ESTRELA: CAROL OLIVEIRA – DO EMMY, AO SUCESSO NO CINEMA E NA TV

A personagem Maria, da série “Hoje é Dia de Maria”, de 2005, marcou a carreira de Carol Oliveira de uma vez. Tanto que ainda hoje, aos 25 anos, ela ainda é reconhecida e lembrada do grande público por conta da pequena Maria. O sucesso da série levou Carol ao Emmy, prêmio maior da TV internacional. A carreira de Carol começou naquele instante, aos 10 anos, e não parou mais. Foram diversas novelas, séries e filmes até hoje. Inclusive alguns trabalhos no exterior falando inglês e espanhol. Falando nisso, em breve Carol estará de volta à TV na novela “Gênesis” e nas telas de cinema. Enquanto isso, ela segue nesse isolamento social aperfeiçoando o estudo o espanhol e devorando livros. Pelas fotos dessa matéria você verá que Carol mudou muito desde Maria. 

Carol, você cresceu aos olhos do público diante da TV. Em algum momento isso te incomodou? E o que ficou de positivo nisso? Isso nunca me incomodou. Acho que porque é a realidade que eu conheço, minha vida sempre foi assim e como na época em que eu cresci as redes sociais não eram tão presentes, minha vida pessoal sempre foi muito resguardada, não tinha um monte de gente dando opinião o tempo todo, então cresci tranquila e com espaço pra me descobrir enquanto pessoa e atriz.

Quem vê você nesse ensaio toda mulherão em nada remete aquela Carol menina. Como você se vê? Onde você enxerga a real Carolina? O que acontece nesse caso é que como “Hoje é dia de Maria” é ainda muito presente na memória das pessoas. Elas se esquecem que já se passaram 15 anos, então não faz sentido essa comparação com a “Carol menina”. Não tem essa de “real Carolina”. Todas existem dentro de mim, tem a Carol artista, tem a Carol empresária, Carol mulher, Carol mãe, Carol filha, Carol dona de casa e cada uma tem seu momento e seu espaço… Não tem como ser uma coisa só o tempo todo.

Vira e mexe “Hoje é Dia de Maria” vem à tona com você. Tanto que te levou a concorrer ao EMMY como a primeira atriz brasileira. Esperava por tudo isso? Jamais. Naquela época eu nem sabia o que era o Emmy, não entendia a dimensão da série então com certeza não esperava por tudo isso, (risos), eu era só uma criança que estava muito feliz fazendo uma coisa que descobriu que ama. É um privilégio ter sido a primeira atriz a representar nosso país no maior prêmio televisivo mundial.

De certa forma essa fama de Maria te atrapalhou em algum momento? Do tipo “deixe Maria para trás, eu cresci e fiz outras coisas”? (risos) De forma alguma. Por mais que a imagem de Maria seja muito forte as pessoas sabem que eu fiz outras coisas, consegui estar em outros projetos também muito relevantes e dos quais eu tenho tanto orgulho quanto da Maria e sempre vou ficar feliz quando me reconhecerem por qualquer um deles, não importa quanto tempo passe. Acho que na verdade quanto mais o tempo passa mais eu acho incrível que ainda se lembrem de uma coisa que eu fiz há 15 anos, é emocionante saber que consegui tocar alguém desse jeito.

Falando de trabalhos atuais, você recentemente estreou em “Vítimas Digitais”, no GNT, como foi participar desse projeto? Que importância teve para você como atriz e mulher? Foi uma experiência incrível porque era um estilo de série que eu não tinha feito ainda, com essa pegada documental bem natural e realista. Estávamos falando de um assunto sério e havia uma mensagem muito clara e importante a ser passada com a série e o diretor, João Jardim, conseguiu conduzir isso de uma forma muito bonita. Pra mim como mulher poder falar sobre a pornografia de vingança e mostrar com essas histórias que as mulheres mesmo sendo as vítimas ainda hoje em 2020 são mais prejudicadas do que os homens que cometeram o crime mesmo que eles sejam condenados, tem um peso enorme. É hora de entender que a mulher é dona do próprio corpo e pode fazer o que quiser com ele sem ser julgada. Fora isso, nosso set de filmagens era predominantemente feminino e isso foi lindo de ver.

Pelo jeito em matéria de trabalho você não tem parado. Filmes para o cinema e até séries em inglês e espanhol. Como é atuar falando outra língua? Acho que essa é a mágica da arte, o poder de tocar as pessoas independente de que língua estamos falando. Uma vez que eu fiquei fluente nos outros idiomas é igual como atuar em português… Claro que tem diferenças como trejeitos e prosódias que vêm com a língua mas a essência é a mesma, é tudo arte.

Como foi participar desses projetos internacionais? Uma experiência muito enriquecedora tanto profissionalmente como pessoalmente. Eu gosto muito de conhecer pessoas e culturas então cada oportunidade que eu tenho aproveito o máximo. Fora que é incrível ter meu trabalho reconhecido também fora de casa.

Ano passado teve estreia no cinema e esse ano pelo jeito também com “Eu, Nirvana” e “Se o Dia Começasse Agora”? Curte fazer cinema? O que vem por aí nesses projetos? Eu amo fazer cinema, gosto muito de fazer novela também mas acho que é no cinema onde eu me sinto mais inteira, mais dona das minhas personagens. Tenho esses dois longas a serem lançados e eu estava conversando sobre alguns outros projetos também pra esse ano, mas agora com a crise da pandemia não sabemos ainda como e nem quando vai acontecer, temos que ter paciência nesse momento mas estou muito animada pra voltar com tudo assim que for possível.

E em breve você volta para a TV na novela “Gênesis”, e ano passado fez “Jezabel”. Como será seu novo papel e como tem se preparado? Assim como em “Jezabel”, a minha personagem em “Gênesis” é só uma participação em 3 ou 4 capítulos que foram gravados antes da pandemia. O pessoal pergunta muito por que eu não faço mais novelas, e eu faço, só que nesses últimos tempos eu só aceitei papéis que não durassem a novela toda justamente por causa de outros compromissos com séries e cinema. Não posso falar muito mas Kira é filha de Adão e Eva, uma mulher forte que tem algo a dizer. As cenas foram todas gravadas em cenários absurdamente lindos e com um cuidado digno de cinema, estou ansiosa pela estreia.

Como foi esse start de dar esse tempo para se dedicar a outras ferramentas como atriz, como séries e cinema? Eu sempre fui muito curiosa e como boa sagitariana sempre gostei de mudanças então acho que foi um processo natural, eu queria e ainda quero conhecer outras coisas e ter experiências diferentes.

Como atriz o que te desafia mais? Fazer papéis que sejam tão diferentes de mim, mas essa também é a maior graça.

Além de atriz você também canta. Como tem sido usar mais essa ferramenta na hora de atuar? O canto é presente na minha vida desde a época do “Hoje é Dia de Maria”. Só que por conta de estar sempre trabalhando muito eu não conseguia fazer aulas com muita frequência. Mas a música sempre fez parte de mim, também toco um pouco de violão, piano e ukelele e poder usar isso nos meus trabalhos como atriz é muito divertido. Sempre fico muito feliz quando tenho que cantar pra alguma personagem, fazer teatro musical foi outra experiência que eu amei e com certeza quero repetir.

O que ainda sonha interpretar? Ahhh, muita coisa. Quero contar histórias pra cada vez mais pessoas e que as façam pensar e sentir.

Nesse momento de isolamento social como tem ocupado o tempo? Aprendeu algo novo? Tenho lido muito, só esse ano foram 11 livros. Estou aperfeiçoando meu espanhol e fazendo alguns cursos livres online sobre política, comércio exterior e etc. São áreas que sempre me interessaram mas que ainda não tinha parado pra estudar.

O que você não vê a hora de puder fazer quando passar esse isolamento? Eu sempre fui uma pessoa muito caseira então acho que o estresse do isolamento demorou um pouco pra pegar em mim, mas sinto muita falta de poder ir à praia, de encontrar meus amigos e família, de praticar yoga no estúdio… Mas acho que o que mais sinto falta é de trabalhar.

Tem se dedicado mais a vida virtual com redes sociais e projetos direcionados para internet? Não muito na verdade. É uma coisa que eu quero fazer mais mas acabei ficando tão focada com a minha mudança (pois é, tive que me mudar no meio da pandemia e foi bem difícil fazer isso sozinha com meu namorado mas deu tudo certo) e com as minhas leituras que acabei passando por um tempo sem saber muito bem o que compartilhar, mas agora que já está tudo tranquilo de novo eu quero pensar em algum projeto pra conduzir por lá sim!

Você está bem sexy neste ensaio. Se vê assim? Eu acho que não tem como passar em uma foto ou em um vídeo uma coisa na qual eu não acredito, então sim, me vejo sexy assim como me vejo também de várias outras formas.

O que te conquista? Além de bom humor e parceria, me conquista uma pessoa que tenha propósitos na vida.

Um programa (acompanhada) perfeito seria… Essa acho que é uma resposta que muda de tempos em tempos mas acho que na realidade de hoje o programa perfeito seja assistir à um filme na sala de casa com o Juan (Inácio), um bom vinho e claro uma boa comida.