ESTRELA: JULIANNE TREVISOL, ARREBATADORA!

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Nossa estrela aí da capa, Julianne Trevisol, começou sua trajetória como bailarina, passou pelo teatro e foi aos poucos rompendo barreiras e conseguindo conquistar seu merecido espaço no audiovisual. Aos poucos ela migrou para a TV onde começou trabalhando para o público infanto-juvenil, em Floribella e aos poucos foi se jogando em papéis cada vez mais diversos. “Minha trajetória nunca foi fácil. Então, independentemente do gênero, da emissora ou do papel, meu comprometimento sempre foi estar inteira e fazer de cada pequena oportunidade o melhor possível”, comentou ela ao longo desta entrevista exclusiva para a MENSCH. E cá está Julianne, camaleônica e cheia de projetos dentro e fora da TV.

Julianne, muita gente não lembra (ou não sabe), mas você apareceu na TV pela primeira vez como bailarina no Domingão do Faustão. De lá pra cá, muita coisa aconteceu e sua vida mudou totalmente. O que mais lhe marcou nesse processo até aqui? O trabalho como bailarina foi um dos meus primeiros empregos – eu tinha 16 anos e o salário que era pouco na época, era o bastante pra eu conseguir pagar minha faculdade de teatro. Ali, aprendi muito sobre disciplina e sobre os bastidores da TV, principalmente com o Sylvio Lemgruber, nosso coreógrafo porque além dali, tínhamos uma companhia de dança e teatro e fazíamos peças musicais e shows. Mas não foi tão fácil migrar para a carreira de atriz. Estamos falando de um tempo onde a mentalidade era mais limitada e ser bailarina em um programa de TV não era bem visto pela turma da dramaturgia. Precisei sair e reinventar minha carreira. Mergulhei no teatro e, só quase dois anos depois, mais amadurecida e encontrada com meus objetivos, voltei ao mercado e tive oportunidade de fazer testes e atuar na TV. 

Você sempre foi uma atriz eclética. Passou por papéis humorísticos, comédia romântica como em Totalmente Demais, ficção como Mutantes, até tramas bíblicas como Gênesis e Reis e um drama espírita como o filme Nosso Lar 2.  Tem algo que faltou fazer? O que? E em algum estilo você se sente mais confortável? Eu venho do teatro, amo papéis de composição e mudo radicalmente de uma personagem para outra. Gosto quando as pessoas nem sabem que a atriz de Mutantes é a mesma de TD+ ou a ruiva de Reis, por exemplo. Minha trajetória nunca foi fácil. Então, independentemente do gênero, da emissora ou do papel, meu comprometimento sempre foi estar inteira e fazer de cada pequena oportunidade o melhor possível. E é aí que entra o estudo. Estudei artes cênicas e danças a minha vida inteira. Tenho duas formações e pós-graduação e acho que passei por quase todos os cursos do Rio, onde vivia. Isso foi fundamental pra me dar repertório para cada trabalho. Tenho muito carinho por cada um deles, mas curiosamente , sinto que ainda não fiz o “papel da minha vida”. Talvez, agora mais madura, mais mulher. Tudo tem seu tempo. Tem muitas coisas que ainda desejo fazer. Eu, particularmente, gosto mais de drama, de profundidade, de uma dramaturgia recheada de conflitos como uma boa canceriana (risos). Hoje, para fazer o papel dos sonhos, o artista tem que se produzir. Estou  na busca desse entendimento e pesquisando sobre o que eu realmente quero falar neste momento da vida. 

Em alguns trabalhos percebe-se uma veia cômica e um jeito nonsense de fazer humor. Isso é notório para você? Não (risos). Acho que cada público, de cada trabalho tem um recorte diferente da Ju. Uns me acham muito misteriosa, outros me percebem mais doce, outros como uma boa vilã, mas a comédia é algo sutil, não sei fazer graça, contar piadas boas ou fazer um stand-up. Então, encontro o humor na situação, no texto, no contexto, e me divirto com isso. 

O que lhe inspira? O que gosta de assistir? Aliás, você se assiste? A arte, no geral, me inspira. Estar no palco, a dança, a música… um bom livro.  Eu sou muito auto-crítica. Então, eu me assisto. Mas,  raramente, gosto de tudo. Sempre penso que poderia ter feito algo melhor. Isso é bom porque sigo querendo aprender mais porque tenho que vigiar para não diminuir o valor da minha trajetória – ser mais carinhosa e menos severa comigo mesma. 

Você parece ser leve e de bem com a vida. É isso mesmo? Acho que sim. Fui ficando mais leve com a idade. A virada dos 40 anos me trouxe novas reflexões e calmaria. Quando se é jovem e se tem muitas responsabilidades cedo, a gente acha que precisa ser mais sério pra passar credibilidade. Mas, o tempo vai levando tanta coisa e trazendo outras… até que a gente aprende a entregar, confiar, respirar mais e a não ter que provar nada pra ninguém. Isso naturalmente deixa a vida mais leve. 

O que lhe tira do sério e o que coloca um sorriso no rosto?  Injustiça me deixa louca. E gente prepotente. Não tenho paciência. Já o sorriso, é fácil. Não  preciso de muito pra me sentir feliz… Estar rodeada das pessoas que amo, minha família por exemplo, me sentir amada. Crianças me fazem sorrir, amo criança. 

Seu trabalho mais recente é Luz,  uma telenovela infanto-juvenil, produzida pela Netflix. Como foi participar desse projeto e para esse público? Eu comecei na TV com a Floribella para um público infanto-juvenil e ,de alguma forma, em vários trabalhos tive este público comigo. Então, foi uma delícia estar nesse projeto, já m pouco mais velha, no elenco adulto e não mais no jovem. A série é linda, bem feita e foi um sucesso em vários países. As gravações eram leves e muito divertidas com as crianças. 

O streaming tem trazido diversas possibilidades para a TV fechada. Como você vê esse momento no audiovisual? Acho bom. Houve um crescimento rápido desses projetos no início, mas sinto que agora está desacelerando. É tudo muito novo. Então,  estamos observando, aprendendo como funciona e como nos posicionar no novo mercado. Mas mudanças são sempre bem vindas, nos tira da zona de conforto, nos provoca de alguma forma e o artista como um ser questionador por natureza, tem que estar ciente de sua profissão como um ofício, para além do glamour que as grandes emissoras proporcionam no pacote. O importante é fazer bons projetos seja na TV aberta, fechada, no cinema… Espero que o mercado esteja cada vez mais aquecido pra isso. 

Quando quer relaxar o que procura? Onde recarrega as baterias? Na natureza. Sempre! Fujo constantemente para o mato, coloco os pés na terra, medito por horas a fio em uma pedra e cozinho calmamente, sentindo o cheiro, o sabor das coisas… a culinária afetiva me faz um bem enorme. 

Quais os planos a curto e longo prazos? Ter metas, mas sem criar tantas expectativas, aprender a viver mais no presente com menos preocupação. Seguir estudando, vou começar uma nova pós-graduação, trabalhando e buscando os melhores caminhos pra isso. Quero fazer teatro em breve. Viajar também. Ir à França, praticar meu francês. Passar um tempo na natureza. Colocar em dia alguns livros. Começar novos projetos em geral. Tenho produzido vídeos de gastronomia com meu amigo nas redes sociais @leoejucozinhando. Temos planos para essa dupla. E, a longo prazo, tenho vontade de ter novamente um negócio próprio e desejo ser mãe e construir minha própria família. 

Para conquistar Julianne basta… ser leal e de verdade.

Foto @guilhermelima

Video @felicostta

Beauty @bru__beauty

Stylist @thiagoganndra 

Prod exec @anameliacaserta_

Locação @julietarestaurante @julietadeserpa