Por Maria Cecília / Fotos Divulgação
Minha jornada pelo mundo começou em janeiro de 2006, quando meu marido foi transferido pela firma para morarmos em Kiev, na Ucrânia, uma “pequena” mudança de clima! De 30 graus positivos, para 30 graus negativos e uma aventura e tanto, que precisa ser contada em outra ocasião!
Depois de quatro anos vivendo no país do frio, mudamos mais uma vez para o calor dos trópicos, mais precisamente para o outro trópico, estamos agora no Vietnam, na antiga Saigon, atualmente batizada de Ho Chi Minh City, antiga capital do Império Francês.
Ho Chi Minh é a capital econômica do país, e é onde tudo acontece, o problema é que tudo acontece em cima de uma moto! A primeira impressão que se tem da cidade é de completo caos, o calor, o trânsito, o barulho, o número de pessoas nas ruas e acima de tudo as motos, ahh as motos, eu poderia passar a vida falando sobre elas, e ainda assim não conseguiria descrever com precisão o espetáculo que é ver as fotos de HCM.
Para se ter uma idéia, o número de motos é maior que o numero de habitantes, somente na cidade de HCM são cerca de seis milhões de pessoas e oito milhões de motos, e sobre as motos a vida acontece, nelas as pessoas carregam de tudo que você pode imaginar, aliás, o que você não pode imaginar não se espante de ver uma porta “andado”, ou uma árvore, ou uma geladeira, TVS (das grandes), porcos, e uma infinidade de outras coisas, além das pessoas, às vezes até cinco em uma mesma motinha, ok, os vietnamitas são pequenos, mas as motinhas também e cinco em uma moto, é mesmo uma façanha. É incrível, lindo, cheio de vida, ensurdecedor, eles buzinam todo o tempo, enlouquecedor, interessante, enfim, só dá para entender vendo ao vivo!!!
Vocês podem achar que sou louca, mas é tudo encantador mesmo, e as pessoas são abertas, calorosas, amigas, gostam de conversar e saber de onde você vem, o que faz, acham o tipo de beleza acidental lindo, principalmente as crianças.
Aqui também cada cidade tem o seu mercado municipal, e o de HCM é uma das maiores atrações turísticas da cidade. É um lugar cheio de vida, cheio de gente e cheio de tudo. Nele você compra as mais deliciosas frutas tropicais, as que a gente conhece no Brasil e outras muitas, que nunca vimos, ou que encontramos somente em lojas de importados. Caríssimas no Brasil, aqui a preço de banana. Tem carnes e frutos do mar, e até sapo, tem roupa, tem brinquedos, têm tecidos, aviamentos, artigos para casa, festas, jóias, e acima de tudo os produtos “FAKE” – a pirataria. Todo tipo de copia, de tudo, bolsas, sapatos, roupas, relógios…, e o tempo todo os vendedores a fazer a propaganda do produto: “Good quality madam, good price madam, I make discount for you madam”. Difícil resistir a uma calça Levis a USD 15! Bem, também aqui, como em qualquer lugar do mundo, turista é para ser enganado, então a primeira coisa que se precisa aprender quando se vem ao Vietnam e especialmente ao mercado, ou outros lugares turísticos é a barganhar. Nunca aceite o primeiro preço, que é pelo menos três vezes mais do que o produto realmente vale. Nunca demonstre muito interesse, eles ficam desesperados quando você pergunta o preço e vai saindo, e vão baixando o preço logo pela metade. Então, se você se mantém firme eles colocam a calculadora na sua mão e pedem para você indicar quanto quer pagar, é meio desesperador, no inicio eu ficava morrendo de pena e comprava tudo!!!
As coisas aqui são muito baratas, principalmente comparando com o atual momento do Brasil, além de que existe um artesanato bonito, e uma infinidade de produtos com todos os motivos orientais, que é realmente muito difícil não sair com as mãos cheias de sacolas.
As ruas do centro de HCM são outra grande atração turística, cheias de lojinhas onde pode se encontrar de tudo, muitas galerias de arte com obras de qualidade por um preço bastante acessível. Guarde lugar na bagagem para levar uma pintura dos pitorescos arrozais do Vietnam, com os trabalhadores ao fundo, com o típico chapéu de ponta que os protege do sol! Outra coisa que as pessoas não podem deixar de experimentar aqui é um day-spa, uhhhhh massagem de corpo, pés, tudo bem mais barato que no Brasil e tem até uma “fish pedicure-massagem”, você coloca os pés num tanque cheio de peixinhos que comem toda a sujeira e pele morta dos seus pés, eu não tive coragem, mas tem gente que adora.
Até agora ainda não falei sobre a guerra do Vietnã, bem a guerra já acabou desde 1975, mas o país se orgulha de ter mandado os americanos de volta para casa e exploram o turismo de pós-guerra. Toda a história pode ser vista nos museus da cidade, o mais importante é o Museu da Guerra, mas também pode ser vista nas ruas, nas muitas pessoas mutiladas pelas minas, ou deformadas pela herança do agente laranja, veneno utilizado pelos americanos para desfolhar as florestas e achar os Vietcongs, mas que deixada um rastro de destruição humana a cada lançamento.
Outra grande atração do tempo da guerra são os Cu Chi Tunnels, os túneis subterrâneos no meio da floresta que eles construíram na época da guerra para se esconder e usar como armadilhas para os americanos. Hoje esses túneis foram alargados para poder serem usados pelos turistas, mas mesmo assim ainda são pequenos e claustrofóbicos. Difícil imaginá-los ainda menor, e pensar que eles ficavam meses escondidos nesses lugares.
A comida vietnamita sofre a influência da colonização francesa. É mais requintada que do que a do resto da Ásia e tem um sabor especial. É uma mistura de ervas frescas e produtos locais, muito fruto do mar, muito vegetal, e tudo com um toque de chef francês, só que apimentado, realmente imperdível. Claro que existem algumas especiarias, das mais tradicionais, que eu ainda não me atrevia a provar, mas esse é somente o meu primeiro ano aqui! No mais HCM é uma cidade super cosmopolita e aqui você encontra uma infinidade de diferentes restaurantes, onde pode-se provar comida de diversas partes do mundo, e tudo a preços incrivelmente baixos. Para se ter uma idéia, dá para fazer uma ótima refeição por USD 10 por pessoa, não em um restaurante de um bom hotel, mas nos vários espalhados pelas ruas, é claro!
Se quiser se aprofundar na culinária vietnamita, é só participar de uma das muitas aulas de culinária oferecida pelos restaurantes locais, com direito a uma visita ao mercado logo cedo para a compra dos produtos, seguido da aula com chef e no final, a degustação dos pratos. Se o viajante for explorar outras regiões do Vietnã, pode até fazer essa aula depois de ir ao mercado flutuante, que existe em alguns trechos do rio Saigon ou no delta do Mekong, realmente uma aventura e tanto!
O Vietnã possui duas estações climáticas principais, inverno e verão, porém como no nordeste do Brasil, o inverno (novembro a março) não é verdadeiramente frio. As temperaturas variam ente 25 a 30 graus Celsius, e no verão (de maio a outubro) as temperaturas sobem um pouco mais, chegando a até 38 graus, mas a maior característica dessa estação são as chuvas no fim do dia. Normalmente chove muito forte todas as tarde entre 4h e 5h por aproximadamente 1 hora. Então se você estiver visitando o país nesse período, tome o cuidado de fazer a programação antes da chuva, ou depois da chuva!
A maior celebração do país acontece durante o ano novo, não em 01 de Janeiro, já que eles seguem o calendário Chinês, mas em Fevereiro, quando se comemora o ano novo Lunar, e a cidade toda se enfeita de flores, cores e luzes, um lindo espetáculo de tradição e simbologia, 2010 é o ano do Tigre, um ano forte e propício a bons negócios! O visitante que quer aproveitar essa época para conhecer o país, deve fazer reservas com no mínimo três meses de antecedência!
Além de Ho Chi Minh City, o Vietnã também tem lindas praias, como Mui Ne, Phan Thiet, Dannag, Vung Thau, Hga Trang, a capital Hanoi, com muita beleza e história, Halong Bay, uma baía de uma beleza inimaginável, Sapa, outro país, dentro do País, Phu Quoc, um ilha paradisíaca, Hue e Hoi Anh, cidades históricas, a última considerada patrimônio da humanidade, além de fazer fronteira com o Camboja, Laos e China, está a poucas horas da Tailândia, Malásia, Cingapura, Indonésia… Enfim, a Ásia é muito mais que somente China e Japão, e vale muito a pena ser descoberta!