Quando o talento chama, não se pode fugir dele. Acaba-se apostando tudo (mesmo sendo pouco) o que se tem para investir nele. Com a fotografia é assim, com Carlos Cajueiro foi assim. Entre um teto e um meio de mostrar seu olhar para o mundo ele ficou com a segunda opção e toda a sua experiência é compartilhada em cursos e exposições. E como desafio é energia para esse fotógrafo pernambucano, o novo desafio, o Projeto Boia, já está sendo produzido, em parceria com seu sócio e produtor Hélio Dubeux, que juntos comandam o Lamparina, que além de um estúdio fotográfico é um espaço para criatividade e suas criações. Saiba mais na conversa que tivemos com ele.
Quando você descobriu a fotografia? Como ela te conquistou? Aos meus 19 anos comprei uma Pentax com o único dinheiro que eu tinha pra construir um novo teto (laje) da minha casa com uma grana que meu pai me deu! Fiquei sem casa, mas ganhei uma profissão! Isso foi 13 anos atrás!
Em que momento a fotografia passou a ser profissão para você? No momento que decidi largar a música, sim eu era músico, vivia na night e em gravadoras de música gospel (risos). Comecei fazendo capas de CD´s de bandas evangélicas e depois fazendo casamentos, entre outros! Em menos de 1 ano de fotografia peguei vários trabalhos publicitários na praça Recife, fotografando ainda com 35 mm analógica, quando tinha trabalhos maiores eu pegava uma Pentax 67 de médio formato.
Quais as delícias e agruras de ser fotógrafo profissional? Uma das coisas mais legais de ser fotografo é poder conhecer pessoas e lugares diferentes em cada trabalho!
Pode-se treinar o olhar para se tornar um bom fotógrafo? De que forma? Sou professor de fotografia há 8 anos, e provo pra todo mundo que fotografia “teoria” se aprende em apenas um dia! Fotografia nada mais é que escurecer e clarear! Mas uma boa composição e o momento não se aprendem tão rápido! O bom olhar vem com a experiência!
Quais as diferentes formas de inspiração e transpiração ao fotografar para uma campanha publicitária ou de moda? Publicidade 90% tesão ZERO, faço o trivial que as agências me pedem, pois sigo um Layout, apenas 10% me deixam criar! Na moda eu já tenho mais abertura e escolho minha equipe aí me sinto mais em casa, principalmente se a foto for externa numa puta praia!
O que te incomoda e te instiga na fotografia comercial? O normal e igual exp: look book, a mesmice! Fotografar por dinheiro é punk!
De onde surgiu a ideia do Projeto Boia? Sempre gostei de fotografar pessoas nuas, é gostoso ver elas se sentirem indefesas a cada disparo que faço. Mas isso só dura nos primeiros 5 minutos (risos), logo depois elas estão super relaxadas. Tive a ideia de fotografar mulheres posando com enormes boias por conta de vídeos e fotos de pessoas nos anos 30 usando boias na praia! E sempre quando via senhoras e crianças com essas boias de câmera de ar na praia me chamavam atenção. Daí eu tive o estalo. Falei pro meu sócio, Helio Dubeux, e ele tirou essa ideia da gaveta e fez a resenha acontecer, comprou 2 boias enormes e começamos o projeto.
O que você espera com esse novo projeto? Qual o maior desafio para você? A ideia principal é a publicação de um Livro com 100 mulheres nuas! O maior desafio foi começar, agora está tudo fluindo bem! Só não temos por enquanto a grana para impressão e exposições do projeto! As modelos não recebem nada por isso, elas simplesmente se doam para arte!
Quem são seus ídolos na fotografia? Steve McCurry: amo seus retratos e sua forma simples de fotografar! Ansel Adams: comi todos os livros dele, foi onde aprendi a entender a fotometria! E amo o trabalho de Bob wolfenson!
Para saber mais: www.lamparia.fot.br