MENSCH ESPECIAL: 11 de setembro, dez anos depois…

A manhã de 11 de setembro de 2001 está marcada na mente de bilhões de pessoas ao redor do mundo. Independentemente de estar na Europa, Ásia, América ou qualquer outro recôndito desse planeta, pessoas das mais variadas crenças reuniram-se na frente da televisão para assistir absortos dois aviões que se chocavam contra o World Trade Center. Ao vivo, acompanhamos o trajeto daquelas aeronaves que se chocavam contra os prédios como brinquedos. Nem nos mais ficcionais filmes hollywoodianos, tínhamos visto cenas tão realistas e chocantes. O replay infinito de imagens, com aqueles aviões batendo sem cessar nas torres, nos levou a uma imersão midiática global. E foi tal a grandiosidade do fato que hoje esse dia se tornou referência e todos nos conseguimos lembrar o que estávamos fazendo naquela manhã de sol em Nova York. Mas, por que, afinal, esse acontecimento foi tão importante?

Era apenas o primeiro ano do século XXI e o mundo esperava ansioso novos tempos, típico do início de um novo ciclo. Mas o que se viu naquele dia ajudaria a determinar os rumos do mundo nos próximos anos. America under attack mostrava que agora o inimigo dos EUA era outro, não mais os clássicos bolcheviques ou vietcongues, mas um adversário sem face, que não se materializava num país, numa cor ou numa bandeira. Eram muitos, espalhados entre os seus, com outras ideologias, um orgulho diferente e um ódio impensável para os americanos. Uma nova forma de guerrear estava declarada ali – a Guerra ao Terror estava nascendo dos destroços daqueles prédios.
Sem contar também o próprio simbolismo do fato. Afinal não era uma construção qualquer, mas o símbolo do capitalismo norte-americano no coração financeiro dos EUA e também o Pentágono, base da inteligência militar do país. Há também o outro avião, que não atingiu seu alvo, mas se presume que rumava de encontro ao Capitólio, representação do poder político. Estratégia perfeita, se é que podemos usar esse adjetivo. Tudo milimetricamente programado com um fim único de promover o medo e o terror. E assistíamos todos àquelas cenas, compartilhando com americanos a incredulidade e o sofrimento. Nosso imaginário ganhou vida com aviões seqüestrados, torres gigantes que desafiam a gravidade tombando no chão, fogo e pessoas se jogando para a morte. Era um espetáculo real, ao vivo, dentro de nossas casas que fez, por alguns instantes, comungarmos a dor alheia e nos sentirmos todos solidários e humanos pela mesma causa.
Dez anos passados, com duas guerras em curso, com Saddam Hussein e Bin Laden mortos, podemos nos perguntar se o mundo está mais seguro. Ainda é cedo para fazer tal afirmação, mas já sabemos e sentimos que está diferente, com certeza. Viajar se tornou um tormento, uma vez que paira sempre a dúvida na hora das imigrações. Sempre um alerta de que podemos ser barrados, para nos lembrar de que a tão festejada aldeia global só se fundamenta mesmo virtualmente. O terror, como arma de afirmação de ideologias radicais, espalhou-se pelo mundo e hoje somos todos vitimas, haja vista a Rússia e a Noruega recentemente. Qualquer ação política contestada em uma parte do mundo pode se transformar em uma bomba que explode no seu caminho para o trabalho. Vimos, com o atentado em solo americano, que mesmo as grandes potências não são invulneráveis. O mundo está politicamente mais equilibrado e abre, assim, espaço para novos atores no cenário global, como os emergentes como Índia, China e Brasil que têm ganhado cada vez mais representatividade nas esferas de poder internacional.
A grandiosidade simbólica da tragédia redefiniu o mundo nos mais variados aspectos, promoveu mudanças drásticas para o novo século que acabou de terminar sua primeira década com muitos poucos indícios do que vai vir pela frente. Podemos não saber o futuro, mas todos nós sabemos o que vimos e sentimos naquele dia de setembro.
O 11 SETEMBRO EM IMAGENS, SONS E LETRAS:
Filme:
Voo United 93, de Paul Grengrass
(http://pt.wikipedia.org/wiki/United_93)
11 de setembro, de Sean Penn, Alejandro Gonzalez Iñarritu e outros diretores
(http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=3128196&sid=8711231361362736225122146)
Globalização, Democracia e Terrorismo, de Eric Hobsbawn
(http://livraria.folha.com.br/catalogo/1011748/globalizacao-democracia-e-terrorismo)
Site:

Texto: Mônica Tavares e Sérgio Mendonça

Imagens: Reprodução de capas de revistas de todo o mundo
Agradecimento: NasCapas

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