“Todo time começa por um grande goleiro.” Frase antiga no futebol. Mas sempre atual. Uma equipe de alto rendimento exige segurança e técnica de um grande camisa 1. Mas se há uma busca tão forte por bons atletas dessa posição, por outro lado, acabam esquecendo os goleiros em princípios básicos.
No futebol moderno, o goleiro anda “esquecido” taticamente. Principalmente para as pessoas que formam opinião. Os torcedores acabam andando na mesma linha. Já notaram que ao falar de um esquema tático, sempre dizem- “Vamos jogar no 4-4-2, no 4-3-3, no 3-5-2”. Não percebem que está faltando algo? Essa conta dos atletas em campo não está errada?
Está sim. É um erro não considerar o goleiro num esquema tático. Cada vez mais devemos optar pela troca. Em vez de 4-4-2, 1-4-4-2. Em vez do 4-3-3, o 1-4-3-3… E por aí vai. Os argumentos para isso vão muito além de uma simples “contagem numérica”. O goleiro tem uma importância tática cada vez maior. Ele faz parte da organização defensiva e ofensiva das equipes. Em vários aspectos.
Na reposição de jogo, o goleiro pode primeiro optar por um tiro de meta “longo”, sendo importante o trabalho tático da primeira e segunda bola. O tiro de meta deve ser treinado em sintonia com o posicionamento dos outros jogadores, principalmente os do meio campo e ataque, dependendo dos objetivos para determinados momentos da partida. A primeira e segunda bola são fundamentais para as jogadas ofensivas da equipe.
Outra opção é a reposição com aquela saída mais curta. O tal do “sair jogando”. Onde se busca uma maior posse de bola e um menor percentual de erro na progressão de uma equipe. Mais importante que optar por um tipo ou outro de reposição, é saber qual o objetivo dessa ação. E ainda mais, planejar e treinar o posicionamento dos atletas para as duas possibilidades, de acordo com as necessidades do time no jogo.
Outro aspecto da importância do goleiro é saber usá-lo para os momentos em que a marcação adversária é muito forte e avançada. Aí o camisa 1 pode ser utilizado como uma peça a mais para a troca de passes, ficando um pouco adiantado, quase numa função de “líbero”. O que gera mais espaços para os outros atletas do sistema defensivo e do meio campo buscarem a transição ofensiva. Para isso é preciso trabalhar bem mais o fundamento do passe em curtos espaços durante os treinamentos. Trazer para o treino uma “realidade” mais aproximada em relação às situações de jogo.
Por trabalhar bastante essas reposições, os goleiros vêm evoluindo tecnicamente (com os pés) e se arriscando mais nas outras jogadas de bolas paradas – cobranças de faltas e pênaltis. Outro diferencial para as equipes. Isso sem contar a visão estratégica que os atletas dessa posição tem. Eles são os que mais conseguem “enxergar” claramente o posicionamento de todo o time numa partida, podendo orientar com mais precisão. Se for um líder para o grupo, melhor ainda. Une a visão “tática” ao poder de motivação e liderança. Muitos goleiros são capitães. Outros viram técnicos. Uma posição diferenciada.
E que deve ser cada vez mais valorizada.
Não só financeiramente.
Não só tecnicamente.
Mas principalmente nas táticas. Nos treinos e esquemas.
O 1 não pode ficar apenas na camisa…
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