Sabe quando duas amigas se juntam e o papo flui fácil que a hora passa sem que elas percebam? Pois é, essa é a ideia que Sophia Abrahão e Mariana Molina querem passar em seu podcast “Avisa Chegando”, que estreou no YouTube no início de agosto. Amigas há 14 anos, o que não falta é assunto. Em cada episódio um tema a ser discutido de forma descontraída e informativa bem no tom das nossas queridas estrelas. Assunto também foi o que não faltou aqui nessa entrevista da MENSCH com elas. Confere aí!
Sophia e Mariana, como aconteceu essa ideia de trabalharem juntas no “Avisa Chegando”? Como surgiu a ideia?
Mari: Somos muito amigas há 14 anos, e o que mais fazemos juntas é conversar sobre as nossas vidas e as dos outros (risos), então decidimos dividir com nossos amigos e nosso público um pouco das nossas questões.
Sophia: Uma coisa que acho maravilhosa na nossa amizade é o quanto a gente se complementa. Mari e eu apesar te termos muita intimidade e nos identificarmos muito, temos também visões diferentes sobre vários temas. E a gente tem uma troca muito rica e respeitosa sobre visão de vida. A gente é aquele tipo de amiga que dá um toque, que ajuda. E como confiamos muito na opinião uma da outra, quando entramos em alguma “polêmica”, sempre saímos melhor.
Para quem não está por dentro do projeto, conta pra gente o que o público assistirá…
Mari: Eles vão se sentir como amigos com muita intimidade, no chão da nossa sala em um papo que pode até ser sério, mas com muita leveza e descontração. Eles vão nos ver gargalhando e até chorando dentro do mesmo episódio.
Sophia: Acho que a alma do projeto é a nossa sinceridade. O objetivo é esse, criar um clima confortável para debater questões bobas do dia a dia e também assuntos mais sérios. É o retrato de como a amizade funciona. Por isso acho que as pessoas estão se identificando tanto com o programa.
Falar intimidades com a melhor amiga é sempre uma delícia. Como é isso entre vocês?
Mari: Pra gente é um lugar muito seguro e confortável. Nossa amizade sempre teve muita profundidade. Claro que falamos amenidades e assuntos leves, mas por nos conhecermos muito profundamente, a confiança já é estabelecida há muitos anos. Todos os assuntos correm de forma muito fluida entre a gente.
Sophia: Acho que a gente consegue passar bem por assuntos sérios e também por banalidades. Como a vida é. Como o encontro de duas amigas que se conhecem muito é. Nem sempre você vai encontrar um amigo para falar sobre temas sérios e importantes. Ás vezes você só quer jogar conversa fora mesmo. E acho que transitamos por esses dois universos de maneira leve e bem humorada.
Quando começou essa amizade? Já tinham trabalhado juntas antes?
Mari: Quando cheguei pra fazer Malhação, conheci o Rael Barja, que em uma visita na minha casa pediu pra levar uma amiga. Essa amiga era a Sophia e a nossa conexão foi imediata e no dia seguinte já estávamos dormindo uma na casa da outra.
Sophia: Nos conhecemos através do nossa amigo Rael Barja. Nunca tínhamos trabalhado juntas antes. É o nosso primeiro projeto. Nossa amizade nunca esteve linkada a trabalho. Surgiu de uma maneira completamente espontânea e por isso acho que deu tão certo.
Ainda em “Avisa Chegando”… de onde surgiu esse nome? E qual a pretensão de vocês?
Mari: Desde sempre falamos isso quando alguma de nós está voltando pra casa. Achamos que essa frase representaria muito a ideia do programa e representa o cuidado e preocupação com o outro na maioria das relações de afeto… amigos, casais, familiares.
Sophia: É uma manifestação de amor e preocupação. Sempre que saímos uma da casa da outra temos essa atenção e cuidado. Essa frase é muito repetida entre a gente: “avisa chegando”. Acho que não tinha um nome mais apropriado para demonstrar o quanto estamos conectadas.
O que é primordial numa amizade de muitos anos e o que não pode acontecer?
Mari: Acho que o primordial é a confiança. Eu confio na Sophia de uma forma muito mais profunda. Não é sobre uma falar, criticar a outra ou apontar os erros. Mas é a certeza de que ela nunca me faria mal, a certeza de que mesmo aprovando ou não as minhas atitudes, ela estaria do meu lado. A certeza de que o nosso amor e a nossa parceria está acima de qualquer outra situação.
Sophia: É a certeza de que estamos juntas. A Mari é a irmã que eu não tive. Eu respeito muito a opinião dela e sei que ela também respeita a minha. Não tem um dia que eu não pense nela, em como ela está se sentindo, em como a vida dela está. Mesmo de longe estamos muito conectadas.. e para mim isso é a base de tudo.
Ambas convivem num universo cheio de muita superficialidade e interesses. Já sentiram isso na pele? Como lidar com essas coisas?
Mari: Acho que em todos os meios existem superficialidades, guerra de egos, interesse. Já sentimos isso na pele em inúmeras situações, mas acho que o que cabe a nós é entendermos nossos valores, nossas essências e sempre nos mantermos fiéis ao tipo de relações e posturas que acreditamos.
Sophia: Infelizmente, habitamos um universo de muita competição. Começamos cedo demais na nossa profissão e muitas vezes deixamos de estreitar laços com pessoas que seriam legais para a nossa vida justamente por isso. Me transformei demais desde que me tornei atriz. Sempre fui mais desconfiada, mais retraída.. mas a Mari me abriu todo um campo de leveza e me mostrou que é possível sim estabelecer esse tipo de confiança, mesmo nesse meio onde muitas vezes tudo pode parecer mais superficial e hostil.
Muito tem se falado sobre sororidade entre as mulheres. Acham que existe muito discurso e pouca prática?
Mari: Combater o machismo que nos estruturou como adversárias há séculos é um trabalho longo e árduo. Acho que o discurso está gigante e que a prática está acompanhando cada vez mais.
Sophia: A Mari me despertou para esse universo. Ela me deu meu primeiro livro com a temática feminista e desde então minha vida foi transformada. Acho muito especial essa união. Como uma mulher pode ajudar a outras com as próprias vivências e necessidades. Acho que estamos bem longe de um cenário ideal, mas vejo muita mudança de mundo desde que éramos mais novas.
Dizem que os homens são mais fiéis às amizades entre eles. Acreditam nisso?
Mari: Não. Acho que isso é só mais uma ferramenta para nos deixarem menores e sozinhas. Afinal, quando nos unimos, não tem pra ninguém, ficamos muito potentes.
Sophia: De jeito nenhum, (risos). Acho que essa noção é mais uma ferramenta para nos afastar. É lindo ver como uma pode ajudar a outra, como uma amiga pode ser complementar a outra. Fomos criadas com a ideia de que uma mulher deveria competir com a outra. Seja profissionalmente, amorosamente. E quando essa noção cai por terra, o sentimento de alívio e confiança é enorme!
Chegando nos momentos de descontração… Costumam ir pra onde? Onde recarregam as energias?
Mari: Adoramos ficar jogadas em casa com nossos amigos. Ou de pijama, assistindo nossas séries de conforto, como Greys Anatomy (risos).
Sophia: Amamos ficar uma na casa da outra.. sem fazer nada. Sabe aquele tipo de amizade que não se incomoda com o silêncio? É exatamente aí que a gente se encontra. Se bem que, pensando bem, nunca existe silêncio entre a gente (risos). Somos capazes de ficar 4 horas no telefone, passar o dia inteiro batendo papo.. e eu amo muito essa dinâmica.
Quais os anseios e desejos de vocês como mulheres e artistas?
Mari: Tento viver o hoje, entender os desafios e viver os prazeres do agora. Acho que a maturidade traz a calma e a certeza de que sabendo quem realmente somos as coisas vão acontecendo no momento certo e exatamente como tem que acontecer. Hoje meu foco está nos projetos profissionais que estão rolando e na minha vida pessoal com meu marido e família que também estão ótimos!
Sophia: Acho que meu principal anseio é a minha constante evolução. Parece clichê, eu sei, mas não consigo pensar em nenhuma outra resposta que não seja essa. Nos tratamos, fazemos terapia, conversamos muito e sempre procuramos evoluir como ser humano mesmo. Acho que a vida é isso… se não, por que estamos aqui? E uma coisa que amo, é quando mudo de ideia, a Mari me traz muitas percepções da vida que talvez não teria se não fosse através dela. Estar em constante busca por ser uma pessoa e uma profissional melhor é o que me move.
Paralelo ao “Avisa Chegando” vocês estão com algum projeto no audiovisual que possam nos contar?
Mari: Eu começo em setembro as gravações de Beleza Fatal, primeira novela da HBO MAX. Estou muito feliz com essa personagem que deliciosamente também se chama Mariana e tem uma história bem marcante pra contar.
Sophia: Acabei de encerrar uma série incrível no Star+. Fiz uma personagem recheada de humor e essa veia mais cômica sempre me alimenta muito. Apesar de permear por várias áreas, me sinto muito feliz e realizada com esse momento atriz e também como apresentadora.
Foto @guilhermelima
Assist foto @felicosta
Beleza @walterlobato_
Stylist @luanventilari
Assista o primeiro episódio de “Avisa Chegando”: