ENTREVISTA: Rafael Cardoso, trilhando sucessos e aprendendo com as histórias de seus personagens‏

Recentemente o ator Rafael Cardoso encerrou mais uma jornada na TV com o fim da novela “A Vida da Gente”. Mas não foi apenas mais um trabalho, mais uma novela, nela Rafael era o protagonista de uma bela história de amor e suas vertentes. Mas quem pensa que Rafael vem de uma longa trajetória na TV está enganado. Para se ter idéia, essa foi sua terceira novela na Globo. Porém o talento e a sensibilidade com a qual Rafael encara seus personagens, polêmicos ou não, é tão superior ao tempo de carreira que deixa tudo muito relativo. Tempos atrás ele já tinha mostrado à que veio também no cinema com sua estréia na pele de um personagem polêmico em “Do Começo ao Fim”, onde vivia uma história de amor com o próprio irmão. Casado e cheio de projetos, Rafael segue sua jornada artística sempre aprendendo um pouco com seus personagens e com as histórias que eles contam. Será assim com o futuro Júlio Bozano, do seu novo longa “Senhores da Guerra”, que em breve deverá encerrar as filmagens. Entre um personagem e outro, um trabalho e outro Rafa (como é conhecido pelos amigos, e nós já nos consideramos assim), respondeu às nossas perguntas para conhecermos um pouco mais desse promissor ator.

Sua estréia na TV veio por participações na TV RBS, da sua terra o Rio Grande do Sul. Como foi esse início? Este inicio se deu no “historias curtas” da RBS TV. Depois cheguei ao Rio de Janeiro para estudar, e após o termino deste curso voltei a Porto Alegre para fazer uma outra serie, “Pé na Porta”. Gosto muito de trabalhar no sul. Lá consigo aliar trabalho e família.
Mesmo com poucas, mas expressivas, participações na TV logo você conquistou um lugar de destaque dentre uma nova geração de atores da TV Globo. À que você atribui isso? Acredito que nunca é uma coisa só, em nada na vida. Então fica difícil atribuir a alguma coisa especifica ou dizer um porque. Acho que existe um “movimento” para que as coisas aconteçam. Venho buscando e trabalhando em cima de meus projetos desde que decidi que iria viver da arte, e as oportunidades vem aparecendo. E que assim siga. Deixando de lado a etimologia da mesma, acho “trabalho” uma boa palavra.Seus personagens Eduardo (de Cinquentinha), Thomas (do filme Do Começo ao Fim) e Rodrigo (de A Vida da Gente) trazem três forma diferentes de amor em suas histórias. Você consegue enxergar nesses três personagens tão distintos alguma ligação ou semelhança? Acho que a pergunta já tem a resposta. O amor. Os três personagens em algum momento de suas vidas tomaram como fio condutor da vida, o amor.

De alguma forma esses personagens te ensinaram algo que você não tinha vivido ainda? Acredito que todo personagem faz você se conhecer um pouco mais. E os três chegaram com boas reflexões.
Você acredita que se possa amar uma só pessoa por toda a vida? Ou o tempo vai mudando esse amor? Eu acho que na vida são tantos amores. Acho que seria hipocrisia falar que isso é possível. Acho que você acaba amando outras pessoas, nem que seja de formas diferentes.Casar cedo cria um escudo contra o assédio das fãs? Nunca vi desta maneira. O assédio faz parte do trabalho.

 

Como foi fazer um personagem tão denso como Thomas, do filme “Do Começo ao Fim”, que tem um relacionamento incestuoso e homossexual com o meio-irmão? Foi um personagem com muitos conflitos, e uma historia que abria espaço para uma boa reflexão. É sempre bom fazer pensar, e acredito que esta foi uma obra que cumpriu este papel.Profissionalmente, quais foram as pessoas mais importante de sua vida? Quem é sua referência artística? Tenho varias pessoas importantes nesta curta estrada. Não vou nem citar nomes para não esquecer ninguém, mas aprendo um pouco todo dia, com todos que trabalho ou que vejo trabalhar. É uma constante troca.

Assumir um protagonista dá frio na barriga? Em um primeiro momento sim. Mas depois que você entende e se situa, aí é que o jogo começa.

 

Seu próximo longa será Senhores da Guerra, como foi participar desse filme? O que podemos esperar por ele? Estou retornando agora ao Sul para terminar este projeto. É uma bela história baseada na obra de José Antônio Severo (livro Os Senhores da Guerra), um épico histórico regional que retrata a revolução de 1923 e 1924 onde vivo o personagem Julio Bozano. Uma das maiores produções do cinema gaúcho até hoje. Pretendemos contar mais um pedaço da historia do Brasil, que é tão rica e que se conhece tão pouco. Acaba que pelo cinema, conhecemos mais a história de outras nações do que a nossa.
Você é um cara vaidoso? Até onde vai a sua vaidade? Eu cuido da saúde. Acho que ser um pouco vaidoso é saudável. Penso que não deve virar prioridade.
Faz o tipo atleta saudável ou é rato de academia? Como cuida do corpo?Estou mais pra atleta acredito. Jogo futebol, dou uma surfada sempre que possível, corro à pé e de Kart e também vou a academia dar uma malhada. Divido o tempo livre entre estudos e exercícios. Gosto de usar bem o tempo.E como cuida da alma e da mente? Você é adepto da “beleza interior”? Com certeza. Tudo começa pela comida. Penso que somos o que comemos, não só em termos de aparência, mas também de atitude e pensamento. Uma alimentação saudável ajuda a ter uma mente saudável. Boas leituras e um tempo consigo também me ajudam.

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