jazz Café Alto. Aconchegante e pequena, a casa lota rapidamente, e nós conseguimos uma mesa da metade pro final do show. Lá, assistimos a um quarteto de jazz chamado Okaku. A banda se destacava por muitos improvisos no piano e no baixo, o que chamou logo a atenção da Cynara.

De lá seguimos direto pra Bourbon Street, local onde tem shows durante os sete dias da semana, com atrações nacionais e internacionais. Assistimos a Brand Nu Funk. A primeira grande conexão aconteceu no restaurante chamado Pilsvogel – a playlist era totalmente dedicada à música brasileira. Enquanto tocava Nara Leão, apresentamos o nosso álbum Rock in Bossa a um dos responsáveis pela casa.  No mesmo instante, ele fez questão de colocar nossa música para tocar no Spotify, enquanto degustávamos uma Paulaner. Pra quem for por lá, já pode escutar Clave de Fá no branding musical da Pilsvogel!

Encerramos nossa estadia na Holanda no Bimhuis, uma casa que encanta desde o primeiro momento. É o primeiro clube de jazz da Holanda, e que existe desde 1974. Lugar com arquitetura contemporânea, localizado a 10 minutos da estação Central. Lenine e Amaro Freitas são pernambucanos que já passaram por lá. Participamos de um programa de rádio ao vivo, ao som da Bigband Konrad Koselleck. A audiência, inclusive nós, tomávamos uma taça de vinho durante a gravação. A programação da casa é extensa e variada, do jazz à world music. Visite o site https://www.bimhuis.nl/en/calendar/ e reserve os ingressos com antecedência!

LONDRES
Chegamos em Londres e só deu tempo de passar no hotel para guardar as malas, pois tínhamos ingressos comprados para o show do Postmodern Jukebox. Foi uma grata coincidência e presente do universo – somos fãs da banda e ela influencia bastante o nosso trabalho. Pra quem ainda não conhece, fica a dica! Moderno e vintage – um verdadeiro espetáculo de música, dança e sapateado que nos remete à década de 20.

Quem vai a Londres, não pode deixar de conhecer um pub. Marcas culturais da cidade, os pubs londrinos significam muito mais do que um mero lugar para comer e beber cerveja. Para comemorar o aniversário de Bella, fomos ao pub que Amy Winehouse costumava freqüentar – Hawley Arms em Camden Down. Apesar de movimentado, com os clássicos barulhos de bar (pints sendo servidas, brindes sendo feitos, boa música rolando, etc.), The Hawley Arms é um pub aconchegante e com uma atmosfera calma quase surpreendente.

A decoração intimista, a luz baixa, as “luzinhas de Natal” que dão um ar romântico ao pub, as flores espalhadas pelas mesas e pelo balcão… Tudo isso contribui para que em pouco tempo no The Hawley Arms qualquer um entenda por que ele era o pub preferido de Amy Winehouse. Ah, e lá ela não era só cliente, não. Frequentadores assíduos do bar contam que muita vezes ela passou para “o lado de lá” do balcão e serviu bebidas aos clientes como se fosse uma bartender qualquer. Além disso, não foram poucas as vezes que ela decidiu dar uma canja no seu pub do coração.

Conhecemos a Abbey Road, local onde os Beatles captaram a célebre foto do disco de nome homônimo ao da rua/estúdio, que também é parada obrigatória para quem está buscando bagagem musical. Neste ano, 2019, o álbum completou 50 anos, em 26 de setembro. Uma feliz coincidência. E, é claro que passamos pela famosa faixa de pedestres e paramos para uma foto.

 

CASA DE HANDEL E HENDRIX
A casa é um museu e você encontra todos os itens originais pertencentes aos músicos, como roupas, partituras, livros, instrumentos musicais, cartas, cama, quadros e livros. No primeiro andar, dedicado a Handel, assistimos a um ensaio ao vivo com uma cantora soprano, asiática, enquanto o pianista tocava o clavechord que pertenceu a Handel.

No terceiro andar da casa, dedicado a Jimi Hendrix, demos de cara com o quarto do lendário guitarrista e seu violão em cima da cama. Sem falar na famosa guitarra branca, uma Fender Stratocaster pendurada na parede. Foi com ela que Jimi fez o histórico show em Woodstock, em 1969.

PARIS
Logo no primeiro dia que chegamos, fomos a Le Duc Des Lombards e assistimos ao quinteto de jazz de Mathias Eick, trompetista e compositor norueguês. A casa serve e estimula o consumo da comida e da bebida apenas antes do show começar e depois que o mesmo termina, para não atrapalhar o espetáculo. Em Cité de La Musique assistimos à ópera italiana Il Mondo della Luna, com a orquestra do Conservatório de Paris. Mas, o lugar mais especial em que estivemos foi o La Chope des Puces – uma escola dedicada ao músico francês Django Rheindart, criador do estilo Gipsy Jazz (ou Jazz Manouche). De forma inusitada, fomos recebidas com duas taças de champagne, logo no primeiro ambiente da casa. Mais adentro, há um restaurante e um palco onde se apresentam músicos de jazz manouche. Foi lá onde Bella foi convidada para cantar “Garota de Ipanema” e “All of me” com os músicos franceses. Uma experiência incrível! Merci beaucoup, messieurs!

E por fim, precisamos falar dos músicos de rua. Em toda a Europa eles são um show à parte, e encontramos vários deles nas ruas e nos metrôs. São artistas que merecem todo o nosso respeito e que inspiram a nossa trajetória.

*Cynara e Bella são musicistas, empreendedoras, viajantes e apaixonadas por música. Comandam a Clave de Fá, banda de Pop/ Jazz.