Leve, sorridente e com a beleza em dia, natural. Isso você vai perceber ao longo desta matéria com a atriz Yana Sardenberg que está completando 20 anos de carreira. Isso mesmo, 20 anos! Caso você não tenha se ligado, ela quando criança era uma das entrevistadoras do programa “Gente Inocente” (Globo). De lá pra cá muita coisa aconteceu, Yana virou esta linda mulher e atualmente em sua primeira novela bíblica, “Gênesis”. Mas outro grande destaque na sua carreira atualmente é sua participação em uma das mais novas produções da Netflix, que vai dar o que falar no início de 2022. Até lá, Yana vai se curtindo, curtindo um belo pôr do sol com suas amigas e exercitando a mente com livros e filmes.
Pouca gente deve lembrar, mas você surgiu na TV como uma das crianças entrevistadoras do programa Gente Inocente da Rede Globo. Que lembranças guarda dessa época? Como foi estrear na TV já como entrevistadora? O ‘Gente Inocente’ foi um grande desafio enquanto atriz mirim. Eu tive ajuda da maravilhosa Leila Mendes fonoaudióloga, porque cada programa eu dava vida a uma atriz de uma certa época, então estava sempre caracterizada e com sotaque. Era super trabalhoso e minucioso todo o trabalho, mas dava certo.
Depois de participar de programas focados para o público infanto-juvenil como Floribella, TV Globinho e Malhação, você seguiu para um público mais adulto. Como foi essa mudança? O público cresceu junto comigo. A maioria dos que estão vieram do início da minha trajetória e isso é muito lindo. Criei laços com certos fãs que hoje são meus amigos. E a cada trabalho novo surgem novas pessoas. É uma relação interessante.
Como foi participar de As Five? Reviveu um pouco os tempos de Malhação? A Jeniffer surgiu enquanto estava morando em São Paulo e foi uma surpresa. Nunca tinha experimentado fazer uma “camgirl”. Entrei em outro universo onde tive que estudar a vida dessas meninas e a profissão. Elas faturam bastante dinheiro e muitas agem como psicólogas dos clientes. Dando conselhos, ouvindo. Foi bem diferente de malhação.
Na sequência veio Carol, personagem de “De Volta aos 15” na Netflix. Como foi voltar aos 15? Foi um mergulho de cabeça. Estar com parte do elenco jovem nas gravações foi bastante significativo para o processo. Eu e Klara castanho trocamos muitas conversas na preparação não só para termos essa semelhança entre nós, mas também para dividirmos nossas experiências pessoais. A minha Carol é aos 30, mas só porque ela viveu tudo aquilo aos 15.
E conciliar essa personagem com a novela? Sempre é um desafio imenso. Mas nós, atores, estamos sempre em busca. Só posso agradecer por tudo estar dando certo e virem duas personagens tão distintas e de universos diferentes.
Seu mais recente trabalho foi em “Gênesis”, como está sendo a experiência? Ainda estou filmando. Reta final. Não sei explicar em palavras a experiência que está sendo. Nunca fiz novela bíblica e eu fico arrepiada em todas as cenas. Poder contar a história de José é um marco pra mim. Fora que a Herit é uma mulher à frente do tempo, corajosa, amante da vida e verdadeira em tudo que faz. Não podia ser um presente melhor.
E como é comemorar 20 anos de carreira? Existe esse peso pra você? É, vinte anos realmente é muito tempo… (risos) Vinte anos de estrada. Mas devo tudo isso à minha família, profissionais que me ajudaram, amigos também que mantiveram firme no meu propósito. Apesar de eu ter começado muito criança, as coisas foram clareando ao longo do tempo e hoje eu me sinto… Não sei se tem peso, acho que tem leveza. (risos). Consigo olhar pra trás e entender toda minha trajetória, tudo que eu aprendi, todas as minhas quedas, e agora estou colhendo de uma forma muito incrível. Com dois trabalhos grandiosos em um momento tão delicado que é essa pandemia, e eu tenho muito a agradecer por esse momento na minha carreira. Sobre essa novela, com uma personagem super à frente do tempo, contemporânea dentro de uma história bíblica, uma raridade… Contar essa história de amor, mas com tantas confusões. Mas Além disso eles passam por muita coisa e que é muito real, né? Mas nesse momento, de novo, estar em dois trabalhos tão importantes na minha carreira, é de se agradecer, sim.
Como foi conciliar dois projetos tão importantes ao mesmo tempo: uma novela e uma série? Eu tenho muito a agradecer por esse momento na minha carreira. Estou fazendo duas personagens totalmente diferentes. Mas conseguimos conciliar da melhor forma.
E estar como uma das estrelas desse projeto tão grandioso da Netflix? Ah, foi uma delícia. É uma delícia estar com tanta gente jovem, cheia de sangue nos olhos, unidas, querendo fazer história. A gente aprende um com os outros e com esses jovens que tem muito pra dizer. E ao mesmo tempo estar com a Camila (Queiroz), eu nunca tinha contracenado com ela, com a Mariana (Rios), foi uma troca muito gostosa, fora que estar que estar na Netflix é uma sensação que eu nem sei explicar como é (risos). É uma plataforma que eu sempre olhei e me imaginei lá. Estou doida pra chegar e assistir!
Qual o seu limite nesse mundo digital? O que da vida real vai ou não para o digital? Muitas coisas não vão. Eu gosto de dividir o meu dia a dia de exercício, alimentação, filosofia (faço pós em psicologia) e algumas provocações. Acho interessante a ideia de sermos veículos e espelho para o mundo digital, mas também precisamos pontuar que somos humanos. Temos falhas e erramos.
O quanto é cuidadosa da beleza e o quanto é entregue às ações naturais do tempo sem qualquer nóia? Eu tenho aprendido com o tempo a me desprender aos poucos a dar “super” vaidade que existia em mim. O áudio visual te exige uma estética que não cabe mais hoje. Quando adolescente, já sofri muito por não estar no corpo ideal para viver certos papéis. E hoje eu me questiono: que corpo ideal? O perfeito não existe. O melhor corpo é o nosso que temos. Eu me cuido, me alimento bem, faço bastante exercício, mas tenho buscado ao máximo não deixar que isso fique a frente de nada.
Onde está a real beleza? E como você a vê em você? A beleza real existe na verdade. Na integridade de alguém. Eu sou muito justa comigo e com todos que me rodeiam. Não é só sobre ser verdadeiro, mas ser de verdade. Assumir a sua própria verdade é assumir a sua verdadeira beleza. Isso passa pela autoestima, pela coragem das atitudes, e pela essência de cada uma.
Deixando a beleza de lado, onde e como exercita a mente e a alma? De que você se “alimenta” neste sentido? Nos livros e filmes. É onde busco quase, ou todas as respostas.
Atualmente está namorando, casada, de paquera…? O que te atrai para justificar o status de solteira? Solteira. Estou em uma fase me conhecendo como nunca. Namorei bastante e namoros longos, aprendi muito, mas tá sendo diferente agora. Solteira não quer dizer sozinha, mas sim em processo sobre o que eu quero pra mim.
Na hora de relaxar, o que curte? Se eu puder viajar, eu irei com certeza. Senão eu gosto de andar de bike, encontrar minhas amigas, ficar com meus bichos, dar um mergulho na praia e vê o pôr do sol.
Qual é o seu maior pecado? A que não resiste? Acho que não tenho.
O que te deixa com um sorriso no rosto? E o que tira seu humor? Com certeza a caridade. Poder ajudar alguém ou presenciar esse momento, me transforma. Não conseguir dormir me tira do sério. Eu não rendo nada no dia seguinte, fico mal humorada, irritada. Um horror. (risos)
Planos pra 2022? Consegue traçar algo ou “deixa a vida me levar”? Muitas novidades para o novo ano, sim, mas sou muito grata por estar trabalhando em duas empresas grandes, nesse. Por tantos anos de profissão, eu sempre traço meus objetivos e desejos e entrego. O que é pra ser meu, vem! Porém, a Carol, do meu primeiro projeto com a Netflix, essa parceria tão incrível, está aí, e quero muito que o público veja o resultado também.
Fotos Hugo Barbieri
Styling Samantha Szczerb
Beleza Andressa Pontes
Assessoria Felipe Carauta
Yana usou: Liebe, Silvio Cruz Atelier, Powerlook, Schutz, Passé Ateliê, Eduardo Guinle, By Segheto e Fiszpan (aplique de cabelo)