CARRO: Black Bess Bugatti, o carro mais rápido do mundo e quem sabe o mais charmoso também

É bem sabido que o tempo produz memória, e a lembrança constrói o imaginário sobre qualquer coisa que conhecemos. Mas por vezes é necessário recorrer ao passado para explicar o presente, e é o que faz a legendária marca italiana de carros esportivos Bugatti, com mais um lançamento da série Lés Legend de Bugatti. A estrela da vez é o Black Bess, que homenageia o 18 Type, produzido entre 1912 e 1914.

Lançado em abril último no Beijing Motor Show, o Black Bess adiciona ao refinado design um sistema de propulsão que faz dele o carro mais rápido do mundo entre os esportivos, alcançando incríveis 408 km/h, com uma aceleração de 0 a 100 km/h em apenas 2,6 segundos. Como quinto e penúltimo modelo da série Veyron Grand Sport Vitesse, ele tem seu motor 8.0 de 16 cilindros e 1.200 cavalos de potência.

Este carro remonta à própria história dos automóveis esportivos, pois é uma referência direta ao 18 Type da Bugatti, um dos primeiros carros super rápidos a serem legalizados nas estradas. Na época, ele atingia a velocidade final de 160 km/h, impulsionado por seu motor de quatro cilindros em linha e cinco litros. Um grande feito da engenharia pré-guerra e a abertura de uma categoria que iria brilhar durante todo o século vinte. De fato, o Black Bess honra a memória do seu predecessor, trazendo para o presente todo o espanto que o 18 Type causou ao mundo numa época que os deslocamentos humanos eram ainda muito lentos.

Seu exterior em preto é construído na totalidade em fibra de carbono, sendo adornado com grades douradas, produzidas em ouro. Já na parte interna, a inovação aparece e quem conta é o Chefe de Design da Bugatti, Achim Anscheidt: “Nós desenvolvemos um novo processo para individualmente pintar à mão o couro no interior do veículo, algo nunca feito antes na indústria automotiva. O couro e a tinta aplicada pelo designer foram tecnicamente desenvolvidos e processados para que possam resistir às tensões no interior do veículo e cumprir os requisitos de qualidade exigidos pela produção moderna”. Por todo o interior, referências ao Type 18 são vistas em desenhos e logotipos.

Para levar um dos únicos três exemplares produzidos, o comprador vai precisar desembolsar algo em torno de R$ 6,6 milhões de reais. Essa exclusividade não é de agora, o 18 Type teve apenas sete exemplares saídos da fábrica, tendo como um dos afortunados clientes o pioneiro da aviação, o francês Roland Garros, que também é homenageado pelo modelo. 

As lendas revivem em quatro rodas – Marcando mais de um século desenhando e fabricando carros superesportivos de luxo, a Bugatti deu início ao projeto Lés Legend de Bugatti, que homenageia pessoas importantes que contribuíram imensamente à reputação dos carros produzidos com uma edição especial baseado no Veyron Grand Sport Vitesse. Entre eles está o piloto Jean-Pierre Wimille, bicampeão das 24h de Le Mans nos anos 1930 com a Bugatti, e que deu nome ao carro e ao azul característico da pintura, o Wimille Blue. Os outros astros que emprestam seu nome aos carros são Jean Bugatti, filho do fundador Ettore Bugatti e figura importante na história do design da indústria automobilística; Bartolomeo “Meo” Constantini, ex-piloto e ex-chefe da equipe de corridas da Bugatti na primeira metade do século XX; e o irmão mais novo de Ettore Bugatti, Rembrandt Bugatti, um proeminente escultor italiano que se destacou por suas peças de bronze. Os modelos Jean-Pierre Wimille, Jean Bugatti, Meo Costantini, Rembrandt Bugatti e o Black Bess formam o quinteto da base Veyron Grand Sport Vitesse. O mundo aguarda apenas o sexto e último exemplar do projeto que vem surpreendendo o público e a crítica, algo que a marca italiana está acostumada a fazer nos seus mais de cem anos de história. 

Veja o vídeo de divulgação: