ENTREVISTA: CAIO VEGATTI AL MARE

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Caio Vegatti nem sempre esteve conectado diretamente com o meio artístico. Pelo contrário, até seus 21 anos fazia bacharel no curso de Engenharia de Produção. Natural do Rio de Janeiro foi ainda na escola, que pela primeira vez sua professora de Literatura perguntou se ele já fazia teatro percebendo os tipos de brincadeiras e criatividade em sala de aula que fazia. Com o passar do tempo foi se identificando com a arte de interpretar se aprofundou nos cursos mais clássicos do Rio. Com passagem em Casa de Cultura Laura Alvim, CAL, entre outros, fez sua primeira peça em 2018 denominada “Homens de Papel”. Se aventurou, inclusive, em peças de improviso que depois o levaram a experimentar o Stand-Up, fazendo jus ao “início” de tudo com suas brincadeiras que começaram dentro de sala de aula. Foi em 2019 que fez sua primeira participação na televisão na novela “Topíssima” (Record). E em 2021, atuou ao lado de Drica Moraes na série “Sob Pressão” (Globo) e também interpretou Onã, em Genesis (Record TV). Atualmente está na novela das 19h da TV Globo “Família é tudo”, onde interpreta o personagem Max. Jovem skatista de temperamento forte será rival de um dos protagonistas da novela. O skate, esporte radical praticado na adolescência e também presente na trama novela, voltou graças ao seu personagem “Max”, ser um hobby não só na ficção, como na vida real.

Como surgiu a oportunidade de participar de Família é Tudo? Como foi a fase de testes? Eu tive uma oportunidade ao ser chamado pelo produtor de elenco da Rede Globo, o Guilherme Gobbi. A gente não tinha se conhecido pessoalmente até o dia do teste. Normalmente a gente decora um texto alguns dias antes e no dia interpreta. No meu caso estava o Diretor Geral Artístico da novela, Fred Mayrink e o Guilherme Gobbi. Depois de um tempo considerável eu recebi o telefone do Gui, lembro que estava indo assistir o lançamento de um filme no Shopping Leblon e fiquei extremamente contente com a notícia.

Como é interpretar um personagem de índole duvidosa? Artisticamente falando é sempre um desafio interpretar personalidades diferentes da sua. Acaba que a gente se diverte, se testa e é necessário ter um vilão pra haver um mocinho, não é? Por outro lado a gente acaba sendo julgado pelo público o tempo inteiro e eu entendo. Mas a gente tem que cumprir o que o roteiro pede (risos). Tem cenas que eu leio e penso, “Não acredito que o Max (personagem) vai falar isso. Mas faz parte. A gente não deve julgar o personagem que o autor pensou pra dar contexto aquela trama.

A carreira artística sempre foi seu desejo profissional? Ou chegou a ter outros sonhos de carreira? Não, não foi. Na verdade eu nunca tive um sonho profissional até começar a estudar interpretação. Eu simplesmente vinha fazendo o caminho normal das coisas: escola, estágio, faculdade… E isso me incomodava de certa forma, pois quando jovem um garoto muito empolgado e criativo com aquilo que fazia. Eu era aquela criança que gostava de inventar histórias em sala de aula, prender a atenção dos meus amigos, imitar professor, mas não tinha nenhum pensamento que isso pudesse ser algo conectado ao meio artístico de alguma forma. Eu não tinha nenhuma referência dentro da minha família que me fizesse cogitar tentar ser ator. Pelo contrário, minha família é grande e todo mundo se conecta e acaba palpitando um pouco na vida de cada um (risos). Então chegando ali na época do vestibular eu acabei indo por um caminho que fosse de agrado aos meus pais e eu também não enxergava outro caminho. Foi através da influência de amigos que eu dei uma chance ao teatro lá em 2016. Na época eu cursava engenharia de produção e eu me questionei muito ao dar essa chance. Não conseguia admitir que pudesse ser uma possibilidade até descobrir que o que eu fazia na vida, eu podia canalizar pra uma área artística.

Sua família te apoiou na decisão de ser ator? No começo ficaram receosos e eu entendo a preocupação, de verdade. Vivemos num país onde as coisas são muito difíceis, não existem muitas oportunidades e poucas pessoas valorizam a arte num geral. Quando eles perceberam que eu estava de fato me dedicando e correndo atrás sozinho, de certa forma me questionaram. Algumas boas vezes. Acabou que essa etapa foi meu maior teste, pra saber se eu ia mesmo resistir e continuar na busca de algo que ninguém me mostrou nem como começa ou largar de mão. Eu tenho certeza que eu fui meu maior motivador senão eu teria desistido. No final as coisas foram dando certo. Cada trabalho é uma etapa diferente e com isso a gente vai aprendendo mais e mais.

Seu personagem faz parte do núcleo do skate. O esporte já fazia parte da sua vida? Quais atividades físicas costuma praticar? Eu já tinha uma experiência com o esporte, pois na minha adolescência eu já andava, porém estava há 8 anos parado. Fazer esse papel do personagem me fez recordar a paixão pelo esporte e com o tempo a gente vai voltando a ter intimidade aquela intimidade com a pratica. Eu sou muito ligado a esporte, isso desde pequeno. Hoje em dia o que eu mais pratico além do skate tem sido o Tênis, esporte que comecei a praticar porque a pelada (futebol) que eu jogava tinha acabado por falta de quórum e eu fiquei completamente obcecado por jogar tênis (risos).

Longe do trabalho, como ocupa seu tempo livre? Gosta das baladas ou considera-se mais caseiro? Se essa pergunta tivesse sido feita há uns quatro anos atrás eu diria que era uma cara mais noturno apesar de ter hábitos diurnos, também. Mas até um pouquinho antes da pandemia eu já vinha selecionando pra onde eu iria sair e deixar de aproveitar o dia seguinte por ter dormido tarde, enfim. Hoje sou bem caseiro. Procuro fazer meus compromissos quando não tenho gravação e depois ir à academia ou qualquer outra atividade física que procuro como hobby. 

Está namorando, à procura ou na pista? Estou namorando (risos). Minha namorada acabou entrando na mesma novela que eu e com uma personagem vilã, também. Eu namoro a Juhlia Ficer e ela interpreta a personagem “Ana” na novela. Nós nos conhecemos também em um trabalho que fizemos lá em São Paulo e desde então estamos juntos.

Como gostaria de se ver nos próximos dez anos? (profissional e pessoal) Tenho um sonho de fazer cada vez mais cinema. A sétima arte com certeza é uma das que mais me encanta então com certeza tenho a ambição de participar cada vez mais desse processo. Pessoalmente espero já ter uma família. Tenho o sonho de ser pai, pode passar algumas das minhas experiências, valores, princípios, poder levar ele no Maracanã. Sempre tive meus pais presentes na minha vida e tenho muito orgulho deles, de como me criaram e da visão de vida que me passaram. Então algum dia quero estar nesse papel.

Fotos Marcio Farias

Styling Samantha Szczerb

Agradecimentos OTT